Convento de São Pedro de Alcântara / Instituto de São Pedro de Alcântara
| IPA.00005077 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia |
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Arquitetura religiosa, maneirista, barroca e neoclássica. Convento Franciscano Capucho da Província da Arrábida, com igreja de estrutura maneirista, com planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, claustro rectangular e várias dependências conventuais desenvolvidas à volta dos mesmos, formando pátios. Fachadas com cunhais de cantaria almofadada, rasgadas por vãos rectilíneos, com janelas de peitoril ou de sacada. Fachada principal da igreja terminada em cornija encimada por espaldar curvilíneo de cornija contracurvada de inspiração borromínica, integrando nicho ao centro, e possuindo nártex, rasgado por três arcos assentes em colunas toscanas, o central mais elevado, e superiormente duas janelas de moldura recortada. Interior com azulejos barrocos, monocromos azuis sobre fundo branco formando silhar com composições figurativas, coro-alto, órgão no lado do Evangelho sobre tribuna, confessionários embutidos na parede, púlpito no lado da Epístola, duas capelas laterais confrontantes e duas colaterais com retábulos tardo-barrocos, nicho com imagem sobre o arco triunfal e retábulo-mor tardo-barroco, de planta recta e três eixos. Junto à fachada principal possui capela particular barroca e as várias dependências conventuais têm silhares de azulejos figurativos rococó e de padronagem decorativa. Claustro de pequenas dimensões rectangular com arcada no primeiro piso e formando terraço superiormente. |
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Número IPA Antigo: PT031106150407 |
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Registo visualizado 10622 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos (Província da Arrábida)
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Descrição
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Planta rectangular irregular, com o lado mais estreito coincidindo com a fachada principal, a E., possuindo um eixo central no sentido E. / O., constituído por escadório e igreja, de planta longitudinal composta por nártex, nave única e capela-mor, envolvida a S., O. e N. pela capela dos Lencastre, à direita do nártex, e dependências conventuais e do recolhimento formando um "U", integrando claustro quadrangular no seguimento da cabeceira da igreja, pátio interior a SO. e jardim murado a S.. Volumes articulados de massa disposta na horizontal, excepto na fachada principal, com coberturas diferenciadas em telhados de uma, duas e quatro águas. Fachadas rebocadas e pintadas a cor-de-rosa, com embasamento em cantaria, pilastras nos cunhais, as centrais da fachada principal almofadadas, e a separar os panos, vãos, essencialmente rectilíneos, de cantaria, e rematadas em cornija de cantaria ou, nos corpos a E., em beirais. Fachada principal orientada a E., de três corpos, os laterais formando falsos torreões avançados, idênticos, de pano único, com dois pisos, o inferior rasgado por duas janelas de peitoril simples e o superior por duas janelas de sacada, esquema que se repete nas faces internas; são unidos por muro rasgado ao centro por portal em cantaria, de arco de volta perfeita encimada por cornija, coroada por cruz sobre aletas ladeadas por pináculos, e com portão em ferro forjado; por trás do torreão da esquerda, no plano do corpo central da fachada, um corpo mais elevado, de pano único, rasgado por uma janela pequena. Transposto o portão, desenvolve-se entre os torreões, escadaria de acesso à igreja, de quatro lanços e dois braços, em pedra calcária, todos percorridos por silhar de azulejos policromos de padrão fitomórfico; no pano frontal ao portão, surge registo de azulejo monócromo azul sobre fundo branco, representando a "Estigmatização de São Francisco de Assis". Entre a escadaria e a igreja, adro com um pequeno corredor, à direita, desembocando num portão rasgado na fachada lateral. O corpo central, correspondendo à igreja, implantado numa cota mais elevada, possui pano único, com nártex aberta por três arcos de volta perfeita, o central mais elevado, sobre colunas toscanas, encimada por duas janelas de peitoril, com moldura de remate curvilíneo e formando brincos, terminando em cornija encimada por espaldar curvilíneo de cornija contracurvada de inspiração borromínica, com cruz no vértice, ladeado por fogaréus e ostentando nicho em arco de volta perfeita vazio. A galilé, com silhar de azulejos policromos com cenas alusivas à caridade franciscana, tem portal axial de acesso à igreja, de verga recta com moldura almofadada, encimado por friso e cornija, a S. portal de acesso à portaria, de verga recta e moldura recortada e, a N., um outro, de acesso à Capela dos Lencastre, também de verga recta, moldurado e encimado por frontão de volutas interrompido pelo brasão do Arcebispo D. Veríssimo de Lencastre, assente em consolas; no pavimento da galilé duas lajes de pedra calcária, anepígrafes emolduradas por duplo filete simples, indicam o local de acesso ao carneiro de D. Veríssimo Lencastre, e por isso se encontram defronte da sua tampa de sepultura. Fachada lateral esquerda virada a S., de seis panos; o primeiro, terminando em beiral simples, tem três pisos, os dois superiores rasgados por sete janelas de peitoril, sendo as dos extremos do terceiro de sacada; os segundo, terceiro e quarto panos são mais baixos e correspondem a um muro, surgindo, no segundo, nicho de arco quebrado sobre pilastras, albergando painel de azulejo com a "Adoração do Santíssimo"; quinto pano rasgado por uma duas portas, uma janela gradeada no extremo direito a meia altura e duas janelas simples no extremo esquerdo, junto ao remate. Fachada lateral direita virada a N., de dois panos, o primeiro de dois pisos, rasgado inferiormente por um arco de volta perfeita, com portão em ferro forjado, uma janela rectangular simples gradeada e duas portas de verga curva e, no segundo piso por seis janelas de peitoril, cinco delas sobrepostas por óculos ovais; no segundo pano abrem-se três portas, espaçadas. Fachada posterior a O., de pano único, rasgada no extremo direito por uma porta com moldura curvilínea e uma janela rectangular, simples; no cunhal NE., cortado, portão de verga abatida e janela rectangular jacente. INTERIOR: Igreja de paramentos rebocados e pintados a imitar cantaria, percorrida por silhar de azulejos monócromos azuis sobre fundo branco e de moldura recortada com cenas da vida de São Pedro de Alcântara. Nave com pavimento de cantaria no sub-coro e em madeira, integrando uma campa rasa ao centro, coberta por abóbada de lunetas, as quatro sobre o coro cegas, pintada em grisaille, formando três medalhões decorados com florão, assente em cornija. Coro-alto de madeira, com balaustrada também em madeira, acedido por duas portas, a do Evangelho correspondendo ao ante-coro, e a da Epístola a um corredor, com cadeiral de planta em "U" e uma fiada de cadeiras, encimado por 13 quadros com pinturas alusivas à vida de São Pedro de Alcântara, uma delas disposta em eixo no topo do paramento. Sub-coro com guarda-vento em madeira enquadrado por duas pias de água benta circulares molduradas. Lateralmente dispõem-se, de cada lado da nave, três confessionários embutidos, de verga recta, revestidos a azulejos, os dos extremos encimados por varandins com guarda de madeira e verga sobrepojada por frontões de lances em talha; o primeiro, do lado do Evangelho, corresponde à tribuna do antigo órgão, com motivos ornamentais alusivos à Música (instrumentos musicais) na base e num medalhão central, entre mísulas; sobre o central surgem telas de grandes dimensões, figurando no lado do Evangelho a "Coroação da Virgem" e no oposto a "Imaculada Conceição". No topo da nave, a zona do presbitério tem duas capelas laterais, com arco de volta perfeita, encimadas por telas; a capela do Evangelho, mais profunda e com retábulo de planta recta e um eixo, com tela central figurando "A Última Ceia", e um altar em mármore fingido (rosa, beije, amarelo e verde) com uma alegoria ao Santíssimo Sacramento, inserida num medalhão dourado, no frontal; encima a capela tela representando "Santa Clara"; à capela segue-se uma porta de acesso à antecâmara da igreja; na capela da Epístola, retábulo em talha dourada, com um nicho central albergando imaginária, sob o qual um altar idêntico ao da capela oposta; encimada por tela representando "Santa Clara com o Menino"; ao retábulo segue-se uma porta falsa. Arco triunfal de volta perfeita, forrada a madeira pintada a marmoreados rosa e azul, decorado com concheados, ladeado por dois retábulos colaterais, de talha dourada, planta recta e um eixo, encimados por telas figurando, do lado do Evangelho "São Pedro Mártir" e, no oposto, "O Êxtase de São Pedro". Sobre o arco triunfal, nicho de volta perfeita com imagem do Crucificado, envolvido por talha dourada e policromada formando pilastras e orelhas encimadas por frontão. Capela-mor profunda com parede laterais idênticas, rasgadas por duas portas de acesso a um corredor de distribuição desenvolvido à volta da capela-mor, encimadas por telas de temática franciscana e, ao centro, por um janelão com balaustrada e moldura curvilínea, em mármore; sobre supedâneo, retábulo-mor, em mármore rosa e branco, com tela central, com "São Pedro de Alcântara em Êxtase Místico", ladeada por duas colunas coríntias e duas imagens em nichos; cobertura em abóbada de berço, pintada, em grisaille, com motivos decorativos vegetalistas e, ao centro, em moldura, símbolo da Paixão; sob a capela, o jazigo do Marquês de Marialva. Pela porta do Evangelho acede-se, a S., ao anexo da sacristia e à sacristia; o anexo da sacristia tem as paredes com azulejos de padrão policromo e um lavabo de duas penas, terminando em espaldar e cornija de lances, em mármore. SACRISTIA, rectangular, com painéis de azulejo figurativo formando silhar, representando eremitas franciscanos e episódios da vida de Cristo, monócromos azuis sobre fundo branco envolvidos por molduras de concheados e acantos policromos azul, amarelo, verde e roxo, sobre rodapésdes de esponjados, decorados por rosetões e concheados, bem como fragmentos de "pedra torta"; a S., tem duas janelas abrindo para um jardim murado, um armário embutido a E.e, nas paredes S. e N., dois arcazes de embutidos, em madeira exótica, com quatro telas no espaldar figurando "Alegorias da Cruz"; na parede O., um oratório; pavimento de madeira e cobertura em estuque, plana com sanca curva, decorada com motivos vegetalistas, concheados e um medalhão central em baixo-relevo com um querubim, ao centro, sobre fundo azul, rodeado de paramentos e alfaias litúrgicas, a dourado. Antecâmara da igreja rectangular, faz a ligação entre a igreja e a casa monástica através de uma porta rasgada na parede S., de acesso a uma escada que vai dar à zona dos dormitórios do convento / recolhimento, e uma outra porta, na parede E., que dá para uma sala de trabalho; a N., uma porta acede à nave da igreja e a O. à sacristia; paredes com azulejos de padrão, de figura avulsa, formando silhar; dois painéis pintados de sobreporta representam "Anjos com instrumentos da Paixão". CAPELA DOS LENCASTRE de planta longitudinal, com zona de entrada mais estreita, formando endo-nártex, e a nave, quase integralmente revestida a embutidos de mármore rosa, branco, amarelo e cinza, combinando elementos vegetalistas, geométricos e simbólicos estilizados dispostos em painéis. À entrada, lateralmente, duas pias de água benta circulares e, em cada uma das paredes da nave, uma lápide epigrafada e uma porta de cada lado, falsas. Presbitério marcado com grade de ferro. O retábulo, de planta recta e três eixos delimitados por 4 colunas torsas, as duas exteriores assentes sobre estípites e plintos paralelepipédicos, sobrepujadas por pináculos, e as outras duas sobre a banqueta, adaptando-se ao perfil da cobertura; no eixo central, camarim em arco de volta perfeita, encimado por entablamento e frontão de volutas interrompido por pináculo ovóide, e nos laterais nichos com cúpula em quarto de esfera, raiada a mármore vermelho, encimados por óculos com pinha no topo, albergando imaginária; altar paralelepipédico com frontal decorado por moldura enquadrando brasão dos Lencastre em cartela e elementos vegetalistas estilizados laterais. Cobertura da nave em abóbada de berço com pinturas murais, figurando ferroneries, cantarias, grotescos, cartelas epigrafadas, motivos florais, concheados, querubins e emblemática; a do endo-nártex é em abóbada de arco abatido, revestida por placas de mármore rosa, branco, amarelo e negro formando quadrados, rematados lateralmente e aos níveis superior e inferior por bandas de outros quadrados, que variam ritmicamente quanto à sua policromia; pavimento em mármore amarelo e negro e liós, composto por um jogo de aspas e duas faixas laterais em torçal. CONVENTO / RECOLHIMENTO: dependências distribuídas por três pisos, com pavimentos em mármore nas salas nobres, de madeira nas restantes salas e dormitórios, cerâmico na cozinha, instalações sanitárias e balneários. Primeiro piso abaixo do solo, tendo apenas salas de arrumos, a N.. No segundo piso, na ala S., no sentido E. / O., fica a portaria, com uma roda, à direita, uma sala de entrada com um sino, um oratório na parede N. com um painel de azulejo representando a "Apresentação da Virgem no Templo", uma pequena sala com um grupo escultórico representando "A morte de São Francisco de Assis" a E. e uma escadaria de acesso ao terceiro piso, a S., com silhar de azulejos industriais do tipo "tapete" em azul e branco; no seguimento da sala de entrada, uma sala de trabalho com três janelas, rasgadas na parede S., pequenas dependências na parede oposta e uma porta de acesso à antecâmara da igreja a O.; os espaços descritos têm silhares de azulejo de padrão e de figura avulsa, e cobertura em abóbada de berço, que na sala de trabalho tem o brasão da Misericórdia pintado, ao centro. Ainda a S., mas sem ligação às dependências descritas atrás, existem duas salas de reunião, interligadas, no espaço do torreão esquerdo, duas salas de trabalho, voltadas para o claustro, e salas de arrumos e instalações sanitárias voltadas para o pátio interno. Ala N., no seguimento da Capela dos Lencastre, e no sentido E. / O., dispõem-se salas de arrumos, lavandaria e ginásio, distribuídos ao longo de um corredor, o último voltado para o claustro; voltadas para o pátio interno, cozinha com copa, salas de estar e instalações sanitárias. Ala O., balneários e despensas. Entre o claustro e o pátio interior, ligando as alas N. e S. do piso, a cozinha e o refeitório. No terceiro piso, na ala S., no sentido E. / O., fica uma sala de reuniões no espaço do torreão, o ante-coro, com uma porta de acesso ao coro-alto da igreja a N., com cadeiral a toda a volta, em madeira, assente sobre mísulas de mármore, silhar de azulejos de padrão, azul e amarelo sobre fundo branco, com rodapé manganés, tendo duas janelas a S., uma a E. e outra a O. e duas janelas falsas a N., quatro telas com cenas da vida da Virgem nas paredes, cobertura em abóbada em barrete de clérigo, decorada com estuques e pavimento em mármore; a seguir ao ante-coro, ao longo de um corredor, ficam os quartos das religiosas, salas de estudo e biblioteca, as últimas voltadas para o claustro; voltados para o pátio interno, ficam as camaratas do Recolhimento e instalações sanitárias. A N., também no sentido E. / O., uma sala no espaço do torreão, um corredor ao longo do qual se distribuem salas de estudo, a reprografia, o vestiário e quartos das religiosas; voltadas para o pátio interno, salas de trabalho e lazer. A O., dispõem-se uma segunda camarata do Recolhimento, enfermaria, posto médico e quartos de isolamento. Entre o claustro e o pátio interior, ligando as alas S. e N. do piso, existe uma sala de convívio com três janelas voltadas para o claustro e duas para o pátio interior, um lavabo em mármore, de três penas com florões, rematado por medalhão com uma concha e frontão curvilíneo, enquadrado por um painel de azulejo monocromo azul sobre fundo branco, com concheados e motivos florais; cobertura em abóbada de berço com o brasão da Misericórdia, pintado, ao centro. CLAUSTRO: Planta rectangular, com um piso, em arcada, os alçados S. e N.com cinco arcos de volta perfeita assentes em colunas toscanas e os E. e O. com quatro, tendo a quadra em cimento; paredes das galerias com azulejos de padrão, azul e amarelo sobre fundo branco, moldura de meio-azulejo azul e rodapé manganés, formando silhar, surgindo a S. registo de azulejos representando "A Virgem com o Menino"; pavimento em lajes e cobertura em abóbada de aresta, de estuque. Possui cobertura exterior em terraço, com guarda de ferro e paredes com silhar de azulejos de padrão, azul, amarelo, verde e vermelho, com motivos florais; a N. ergue-se sobre o telhado sineira. Jardim de planta irregular, com muro a S., parque infantil a O., com pavimento em "calçada à portuguesa". Pátio interno de planta rectangular, pavimentado a cimento, tendo o vértice entre os alçados S. e O. cortado por corredor, coberto por uma abóbada de berço, de acesso ao exterior. As alas S. e N. são unidas por volume com terraço, acedido por escada em caracol que parte do corredor da ala S. do terceiro piso. Num piso intermédio, a meio da escada, existe sala da comunidade religiosa forrada com azulejos de figura avulsa e padrão, de fabrico industrial, azul cobalto sobre fundo branco, com flores, figuras humanas, animais e castelos. |
Acessos
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Rua de São Pedro de Alcântara, n.º 85, Rua Luísa Todi, n.º 1 a 11, Travessa de São Pedro de Alcântara, n.º 2 a 8, Rua da Rosa, n.º 226 |
Protecção
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Incluído na classificação do Bairro Alto (v. IPA.00005019) / Parcialmente incluído na Zona de Proteção do Aqueduto das Águas Livres (v. IPA.00006811) / Parcialmente incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente |
Enquadramento
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Urbano. Parte integrante da malha do Bairro Alto, no qual ocupa um quarteirão de grande extensão, a NE., acompanhando o desnível do terreno com orientação N. / S.. Circundado por um alto muro, capeado a cantaria, na sua quase totalidade e limitado, a E., pela R. de São Pedro de Alcântara, a S., pela Tv. de São Pedro, a N., pela R. Luísa Todi e a O. pela R. da Rosa, encontra-se isolado e destacado do quadro urbano que o envolve. Na proximidade, fica o Jardim Miradouro de São Pedro de Alcântara (v. PT031106150433), a Casa Professa de São Roque (v. PT031106150012), o Edifício Calafates (v. PT031106150323), o Palácio Ludovice (v. PT031106150051), o Palácio Andrade (v. PT031106150313) e o Palacete das Laranjeiras (v. PT031106150305). |
Descrição Complementar
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AZULEJARIA: No exterior da entrada principal, surge painel, monocromo azul sobre fundo branco, representando "A Estigmatização de São Francisco de Assis", emoldurado por estrutura arquitectónica formada por pilastras e frontão decorado com elementos vegetalistas e concheados assimétricos, interrompido por cartela recortada com as cinco chagas, ladeado por anjos, e tendo no soco outra cartela, oval, com o cordão do hábito franciscano e o Livro da Regra da ordem. No nártex, surgem seis painéis, com cercadura recortada, composta por amplas cartelas de concheados, assente sobre pódio de linhas clássicas, onde se inserem cenas alusivas à caridade franciscana, quatro repetindo o mesmo episódio, "São Pedro oferecendo esmola à porta do convento", mudando, apenas, as personagens que visitam o convento: uma mãe com um bebé, um paralítico com perna de pau e muletas, um cego acompanhado de uma criança e um cão e um grupo de mendigos de joelhos; os outros dois painéis representam doadores que visitam o convento para dar as suas ofertas; rodapé em roxo manganês. A nave e capela-mor possuem painéis, monocromos azuis sobre fundo branco, com cenas alusivas à vida de São Pedro de Alcântara; os da nave têm as cenas inscritas em molduras assimétricas, recortadas superiormente, assentes sobre plinto, limitadas por pilastras rematadas por volutas duplas, coroadas por frontão curvo com florões laterais e cartela com querubins, ao centro, e decoradas com "putti", querubins, cartelas, florões, volutas, pilastras, frisos de ovos, folhas de acanto, asas de morcego e símbolos de penitência como o cilício e o flagelo. Figuram, no lado da Epístola: "O santo e um companheiro perseguidos por um touro que face a um gesto do frade se detém", "A Ressureição do filho dos condes de Oropesa", "Fundação do Convento de São Pedro de Acím em Cáceres", "Estada de São Pedro em Lisboa, durante o seu retiro na Serra da Arrábida", "Tentação de São Francisco de Assis", "Ordenação de São Pedro de Alcântara assistida pelo próprio já com hábito de monge" (painel com duas cenas) e "Construção de uma cabana por anjos, a fim de proteger o santo do frio da noite, numa das suas viagens a Ávila para visitar Santa Teresa"; no lado do Evangelho: "Aparição da Virgem", "São Pedro salva uma estalajadeira da condenação à morte", "Milagre numa noite de Natal em que a congregação não tinha alimentos para a ceia e, face às preces de São Pedro de Alcântra, apareceram à porta do convento cestos com mantimentos", "Levitação de São Pedro de Alcântara diante da Cruz", "Santa Teresa de Àvila a receber a comunhão das mãos de São Pedro, ladeada por São Francisco de Assis e Santo António", "Morte de São Pedro de Alcântara" e "São Pedro na cela a receber a inspiração divina para os seus escritos através do Espírito Santo que se manifesta através de um raio luminoso". Na capela-mor, os painéis têm cercadura formada por pilastras e anjos laterais, sobre pódio com anjos segurando cartelas com símbolos de penitência, e superiormente cartela segura por dois anjos e grinaldas; figuram do lado da Epístola, "O filho de uma viúva de Serradilha, movido por uma força secreta, desloca-se ao convento para oferecer alimentos à congregação num momento em que esta se encontrava sem provisões", "São Pedro transportado por anjos" e " Salvação de uma criança que caiu num poço"; do lado do Evangelho, "Glorificação do êxtase mistíco de São Pedro", "São Pedro caminhando sobre as águas" e "Transformação do báculo de São Pedro em figueira". Os confessionários embutidos nas paredes da nave são revestidos com azulejos de figura avulsa florais integrando, sob a grelha do confessionário, um açafate e, sobre a mesma, registo com o Crucificado tendo ao fundo a cidade de Jerusalém. A Capela do Evangelho possui silhar de azulejos, monocromos azuis sobre fundo branco, moldurados por concha pintada a roxo, verde e amarelo, sobre fundo marmoreado azul e sobre rodapé de azulejos de altura, do tipo "pedra torta" amarelos; do lado direito, figuram duas crianças segurando cacho de uvas e uma espiga, alegoria à Eucaristia e no oposto, um episódio do "Apocalipse de São João", sobre o Livro dos sete selos, cada um representando o castigo que cairá sobre a Terra antes do fim do Mundo, o cordeiro mistíco, sentado, símbolo do sacrifício de Cristo. Na sacristia 9 painéis de azulejos, 3 representando cenas do do Novo Testamento: "Jesus e a multidão junto do lago", "Revelação do Salvador aos samaritanos" e Alusão à pesca como mandato evangélico, e os restantes com cenas da vida de um monge eremita (São Pedro de Alcântara?), relacionadas com a penitência, contemplação e leitura de textos sagrados. As cenas, pintadas a azul sobre fundo branco, são enquadradas por moldura de concheado e elementos vegetais em roxo e amarelo sobre um fundo azul marmoreado. Ante-sacristia com silhar de padrão azul sobre fundo branco, constituído por uma grelha composta jogo de diagonais com pequenas flores e cercadura de elementos vegetalistas. Na sala contígua à ante-sacristia, silhar de azulejos de figura avulsa, azuis sobre fundo branco, com representação vegetal (cravos, lírios, rosas, margaridas e tulipas), animal (pássaros e coelhos) e humana, com cercadura de elementos vegetalistas. Nas paredes do claustro silhar de azulejos de padrão vegetalista policromo a azul, roxo, verde e amarelo, e cercadura formada por faixa interior azul marmoreada e outra, exterior, que forma um rosário de elementos curvos e rectos; rodapé com uma fiada de azulejos de "pedra torta", em roxo manganês.Vestíbulo da entrada com silhar de azulejos pintados a azul, roxo e amarelo, e cercadura pintada a azul. No muro que circunda o convento, um registo de azulejos, inserido num nicho, pintado a azul, roxo e amarelo, representando a "Adoração do Santíssimo Sacramento", no interior de uma custódia ladeada por dois anjos com turíbulos, sobre nuvens; moldura formada por concheados, asas de morcego e elementos vegetalistas; na parte inferior do painel, uma cartela onde se lê: "1752". INSCRIÇÕES: CAPELA DOS LENCASTRES: 1. Inscrição comemorativa da construção da capela e indicativa da instituição de missas, gravada numa lápide, embutida na parede do lado do Evangelho, enquadrada por moldura independente de calcário rosa, contornada por filete em relevo com os cantos em ressalto, onde se inscrevem círculos negros. No topo superior da lápide acrescentou-se uma faixa de pedra com 3,7 onde se completou a gravação da letra "D", que inicia a inscrição. Calcário. Sulcos das letras preenchidos com betume negro. Dimensões: totais: 135x148,5x1; campo epigráfico: 84,5x98,5; moldura: 25,5 no topo superior e 26,5 no inferior; 22,5 no flanco esquerdo e 23 no direito. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: DOMINVS FRATER IOSEPHVS DF(sic) LANCASTRO INQVISITOR GENERALIS, ET DOMINVS LVDOVICVS DE LANCASTRO VILLA NOVAE, COMES, AVISIJQVE MAXIMVS COMMENDATARIVS EMINENTISSIMI DOMINI VERISSIMI DE LANCASTRO FRATER, ET EX FRATRE NEPOS EIVS TESTAMENTARIJ SACELLVM. HOC IPSIVS TVMVLO CONTIGVVM CVM DVCENTIS AVREIS PRO FABRICA, VT QVATER IN ILLO PRO EIVS DEM ANIMA QVOT IDIE SACRVM, CELEBRETVR, ADDITIS AD SEPVLTVRAM RESPONSORIJS, CVM DONATIONE DVCENTORVM AVREORVM PRO QVOLIBET SACRIFICIO ERIGERE JVSSERVNT. Tradução: Dom Frei José de Lencastre, Inquisidor Geral, e Dom Luís de Lencastre, Conde de Vila Nova e Comendador Mor de Avis, irmão do Eminentíssimo Dom Veríssimo de Lencastre e sobrinho, pelo irmão, do seu testamentário, mandaram erigir esta capela, contígua ao túmulo do próprio, juntamente com duzentos reis de ouro para a sua construção, para que nela se celebre diariamente missa por sua alma, acrescidas de responsórios junto ao túmulo, com a doação de duzentos reis de ouro para cada missa (sacrifício). 2. Inscrição de elogio fúnebre gravada numa lápide, embutida na parede do lado da Epístola, enquadrada por moldura independente de calcário rosa, contornada por filete em relevo com os cantos em ressalto, onde se inscrevem círculos negros. Calcário. Sulcos das letras preenchidos com betume negro. Vestígio muito ténue de linhas auxiliares. Dimensões: totais: 135x148,5x1; campo epigráfico: 84x88,3; moldura: 25,5 (topo superior) e 26,5 (topo inferior) e dos lados 22,5 (esquerdo) e 23 (direito). Tipo de letra: capital quadrada e algumas actuárias caso do "O" e de alguns "E". Leitura modernizada: É TVMVLO HVC OCVLOS AD PARVVM FLECTE SACELLVM; CONTRACTA IN SPATIVM STAT BREVE SACRA DOMVS. SCILICET HAEC HVMILI RESPONDET PARVA SEPVLCHRO; ILLVD ET EXIGVI EST AREA PLANA SOLI NAM QVI MENTE HVMILIS CONTEMPSIT VIVVS HONORES, HIC QVOQVE SVMA FVGIT MORTVVS, IMA CVPIT ERGO PVRPVREI QVI STEMATA SACRA GALERI ADDIDIT AD TITVLOS TOT SIBI IVRE DATOS, CVM FORET EVECTVS SVMA AD FASTIGIA, SOLVM SENSIT ONVS; RENVIT QVIDQVID HONORIS FRAT(sic). Tradução: Do túmulo volta o olhar para a pequena capela. A casa sagrada está reduzida a um curto espaço. Na verdade esta pequena morada condiz com o humilde sepulcro: também ele é uma área plana e de espaço exíguo. Com efeito, este que, sendo humilde de pensamento, desprezou, enquanto vivo, as honrarias o mesmo também, depois de morto, fugiu das coisas mais altas e procurou as mais humildes. Por isso, este que acrescentou grinaldas sagradas de barrete púrpura a tantos títulos justamente atribuídos, ao ser elevado até aos mais altos cumes (da dignidade), apenas sentiu o peso (dela); recusou tudo o que era próprio da sua dignidade. TECTO PINTADO: 3. Inscrição latina pintada num campo epigráfico semelhante a um escudo, inscrito na cartela pintada sobre o altar-mor, sob um lírio. Linhas auxiliares demarcadas.Dimensões: não se obtiveram devido à altura a que se encontra. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura: SANCTI TVI DOMINE FLOREBVNT SICVT LILIVM. Tradução: Os teus santos, Senhor, florescerão como o lírio. 4. Inscrição latina pintada num campo epigráfico semelhante a um escudo, inscrito na segunda cartela, do lado esquerdo, sob um sol. Linhas auxiliares marcadas. Dimensões: não se obtiveram devido à altura a que se encontra. Tipo de letra: capital quadrada. Sinal de fim de texto. Leitura: FULGEBVNT IUSTI SIGVT SOL. Tradução: Os justos brilharão como o sol. 5. Inscrição latina pintada num campo epigráfico semelhante a um escudo, inscrito na terceira cartela, do lado esquerdo, sob uma fogueira. Linhas auxiliares marcadas.Dimensões: não se obtiveram devido à altura a que se encontra. Tipo de letra: capital quadrada, e um "q" minúsculo. O "F" apresenta traço horizontal Leitura: TAMqVAM AVRVMIN FORNACE PROBABIT ELECTOS DOMINVS. Tradução: Tal como o ouro no cadilho, o Senhor porá à prova os eleitos. 6. Inscrição latina pintada num campo epigráfico semelhante a um escudo, inscrito na quarta cartela, pintada sobre o arco da porta de entrada, sob uma espada, um feixe de vergastas e um punhal. Linhas auxiliares marcadas. Dimensões: não se obtiveram devido à altura a que se encontra. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura: TRADITERVNT CORPORA SVA PROPTER DEVM AD SVPLICIA. Tradução: Os santos entregarão os seus corpos aos suplícios por amor de Deus. 7. Inscrição latina pintada numa folha de papel desenrolada que figura na cartela central, que decora a abóbada da nave. Linhas auxiliares marcadas. Dimensões: impossivéis de obter devido à altura.Tipo de letra: capital quadrada. Sinal de fim de texto. Leitura: CVM PALMA AD REGNA PER VENERVNT SANCTI CORONAS DECORIS MERVERVNT DE MANV DEI. Tradução: Chegaram aoa Reino dos Céus com palmas; mereceram receber da mão de Deus coroas de glória . IGREJA: 8. Inscrição funerária gravada numa tampa de sepultura em campo epigráfico emoldurado por dupla moldura filetada. Por estar inserida no pavimento do nartex e ser pisada para se aceder ao interior da igreja o texto epigráfico encontra-se praticamente ilegível, restam dele apenas três ou quatro letras. Calcário. Dimensões: Total: 263,5x135; campo epigráfico: 239,5x111; moldura: 12. Tipo de letra: capital quadrada. Leitura: Apresenta-se a publicada por Vítor Ribeiro: LATET HIC ET TACET, QUEM FAMA LOQUITUR ET PRODIT EMINENTISSIMUS D.D. VERISSIMUS DE LANCASTRO GENUS SI QUARTS? HIC FRIGET IN CINERIBUS, QUI OLIM JUVENIS CALUIT, LUSITANORUM, IMÓ ET TOTIUS EUROPAE REGUM SANGUIS. SI SAPIENTIAM? QUAM IN UTRAQUE REGNI HAUSIT ET EXHAUSIT ACADEMIA, IN COMMUNE ECCLESIA E BONUM PERENNI EFFUDIT SCATURIGINE SI HONORUM GRADUS? SACRIS INITIATUS TUENDAE AUGENDOQUE FIDEI PARTES SUSCEPIT. DECURSIS SACRO AEROPAGO, ORDINE SUO MINORIBUS SUBSELIIS, IN SUPREMAM TANDEM GENERALIS INQUISITORIS ERECTUS SELAM. FABIO MAIOR MAXIMO, ET FELICIOR, CATHOLICAM NOBIS CUNCTANDO RESTITUIT REM. EX HISPANIARUM PRIMATE, FACTUS ECCLESIAE PRINCEPS PURPURATUS, PETRI CLAVES, ET SI NON OBTINUIT, VIRTUTIBUS MERUIT, QUIBUS CLARUIT. EX UNA OMNES DISCE HUMILITATE, QUAM IN VULGARIS TUMULI LAPIDE, CEU IN SPECULO POTERIS CONTEMPLARI, DE AETERNA SCILICET ANIMI MANSIONE MAGIS, QUAM DE MAUSOLEO CADAVERIS SOLLICITUS! SUA NIHIL INTERESSE DUXIT HUMI NE AN SUBLIME PUTRECERET. REGNUM COELORUM, SI VENDITUR, ELEEMOSINIS EMIT. VERISSIMUS CITRA ADULATIONEM, PAUPERUM PATER. COELO CHARUS, ET SOLO. VIXIT JUSTISSIME ANNOS 76. OBIIT PIISSIME 12 DECEMBRIS 1692. QUIESCIT PLACIDISSIME AD DIEM SOLI DEO NOTAM. 9. Inscrição identificativa de encomendador e comemorativa da intenção da edificação da campa, gravada numa tampa de sepultura com moldura dupla filetada de cantos curvos. Na primeira metade da tampa, num campo rebaixado, esculpida uma pedra de armas. Descrição heráldica: escudo circular com uma dobre-cruz acompanhada de seis besantes (Almeida); ornatos exteriores: chapéu cardinalício com cordões e 15 borlas de cada lado. Sulcos das letras preenchidos com betume negro, algum já a sair. Superfície epigráfica com sinais de erosão, alguns dos traços intermédios das letras "A" e "H" já desapareceram. Dimensões: Total: 255,5x124,5; campo epigráfico: 166x108; campo heráldico: 69,5x102,5; brasão: 66,5x89.Tipo de letra: capital quadrada. Leitura modernizada: CLARISSIMO VIRO EXCELLENTISSIMO QVE DOMINVS THOMAE DE ALMEIDA PATRIARCHALIS ECCLESIAE PRINCIPALI DECANO ET PRIMO STVDIORVM MODERATORI AVUNCVLO CHARISSIMO LVDOVICVS DE ALMEIDA COMES AVINTENSIS ET MARCHIO LAVRADIENSIS REGII SENATVS PALATINI PRAESES IN AMORIS GRATIQVE ANIMI SIGNVM P ANNO DOMINI M DCC LXXXVI. Tradução: Luís de Almeida, Conde de Avintes e Marquês de Lavradio, presidente do Real Senado Paladino erigiu este monumento em sinal de amor e de reconhecimento ao caríssimo tio materno, o ilustríssimo varão e excelentíssimo Dom Tomás de Almeida, Deão Principal da Igreja Patriarcal e primeiro Reitor do Estudos, no ano do Senhor de 1786. 10. Inscrição comemorativa de obras de restauro gravada numa lápide, na parede, do lado direito, do corredor que dá acesso à sacristia, em campo epigráfico em ressalto enquadrado por moldura dupla. Mármore cinzento. Sulcos das letras têm vestígio de betume dourado. Dimensões: totais: 45x60,2x1; campo epigráfico: 35X50,3; moldura: 5. Tipo de letra: capital quadrada, com um estilo característico de finais do século XIX, frequentemente utilizada nos cemitérios em lápides e jazigos. Leitura modernizada: FOI RESTAURADA ESTA IGREJA NO ANO DE 1878, SENDO PROVEDOR DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA O EXCELENTÍSSIMO SENHOR CONDE DE RIO MAIOR. 11. Inscrição indicativa da execução de uma cruz gravada no terço inferior de uma lápide; o terço superior é decorado com embutidos e no centro foi sobreposta uma pedra rectangular com uma cruz gravada. Encontra-se colocada na parede, à esquerda, junto do grupo escultórico designado por "Morte de São Francisco de Assis". Sulcos das letras preenchidas com betume negro. Mármore. Dimensões: 36,5x20x1; embutido: 19x18; pedra com cruz: 10,7x9,5; campo epigráfico: 15x20. Tipo de letra: caligráfica minúscula e maiúscula usada em códices e livros impressos. Leitura modernizada: Esta cruz fez santo António com a sua mão sendo religioso no convento de são Vicente de fora desta cidade. |
Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Privada: Misericórdia |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: João Antunes (atr., séc. 17). CANTEIRO: Gaspar de Sousa (1760). ENGENHEIRO: Manuel da Maia (séc. 18). ESCULTOR: André Gonçalves (séc. 18). FÁBRICA DE CERÂMICA: Fábrica Santana, de Lisboa. ORGANEIRO: António Xavier Machado e Cerveira (1784). PEDREIRO: João de Barros (1754). PINTORES: André Gonçalves (1740); António Pereira Ravasco (atr., 1700); Bento Coelho da Silveira (séc. 17); Francisco José (séc. 18); Inácio de Oliveira Bernardes (atr., 1730); João Gresbante (atr., 1630-1640); Luciano Freire (1901); Marcos da Cruz (atr., 1650); Pedro Alexandrino (atr., séc. 18); Pierre Antoine Quillard (1730); Pierre Bordes (1848). PINTOR ESTOFADOR: Francisco Pais (séc. 17). |
Cronologia
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1630 - 1640 - pintura da tela "Apresentação da Virgem no Templo", talvez por João Gresbante; 1650, cerca - pintura dos painéis "Santa Ana ensinando a Virgem a ler" e "A Virgem e São Joaquim" talvez por Marcos da Cruz; 1665 - D. António Luís de Menezes, 3.º Conde de Cantanhede e 1.º Marquês de Marialva, pela devoção que tinha a São Pedro de Alcântara prometeu erigir um convento consagrado ao santo caso os portugueses vencessem a Batalha de Montes Claros (Guerra da Restauração); 1680, 12 agosto - fundação do convento por D. António Luís de Menezes em cumprimento da promessa feita; séc. 17 - o Desembargador Manuel Delgado de Matos deu quanto possuía para a fundação do convento; 1685 - instalação dos religiosos (cerca de 40) no convento; 1686 - 1692 - edificação da Capela dos Lencastre no seguimento das disposições testamentárias do arcebispo de Lisboa e inquisidor-mor do reino D. Veríssimo de Lencastre; 1690, cerca - pintura da tela "Êxtase de São Pedro" por Bento Coelho da Silveira e das figurando a "Anunciação" e "Visitação", por António de Oliveira Bernardes; 1692- morre D. Veríssimo de Lancastre que foi sepultado no jazigo que havia mandado construir no adro da igreja, no lado direito da entrada; como a igreja foi aumentada a sepultura deste prelado acabou por ficar dentro da igreja, no nártex. séc. 17, final - execução das pinturas do arcaz da sacristia por Bento Coelho da Silveira; Francisco Pais executa a pintura do teto da capela dos Lencastre e do retábulo da sacristia da mesma e estofa e encarna imaginária; séc.17 - 18 - obras de ampliação da igreja e reedificação da capela-mor, promovidas pelo 2.º Marquês de Marialva, D. Pedro António de Meneses; 1700, cerca - pintura dos 13 painéis a óleo do coro-alto, talvez por António Pereira Ravasco; séc. 18, 1.ª metade - campanha de obras, entre as quais a reedificação da sala do capítulo, segundo projeto de Manuel da Maia, refeitório e dormitórios; pintura das telas da "Última Ceia", "Santa Clara", "Santa Clara com o Menino", "São Pedro Mártir" e "Nossa Senhora com o Menino", por autor desconhecido, o último por um seguidor de Vieira Lusitano; pintura das telas com Anjos segurando símbolos da Paixão, na antecâmara da igreja, por Francisco José; pintura do quadro "Pregação de São João Baptista", atribuído a Pedro Alexandrino; 1730, cerca - pintura do painel da "Coroação da Virgem" por Pierre Antoine Quillard e o da "Assunção da Virgem", talvez por Inácio de Oliveira Bernardes; 1740, cerca - pintura das três pinturas da capela-mor por André Gonçalves; 1754, Março - o mestre pedreiro João de Barros é chamado para consertar o telhado da Capela dos Lencastre; 1755, 01 novembro - o convento é muito danificado pelo terramoto, tendo caído a fachada principal, o dormitório, a portaria, sacristia e casa do Capítulo; os livros e alfaias do coro desapareceram; na sequência, pintura do teto da sacristia (a atual); séc. 18, meados - execução do grupo escultórico da Virgem com os Mártires de Marrocos e outros Santos Franciscanos, por André Gonçalves; 1760, 28 outubro - Gaspar de Sousa, mestre de cantaria, executou duas pedras que servem de porta do carneiro de D. Veríssimo de Lencastre, situada sob a galilé da igreja, por as originais se terem quebrado com o terramoto; 1761 - a capela dos Lencastre encontrava-se em mau estado de conservação, necessitando obras; avaliação das pinturas do tecto da capela dos Lencastre por António dos Santos Joaquim e Luís Baptista; 1762 - campanha de obras de conservação e restauro; 1764 - campanha de obras de conservação e restauro; 1777 - campanha de obras de conservação e restauro; 1784 - execução do órgão da igreja pelo organeiro António Xavier Machado e Cerveira; 1786 - o Conde de Avintes e Marquês de Lavradio, Luís de Almeida Sousa Portugal e Mascarenhas, manda colocar no pavimento da igreja uma laje armoriada para homenagear seu tio D. Tomás de Almeida, 1º Patriarca de Lisboa; séc. 19 - Joaquim António de Aguiar, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, manda retirar do convento um conjunto de retratos de ilustres prelados da ordem; 1833 - o convento e todo o seu recheio é entregue por D. Pedro IV à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que aí instalou um recolhimento de orfãs, sustentado por legados; 1825, 27 setembro - construção de um mausoléu efémero, que continha epitáfios, para as exéquias do Conde de Rio Maior; 1834, janeiro - transferência da Livraria do convento para a Biblioteca Pública de Lisboa; 1843 - transferência do órgão da igreja para a igreja de São Roque; 1848 - legado de D. Antónia Castro ao recolhimento das orfãs; 1878 - obras de remodelação do espaço e renovação estética, entre as quais, a pintura do tecto da igreja por Pierre Bordes, promoviadas pelo então Provedor D. António José Luís de Saldanha Oliveira Jusarte Figueira e Sousa, 4.º Conde e 1.º marquês de Rio Maior; 1901 - pintura do painel "Estigmatização de São Francisco de Assis", por Luciano Freire; 1912 - legado de D. Carolina Paiva de Andrada ao Recolhimento das orfãs, passando o recolhimento a designar-se pelo nome da benfeitora; 1915 - 1918 - a igreja esteve encerrada ao culto; 1943, 1 outubro - o recolhimento é entregue às Irmãs da Província Portuguesa da Congregação da Apresentação de Maria. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura de alvenaria rebocada e pintada; elementos estruturais, molduras dos vãos, colunas, pilastras, frisos e cornijas, lavabos e outros elementos em cantaria calcária; pavimento de cantaria, mármore, madeira, tijoleira e cimento (pátio); silhares de azulejos; decoração em estuques; coro-alto, púlpito e cadeirais em madeira; retábulos em talha dourada e policroma; pintura mural; mármores policromos com técnica de embrechado; grades de ferro; vidros simples; cobertura exterior de telha. |
Bibliografia
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ALMEIDA, D. Fernando de (dir.), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, vol. 5 (vol. 2 - Lisboa), 1975; ARAÚJO, Norberto de, Peregrinações em Lisboa, vol. 1, Livro V, Lisboa, s.d.; AVELLAR, Filipa Gomes do, "Espólio epigráfico do património arquitectónico religioso da Misericórdia de Lisboa", in Património Arquitectónico Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Lisboa, 2006, pp. 204-212; BIRG, Manuela (org.), João Antunes Arquitecto 1643 - 1712, Lisboa, 1988; CAEIRO, Baltazar Matos, Os Conventos de Lisboa, Lisboa, 1989; CASTRO, João Baptista de, Mappa de Portugal, Lisboa, 1710; COUTINHO, Maria João, Os embutidos marmóreos do retábulo da Capela dos Lencastres do Convento de São Pedro de Alcântara, em Lisboa, (dissertação de Mestrado em História da Arte), 3 vol., Universidade Lusíada, Lisboa, 2002; FRANÇA, José-Augusto, A sétima colina, Lisboa, 1994; História dos mosteiros, conventos e casas religiosas de Lisboa, vol. 1, Lisboa, 1950; MARTINEZ, Júlio Parra, Azulejos. Painéis do século XVI ao século XX, Lisboa, 1994; MARTINEZ, Júlio Parra, Convento de São Pedro de Alcântara, Lisboa, 1997; MOREIRA, António Joaquim, Collecção de Epithafios, Inscrições e Lettreiros, vols. 2, 3 e 4, Academia das Ciências, 1864; PEREIRA, Luiz Gonzaga, Monumentos sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, 1924; SILVA, Nuno Vassalo, BRITO, Maria Filomena, MORNA, Teresa Freitas, FERRI, Andrés de Sales , MORI, Donato, Imaginería Europea de San Pedro de Alcántara, Valência, 2004. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID; SCMLisboa: DGIP |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; SCMLisboa: DGIP |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; SCMLisboa: DGIP |
Intervenção Realizada
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Observações
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Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1998 / Helena Mantas 2004 / Filipa Avellar 2007 |
Actualização
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