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Espaço verde Parque Parque
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Descrição
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O Parque desenvolve-se num plano desnivelado apresentando maior cota no topo N.. As entradas do Parque a S. da alameda central definem-se igualmente como longos planos horizontais, colocados de cada lado da avenida seguindo um eixo definido pela placa da praça. A faixa central, constituída por uma placa de relva preenchida por uma composição geométrica em sebes de buxo, encontra-se ladeada em ambos os lados por um passeio em calçada à portuguesa, numa largura total de 100 metros. Para ambos os lados desta placa central desenvolvem-se duas áreas distintas que oferecem equipamentos vários como. O sector O. encontra-se o Lago Grande e a Estufa Fria, um Parque Infantil, Campos de Ténis e instalações desportivas, no sector E. desenvolve-se uma sequência de zonas de estadia, um Anfiteatro de pequenas dimensões, um Restaurante e um Lago e um Pavilhão de Desportos. Estes equipamentos estão enquadrados pelo sistema de vegetação que se desenvolve essencialmente ao nível arbóreo, afirmando a faixa central e formando clareiras em que se instalam os referidos equipamentos ou onde o estrato arbóreo se desenvolve enriquecendo a composição e a volumetria do parque. A relação com a envolvente é excepcional, desde os limites O. e E., em que a contenção exercida pelas construções visíveis de grande porte que delimitam as avenidas, amplia ilusoriamente a extensão do parque, aos limites N., marcado por um monumento inacabado, e S. em que a vista atravessa toda o vale da Avenida da Liberdade, a Baixa Pombalina e as encostas que a definem (Castelo de São Jorge, Carmo), perdendo-se no leito do Tejo e, em dias de boa visibilidade, alcançando a outra margem. A vivência deste parque, enquanto miradouro, é favorecida pela luz solar da aurora e do entardecer. A grande riqueza e variedade faunística que lhe está associada deve-se, muito provavelmente à conjugação de vários factores de que se destaca a dimensão, o excelente coberto arbóreo e arbustivo e a presença do Lago Grande. |
Acessos
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Praça Marquês de Pombal; Rua Joaquim António de Aguiar; Rua Castilho; Alameda Cardeal Cerejeira; Avenida Sidónio Pais; Avenida Fontes Pereira de Melo |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente |
Enquadramento
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Urbano. Isolado. Engloba a Estufa Fria de Lisboa (v.IPA.00005110). |
Descrição Complementar
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«Em 1882, três anos depois da morte do Passeio público, começa a falar-se no Parque da Liberdade como cenário ao monumento de Pombal que coroava a rotunda em remate monumental do moderno boulevard romântico e cosmopolita que se construía. O novo Parque deslocava-se para N., de modo a servir de pano de fundo à mais importante avenida da capital, ao mesmo tempo que dava um sentido global e urbano à novíssima Lisboa...» «Com sentido da realidade Keil desenvolve o projecto adequado às "circunstâncias do momento": uma avenida esboçada em movimentos de terras, um orçamento limitado uma enorme urgência na concretização. (...) Keil vai optar por manter as pré-existências morfológicas e os temas simbólicos e imagéticos presentes no debate que se arrastava há cinco décadas. Solução de total conciliação, não comprometia o futuro e ia ao encontro dos defensores de monumentalidade no remate da Avenida (...) recuperava a ideia de miradouro, monumental é certo, e da relação imediata, sem obstáculos com o rio, símbolo da beleza singular e apaixonante de Lisboa.» «Keil pensou-o como parque central de recreio privilegiado dos habitantes da capital. Projectou-o com o objectivo de salvar o parque como parque (...) Inacabada, a obra ficaria suspensa no tempo. Não se realizou a entrada Sul e o remate do topo norte ficou pendente, com pedestral sem estátua, enquadrado por colunatas sem a peças que lhes dava razão.» |
Utilização Inicial
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Recreativa: parque |
Utilização Actual
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Recreativa: parque |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Francisco Caetano Keil do Amaral (1910 - 1975). ESCULTOR: Albert Bruce-Joy (1985). |
Cronologia
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1882 - começa-se a falar do Parque da Liberdade como cenário ao monumento de Pombal; 1887 - Ressano Garcia, engenheiro operacional do município, propõe um concurso internacional para o projecto do parque; dos 29 projectos concorrentes, recai a unanimidade no projecto de Henri Lusseau; 1888 - é apresentado publicamente o orçamento para uma solução mais económica, resultante da reformulação do projecto de Henri Lusseau; 1898 - a área do parque foi terreiro da feira franca por ocasião do «centenário da India»; 1908 - a inexistência de verbas prolongou a obra e, em primeira vereação republicana é retomada a obra, sob proposta do arquitecto Ventura Terra; mais uma vez as obras não tiveram seguimento; 1910 - ainda funcionava na área do parque a Feira de Agosto; 1910, 5 Outubro - foi o local de partida de revolucionários; 1929 - volta-se a pensar no Parque; dá-se início à construção do grande lago em sequência das obras para a instalação da Estufa Fria; 1925 - os irmãos MacBride, preocupados com a saúde pública expõem um projecto em que o Parque seria transformado numa grande avenida urbanizada; 1927-1928 - Jean-Claude Nicolas Forrestier era chamado a concretizar o projecto do prolongamento da Avenida e da construção de um grande parque com jardins e campos de jogos; 1942 - a Câmara dá início às obras abrindo as avenidas laterais e lançando o trainel da faixa central; 1943 - um jornal portuense punha a ridículo as tentativas da capital para a construção do parque central; 1945 - o novo presidente tenente-coronel Salvação Barreto propõe a elaboração de um projecto de arranjo definitivo do Parque; Francisco Caetano Keil do Amaral (1910-1975), parecia o arquitecto municipal que reunia as condições para agarrar este estudo, com a responsabilidade de projetar o Palácio da Cidade desloca-se neste ano aos EUA para visitar e estudar a arquitetura de museus, auditórios e teatros, também vistou aerogares; Novembro - o projecto é aprovado; 1949 - eram aprovadas as obras do topo N.; 1951 - Paulino Montêz toma a defesa do projecto de Cristino; 1961 - volta a falar-se do prolongamento da Avenida; 1962 - é apresentado um novo projecto; aprovado no ano seguinte e que, tal como os antecessores, não terá seguimento; 1985, 27 Março - inauguração do busto do rei Eduardo VII, em bronze, modelado por Albert Bruce-Joy, sobre peanha de pedra, da autoria de Eduardo Barradas, pela rainha Isabel II; foi oferecido pela British Historical Society of Portugal. |
Dados Técnicos
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Apresenta uma pendente com uma diferença de cota da ordem dos 50 m.. |
Materiais
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INERTES: calçada portuguesa. VEGETAL: Árvore-orquídea, Carvalho, Castanheiro da India, Ginkgo, Jacarandá, Salgueiro, Tipuana. |
Bibliografia
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FERREIRA, Rafael Laborde, VIEIRA, Victor Manuel Lopes, Estatuária de Lisboa, Lisboa, Amigos do Livro, Lda., 1985; MARTINS, João Paulo, Arquitetura Moderna em Portugal: a Difícil Internacionalização. Cronologia, in Arquitetura Moderna Portuguesa 1920-1970, IPPAR, 2004, p. 162; PEDREIRINHO, José Manuel, Dicionário de arquitectos activos em Portugal do Séc. I à actualidade, Porto, Edições Afrontamento, 1994; TOSTÕES, Ana, Monsanto, Parque Eduardo VII, Campo Grande - Keil do Amaral, Arquitecto dos Espaços Verdes de Lisboa, Edições Salamandra,1992. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; UE |
Documentação Administrativa
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CML |
Intervenção Realizada
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Observações
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Todos os anos, nos meses de Maio e Junho, a parte inferior do parque é cenário para a Feira do Livro da cidade de Lisboa. |
Autor e Data
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Paula Simões 1998 |
Actualização
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