Câmara Municipal da Póvoa do Varzim
| IPA.00005129 |
Portugal, Porto, Póvoa de Varzim, União das freguesias da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai |
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Arquitectura pública, neoclássica. Edifício de influência inglesa, de simetria compositiva, de planta rectangular e ampla arcada no piso térreo, com cobertura em múltiplas águas. Fachadas marcadas pelo registo de dois pisos separados por friso de granito. Fachada principal percorrida por arcaria de arcos plenos, em aparelho rusticado, no piso térreo e revestida por azulejos no andar nobre; rasgada por composição simétrica de janelas e arcos, rematada por friso, cornija e entablamento recto, interrompido ao centro por imponente brasão com as armas reais. Fachada laterais rebocadas e pintadas de branco, enquadradas por cunhais de granito, rasgadas simetricamente por vãos rectangulares, excepto os correspondentes à arcaria e na fachada lateral direita, um vão em arco pleno. Edifício de grande sobriedade e simetria arquitectónica, bem ao gosto neoclássico, apresentando algumas afinidades com o Edifício da Feitoria Inglesa, no Porto (v. PT011312130265), quebradas pelo registo de intervenções posteriores como o revestimento azulejar e a torre. |
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Número IPA Antigo: PT011313100006 |
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Registo visualizado 2177 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Político e administrativo regional e local Câmara municipal Casa da câmara e tribunal
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Descrição
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Edifício de planta rectangular simples, desenvolvida em dois pisos separados por friso de granito, e aproveitamento das águas furtadas, com coberturas diferenciadas e telhados de múltiplas águas, parcialmente escondidas pela platibanda. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, excepto a fachada principal, rasgadas por vãos de verga recta e em arco de volta perfeita, emoldurados, rematadas por friso e cornija saliente. Fachada principal voltada para a espaçosa Praça do Almada, marcada no piso térreo por arcaria de cantaria rusticada, com seis arcos plenos e um central em asa de cesto, com pedras de fecho destacadas, ligeiramente salientes; andar nobre enquadrado por cunhais de granito, com panos revestido a azulejos azuis e brancos, surgindo nos espaços entre as janelas cartelas também de azulejos, com inscrições. É rasgado por seis janelas de verga recta, rectangulares, emolduradas e encimadas por cornija saliente, e ao centro por janela de sacada, protegida por balaustrada de granito, onde assentam os mastros das bandeiras. É a fachada rematada por friso e dupla cornija saliente, encimada por platibanda recta, interrompida ao centro pela pedra de armas real, coroada. Na platibanda, sob a pedra de armas, apresenta placa com a inscrição: DOMUS MUNICIPALIS. Na cobertura, do lado direito, ergue-se torre do relógio, de planta quadrangular, rasgada em cada face por vão em arco de volta perfeita, sobrepujado por mostrador de relógio, inserido em moldura decorada por motivos vegetalistas. Rematam a torre, duplo friso, cornija e balaustrada. Fachadas laterais semelhantes, divididas a meio por dois frisos corridos, sendo um na vertical e outro na horizontal, rasgada, a lateral direita, no piso térreo por vão em arco de volta perfeita, correspondente à arcada, seguido de duas janelas de verga recta e duas portas, sobrepujadas por pequeno vão quadrangular, interligados pela moldura, e no extremo, vão de janela em arco de volta perfeita, no segundo piso por seis janelas; fachada lateral esquerda rasgada, para além do vão correspondente à arcada, por duas portas e duas janelas no piso térreo e seis janelas no piso superior. Fachada posterior, rasgada simetricamente por seis vãos de janela no piso térreo e igual número no piso superior. INTERIOR acedido a partir da arcaria da fachada principal, para átrio rectangular, com pavimentos em ladrilho cerâmico, paramentos rebocados e pintados de branco, com embasamento de granito e lambril de azulejos decorativos azuis, brancos e amarelos, cobertura em caixotões, que dá acesso às várias salas do piso térreo, e á escadaria de acesso ao andar nobre. Algumas salas do piso térreo apresentam cobertura em abóbada de cruzaria. Escadaria de perfil curvo, protegida por guardas de ferro, com degraus decrescentes, abrindo a meio em dois lanços de acesso ao andar nobre. Na parede apresenta painel de azulejos com a inscrição: ESTES AZULEJOS FORAM OFFERECIDOS, À CAMARA DA POVOA DE VARZIM, PELO EXMO SNR. ANTÓNIO JOÃO GOMES D'AMORIM DA FAMILIA DOS BONITOS, D'AMORIM e C.MARTINS.LISBOA.1910. |
Acessos
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Praça do Almada |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 735/74, DG, 1.ª série, n.º 297 de 21 dezembro 1974 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, no principal centro da cidade, em posição de destaque, ocupando a zona O. do quarteirão definido pela Rua das Lavadeiras a N., pela Rua do Boído a E., pela Rua Paulo Barreto a O. e pela ampla praça do Almada a S.. A envolvente é caracterizada por edifícios de habitação e comércio, com número de pisos variados. Na mesma praça encontra-se O Coreto (v. PT011313100013) e o Pelourinho (v. PT011313100002). |
Descrição Complementar
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Inscrições nas cartelas de azulejos da fachada principal: ...SECULO X - VILLA EURACINI SECULO XIV (1308) ...POBRA DE VARZIM DE JUSAÃO; FORAL DE D. DINIZ AOS HABITANTES DO REGUENGO DE VARAZIM DE JUSAÃO EM 1308; OUTHORGA DO FORAL DE D. MANOEL EM 1514; CREAÇÃO DE COMARCA EM 16 DE JUNHO DE 1875; RESTAURAÇÃO DOS PAÇOS DO CONCELHO 1908 - 1910; "ESTES AZULEJOS FORAM OFFERECIDOS À CAMARA DA POVOA DE VARZIM PELO EX.MO SNR FRANCISCO JOÃO D'AMORIM DA FAMILIA DOS BONITOS D'AMORIM; CONSTRUCÇÃO DOS PAÇOS DO CONCELHO PROVISÃO REGIA DE 21 DE FEVEREIRO DE 1791. |
Utilização Inicial
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Política e administrativa: câmara municipal |
Utilização Actual
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Política e administrativa: câmara municipal |
Propriedade
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Pública: Municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIRO: Reinaldo Oudinot (1747-1807) |
Cronologia
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1791, 21 de Fevereiro - D. Maria I decretou a construção do edifício dos Paços do Concelho da Póvoa de Varzim por provisão régia, no seguimento das diligências de Francisco de Almada e Mendonça; 1791 - Reinaldo Oudinot risca o projecto do edifício, ficando a sua construção em aproximadamente 30 contos de réis; 1807 - inauguração e inicio de funções; 1868 - segundo uma descrição desta data, nos novos paços do concelho funcionavam as repartições da câmara municipal, a administração do concelho e da fazenda, a recebedoria do concelho, as audiências e uma vasta sala de ensino primário para o sexo masculino, cujo espaço era também usado como teatro a que acorriam as principais famílias da urbe; Séc. 20 - Colocação dos azulejos da fachada principal, oferecidos por Francisco João d'Amorim da família dos bonitos de Amorim. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes e estrutura mista. |
Materiais
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Estrutura de alvenaria mista, rebocada e pintada, em granito aparente e revestida a azulejos; embasamento, frisos, cunhais, molduras de vãos, cornijas, entablamento, pedra de armas e varanda em cantaria de granito; porta principal em ferro; portas guardas de sacadas e escadas interiores; madeira em caixilharias, janelas e portas; azulejo decorativo na caixa de escadas e no primeiro piso. |
Bibliografia
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LEAL, Augusto Soares A. B. de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1876, vol. VII, p. 621-622; BARBOSA, V., A Póvoa do Varzim, Porto, 1937; BARBOSA, V., Bibliografia da Póvoa do Varzim e seu Concelho, in Boletim Cultural "Póvoa do Varzim", VII nº 2, Póvoa do Varzim, 1968; ANACLETO, Regina, Neoclassicismo. A Arquitectura in História da Arte em Portugal, vol. 10, Lisboa, 1986, pp. 9 - 41; www.cm-pvarzim.pt, 12 de Abril de 2011. |
Documentação Gráfica
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AMPV |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
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AMPV |
Intervenção Realizada
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1906 - Obras de remodelação dos espaços interiores. |
Observações
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Autor e Data
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Isabel Sereno 1994 / Paula Noé 1996 / Ana Filipe 2011 |
Actualização
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