Mosteiro de Ganfei / Igreja Paroquial de Ganfei / Igreja do Divino Salvador

IPA.00005244
Portugal, Viana do Castelo, Valença, Ganfei
 
Arquitectura religiosa, românica e barroca. Igreja conventual românica, alterada em estilo barroco. Apesar das modificações, conserva a sua organização primitiva românica, inserindo-se na 1ª fase do foco românico do Alto Minho com influência Tudense e na tipologia das igrejas de 3 naves e 4 tramos, sem arcos diafragmas, com cobertura de madeira e cabeceira de 3 capelas, com absidíolos muito curtos e de 2 tramos abobadados. Mosteiro barroco, evidenciando grande riqueza e monumentalidade, com alçados articulados por pilastras, acentuadas sobre os telhados por pináculos, cruz ou frontão interrompendo a linha dos telhados, procurando assim dar ênfase às linhas verticais. A organização dos jardins e hortas revelava também grande monumentalidade e preocupações cenográficas, características do barroco. A semelhança entre a organização e a espacialidade de Ganfei com a vizinha igreja de S. Bartolomeu de Revordans (Tui), que é anterior, e os seus notáveis capitéis e os do transepto da Sé de Tui, talvez um pouco posteriores, levam-nos a datar a igreja românica de Ganfei de meados e 2ª metade do séc. 12. Segundo Carlos A. F. Almeida, uma certa imperícia no fecho das abóbadas, a fresta do topo da cabeceira nobilitada apenas internamente, um tipo relativamente curto de cachorros e a ausência de colunas / contrafortes adossados no exterior, mostra que estavam perante experiências construtivas. Escultura decorativa de grande interesse e tratamento volumoso e personalizado. O retábulo da capela-mor é um dos poucos de tabuado, do séc. 18 e em estilo barroco, só pintado, existente no distrito. As dependências conventuais organizam-se a N. e não a S., como era a mais frequente. Reaproveitamento de parte das antigas instalações primitivas a Nascente, conforme evidencia o aparelho empregue nos contrafortes só até ao 1º piso.
Número IPA Antigo: PT011608080006
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro masculino  Ordem de São Bento - Beneditinos

Descrição

Planta composta por igreja longitudinal, de três naves e quatro tramos, com cabeceira tripla, sendo os absidíolos semicirculares e a abside profunda rectangular, torre sineira quadrada adossada a S. e dependências conventuais rectangulares desenvolvidas a N., com claustro quadrangular. Volumes articulados, com coberturas diferenciadas em telhados de uma, duas e quatro águas. Igreja com frontispício orientado a O., em cantaria rebocada e pintada de branco, terminado em empena de cornija, seccionado verticalmente em três panos por pilastras, sobrepujadas por pináculos, e horizontalmente em dois níveis por larga cornija moldurada; no corpo central abre-se portal de verga recta moldurada encimado por friso e frontão triangular ladeado por urnas sobre plintos; sobre a cornija, abrem-se duas janelas com cornija superior ladeando nicho, de arco pleno moldurado sobre pilastras, com imagem de São Bento, volutões laterais e frontão de aletas interrompido; nos corpos laterais rasgam-se pequenas janelas de moldura simples e no segundo registo forma-se pano de muro rematado por aletas. Torre sineira em cantaria aparente, rasgada por frestas sobrepostas, e, superiormente, por dupla sineira em cada face; remate em cornija encimada por balaustrada com pináculos nos cunhais e cobertura piramidal. Fachadas laterais em cantaria aparente, sendo a nave central e o absidíolo S. percorridos por cornija sobre cachorrada. INTERIOR com naves separadas por arcos plenos sobre pilares rectangulares, de sapata redonda e colunas nos topos com capitéis volumosos esculpidos. Nave central com coro-alto de madeira, de planta recta, capela baptismal sob a torre e, entre o terceiro e quarto tramo, dois púlpitos laterais confrontantes, quadrados, com base pétre sobre mísula e guarda e baldaquino de madeira decorada. Nave do lado da Epístola com retábulo lateral de talha policroma, de planta recta e um eixo, terminado em espaldar alto contracurvado, tendo tribuna central entre colunas com capitéis coríntios e duas mísulas laterais com imaginária; absidíolo de dois tramos, com arco de dupla arquivolta sobre coluna, de capitéis esculpidos, encimado por fresta abrindo para o interior; na parede testeira, de aparelho muito irregular, abre-se uma fresta cega sobre arco com capitéis esculpidos. Nave do lado do Evangelho rasga-se porta para as dependências conventuais e duas frestas; absidíolo igual ao anterior mas com retábulo de talha branca e dourada, de planta recta e um eixo, terminado em espaldar recortado, tendo ao centro tribuna com imagens, ladeada por duas mísulas com imagens e colunas. Arco triunfal pleno sobre pilastras com frontaleira de talha policroma. Capela-mor rasgada por seis janelas laterais; assenta em supedâneo, retábulo fingido pintado sobre madeira, de um eixo, formado por tribuna com trono entre duplas colunas coríntias, sobre altos plintos, tendo no terço inferior festões dourados, e no intercolúnio mísulas com imaginária; sobre as colunas exteriores, dois anjos com símbolos da Ordem e nas interiores frontão triangular com insígnias da Ordem, rodeado por elementos fitomórficos, encimado por tabela decorada e ladeada por aletas volutadas, sendo rematada em frontão curvo com querubins no tímpano. O CONVENTO organiza-se perpendicularmente à fachada lateral N. da Igreja, tendo alçado principal ritmado por pilastras encimadas por pináculos ao nível dos telhados; é rasgado no primeiro piso por portas de verga recta e, no segundo, por janelas de sacada, também de verga recta e gradeamento de ferro. A fachada E., virada à cerca, é percorrida por cornija moldurada e, em alguns troços, por friso separando os pisos; tem fenestração irregular, com janelas de peitoril e caixilharia de guilhotina e janelas de sacada, e contrafortes no primeiro piso; a meio, desenvolve-se escada de acesso à sala do Capítulo, de dois lanços, com guardas recortadas decoradas por aletas no primeiro e dois leões sobre plintos no segundo. Claustro de dois pisos, separados por friso, com arcos plenos sobre colunas jónicas no primeiro e janelas de sacada no segundo, de verga recta e gradeamento de ferro; o pavimento das alas é em grandes lajes de granito e algumas dependências do 1º piso são ainda abobadadas; numa das alas abre-se portal de verga recta encimada por. Fronteiro à fachada E. desenvolve-se horta e pomar, cortada por caminho desde a escada até à fonte no extremo oposto; esta, ergue-se a meio de um patamar de escadas, entre latada e bancos corridos. É uma fonte de espaldar, com figura humana debaixo da taça e cornija encimada por concha e bolas sobre plintos. Um pouco mais acima fica o miradouro, com grande tanque quadrado rodeado de latada sobre esteios de granito. A meio do passadiço existe fonte baixa e circular. Pela quinta espalham-se outras fontes e escadas. A O. do terreiro e frente à igreja erguem-se as instalações de lavoura com corpo estreito e comprido, de 1 piso, com porta precedida por pequeno alprendre quadrado e 1 outra com cornija curva encimada por pedra de armas interrompendo a linha dos telhados, sendo esta ladeada por 2 janelas com o mesmo tipo de cornija. Portão de verga recta com telheiro faz a ligação entre este corpo e o do claustro.

Acessos

Ganfei, EN 101, de Valença - Monção (km 2,3), desvio à direita (km 0,5), Lugar da Igreja

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 40 684, DG, 1.ª série, n.º 146 de 13 julho 1956 (igreja) / Decreto nº 44 075, DG, 1.ª série, n.º 281 de 05 dezembro 1961 (claustro e elementos arquitetónicos existentes na cerca)

Enquadramento

Rural, adossado, implantação harmónica. Ergue-se ao fundo de amplo terreiro, fechado por dependências conventuais desenvolvidas a N. com quinta da antiga cerca a E. e a O. e por muro do cemitério adossado a S. Possui alguns elementos decorativos dispersos pela quinta cultivada da antiga cerca. Nas imediações erguem-se algumas construções.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial / Devoluto

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo) (igreja) / pessoa colectiva (convento)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 12 / 17 / 18 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

691 - Parece já existir; 997 - destruído pelas hostes de Almansor; 1018 - reedificada por Ganfredo; 1112 / 1128 - D. Teresa doou-lhe metade da igreja de S. Paio de Mozelos (Paredes de Coura); 1221 - D. Afonso II no seu testamento contempla-o com 100 morabitinos; 1266 / 1435 - agitação devido às lutas entre os abades e os monges e às guerras fronteiriças; 1304 - inscrição em unciais; 1320 - taxada em 300 libras; Infante D. Pedro, conde de Barcelos, filho de D. Dinis, beneficiou-o quando ali viveu 4 anos; 1363, 24 Julho - D. Pedro I autorizou mosteiro a haver e manter os bens legados para se levantar da ruína em que caíra; 1499 - D. Manuel deu o seu padroado ao Marquês de Vila Real, que passou a eleger os abades comandatários entre os membros da sua família, o último dos quais foi D. André de Noronha (morreu 1581); 1546 - tinha abade e 4 monges, sendo as rendas do 1º avaliadas em 100.000 rs; cada monge tinha 2.000 rs em dinheiro, 2 pipas de vinho e 112 alqueires de pão e o vigário da igreja 15.000 rs; 1569, 2 Outubro - Beneditinos tomam posse dele; 1588, 5 Maio - efectivação da posse, sustentando demanda com os Marqueses de Vila Real; 1574 - o mosteiro pertence ao padroado real; 1603 - muda-se sepultura de Ganfredo de junto da porta principal para as grades do cruzeiro, perto do púlpito; passados alguns anos, abade Frei Bento Machado transfere-o para túmulo alto junto da porta da sacristia; 1617 - acordo entre os Marqueses e os beneditinos; 1693 - data na mísula do nicho do frontespício; 1706 - convento conservava 16 benefícios, a maioria simples, de 80 a 100 mil reis que dava para o abade; 1707 - data na porta lateral da igreja; 1760 - data na capela do lado do Evangelho; séc. 18 - restaurado; construção de canais de adução para irrigação dos campos da cerca; 1834 - extinção das ordens religiosas; 28 Maio - por decreto de Joaquim António Aguiar, o convento passou para a posse do Estado e a igreja ao culto dos paroquianos; 1886, cerca - o convento comprado por António Xavier Torres e Silva, de Caminha; 1931, Setembro - enquanto se procedia a um desaterro na freguesia para a abertura da avenida que ligaria a EN ao adro da igreja conventual, encontrou-se a um metro de profundidade um forno antigo *2; 1942 / 1943 - a Junta de Freguesia de Ganfei começou a retirar a pedra da calçada dos Olivais, caminho de circunvalação à quinta do Convento, e que ligava grande parte da freguesia à Igreja Matriz; 1960 - fonte do claustro foi comprada por Antenor Patino que a deslocou para a sua casa no Estoril; a Direcção Geral do Ensino Superior e Belas Artes oficiou a Câmara para a mesma notificar o proprietário da Quinta do Convento de Ganfei, para repor os elementos retirados no seu primitivo lugar, visto considerar-se a venda da fonte e outros elementos nula e ilegal;c. 1974 - convento vendido à Sociedade de Refinarias de Açúcar Reunidas; 1985, Maio - transferência da fonte do claustro para a Praça da República, frente à Câmara; 1997, Novembro - assinatura de Protocolo entre a Câmara e a RAR para adaptação do convento a fins hoteleiros, cedendo o proprietário 500m2 de terreno à autarquia para ampliação do cemitério; 1999 - durante as obras de arranjo do adro, pôs-se a descoberto vários elementos: 1) entre a porta do cemitério paroquial e o antigo portão dos carros do mosteiro, cruzando transversalmente o terreiro, a face superior das lajes da cobertura de canal de adução, com pendor E. / O., para irrigação dos campos a O. do terreiro; 2) entre a zona central do muro do cemitério virado ao terreiro e a porta O. do topo N. do terreiro, cruzando-o diagonalmente com pendor SE. / NO. lajes da cobertura de uma outra canalização de água para irrigação para os campos a O. do claustro; 3) pavimentação em lajes graníticas junto à porta da antiga portaria.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes e estrutura mista, de cantaria aparelhada e alvenaria rebocada.

Materiais

Granito, talha, madeira pintada. Pavimento de lajes e madeira e cobertura de telha.

Bibliografia

VIEIRA, José Augusto, O Minho Pittoresco, vol. 1, Lisboa, 1886; ARAÚJO, Ilídio Alves de, Arte Paisagistica e Arte dos Jardins em Portugal, vol. 1, Lisboa, 1962; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Primeiras Impressões sobre a Arquitectura Românica Portuguesa in Revista da Faculdade de Letras, vol. 2, Porto, 1971, p. 65 - 115; idem, Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho (Dissertação de Doutoramento em História de Arte), vol. 2, Porto, 1978; OLIVEIRA, A. Lopes de, Valença do Minho, Póvoa do Varzim, 1978; COSTA, Avelino de Jesus da, A Comarca Eclesiástica de Valença do Minho, Ponte de Lima, 1981; AMORIM, Anop Roby, Chafariz "Incomodativo" e para cúmulo seco, Jornal de Notícias, Porto, 18 Jul. 1985; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, O Românico in História da Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1986; idem, Alto Minho, Lisboa, 1987; ALVES, Lourenço, Arquitectura Religiosa do Alto Minho, Viana do Castelo, 1987; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988; s.a., Restauro do Convento de Ganfei in Notícias de Viana, Viana do Castelo, 16 Nov. 1989; NEVES, Manuel Augusto A. Pinto, Valença na História e na lenda, Braga, 1990; ROCHA, J. Marques, Valença, Porto, 1991; SILVA, Célia Maria Taborda, A Exploração de um Domínio Senhorial - o Mosteiro de Ganfei durante o Antigo Regime in Estudos Regionais, nº 15, Viana do Castelo, 1994, p. 135 - 142; NEVES, Manuel, Augusto Pinto, Valença. Das origens aos nossos dias, Valença, 1997; Relatório dos Trabalhos de Acompanhamento Realizados pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, ao Abrigo dos Protocolos com a Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (1997 - 1999) (2001 - 2002), (Universidade do Minho), Braga, 2002; FERNANDES, Paulo - «O teatro das formas - face da condenação e redenção na escultura românica» in Invenire Revista de Bens Culturais da Igreja. Lisboa: Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, julho - dezembro 2013, n.º 7, pp. 20-26; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN; Arquivo Distrital de Braga, Conventos e Mosteiros, C.S.B, Ganfei, nº. 89 - 90; ANTT, Conventos de Viana do Castelo, Ganfei, nº 364

Intervenção Realizada

DGEMN: 1961 - Trabalhos de escoramento da parede S. da igreja; 1962 - obras de restauro da parede S.; trabalhos de restauro e conservação; 1969 - consolidação da torre; 1977 - reparação das coberturas; 1978 - diversos trabalhos de conservação; 1979 - execução de rebocos em paredes e na abóbada da sacristia e pequenos trabalhos de conservação; 1980 - prosseguimento dos trabalhos de conservação na zona da sacristia; limpeza do absidíolo do lado S.; 1981 - prosseguimento dos trabalhos de conservação nas paredes das naves; 1983 - diversos trabalhos de conservação; 1984 - reparação de instalação eléctrica; 1985 - obras de conservação e reparação; 1986 - beneficiações diversas; 1989 - beneficiação interior da nave e da capela-mor; 1990 - beneficiação interior da nave e da capela-mor; rebocos e pavimentos; 1991 / 1992 - conclusão das obras na nave e na capela-mor; 1992 - telhados e coberturas; 1994 - renovação das coberturas, carpintarias, drenagens e outras beneficiações no imóvel; 1995 - renovação das coberturas, carpintarias, drenagens e outras beneficiações no imóvel; 1998 / 1999 - pavimentação e arranjo do largo, com seu rebaixamento e pavimentação a calçada, com acompanhamento arqueológico dos trabalhos de drenagem das águas pluviais pelo Dr. Luís Fontes, da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, no âmbito do Protocolo com a DGEMN; 1999 - obras de conservação da torre sineira; limpeza de vegetação e de cantarias, reposição de cantarias arruinadas e tratamento de juntas.

Observações

*1 - Segundo Ilídio Alves de Araújo, a poente do mosteiro, e entre este e o caminho público, situava-se o "jardim de Espanha", constituído por terraço rectangular com chafariz ao centro e os muros decorados por diferentes ornatos de cantaria. Nele, alguns degraus conduziam a terraço, para o qual se abria uma porta do convento e que estabelecia comunicação com o claustro, e, através deste, com o terreiro exterior. Outra escada desce do jardim para o terraço inferior da quinta que se estende a N. do convento, para um e outro lado. *1 - Era um recinto com 1,20 m de diâmetro, com igual altura e 1,5 de profundidade; era constituído por três séries de arcos de tijolo, revestidos de uma camada vítrea escura, distando os arcos entre si de cerca 25 cm. *3 - A fonte central da quadra, de claustro com tanque lobulado, coluna galbada, 1 taça lobulada com carrancas entre molduras, 2ª coluna galbada também com carrancas e remate com moldura quadrada invertida, está na praça da República, na vila.

Autor e Data

Paula Noé 1992

Actualização

Paula Noé 1999
 
 
 
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