Coliseu do Porto
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Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória |
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Arquitectura civil cultural, moderna e vanguardista. Volumetria compacta, de planta quadrangular, com fachada-torre de desenvolvimento vertical, rasgada por vãos rectangulares e circulares, não correspondendo a dimensão da fachada à largura total do conjunto formado pelos vários espaços do coliseu. Sala de espectáculos de planta circular, articulada em ferradura, com interior distribuído por galerias, camarotes, balcão popular, plateias, frisas, tribunas e frisas, com capacidade para cerca de 3000 pessoas. As suas características desta sala permitem a realização de variados espectáculos passando pela música, bailado, teatro, ópera, circo, cinema entre outras. Dispõe de palco com boca de cena rectangular, de um complexo equipamento de movimentação cénica, fosso de orquestra e pista de circo assente numa placa elevatória hidráulica com treze metros de diâmetro. Alçado principal de linguagem inovadora, rompendo com a tipologia arquitectónica da baixa portuense, tornando-se uma obra de referência da sua época. O Coliseu apresenta a maior pista de Circo da Europa. |
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Número IPA Antigo: PT011312120161 |
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Registo visualizado 2333 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Coliseu
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Descrição
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Acessos
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Rua de Passos Manuel, nº 137 |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 637/2012, DR, 2.ª série, n.º 212 de 02 novembro 2012 |
Enquadramento
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Urbano, flanqueado. Implantado no centro da cidade, em terreno de declive acentuado E.-O., integrado numa frente urbana contínua, adossado a O. ao antigo Cinema Olímpia (v.PT011312120233) e a E. a edifícios habitacionais e comerciais de quatro pisos. Na frente oposta, e no lote fronteiro, distingue-se a presença de uma garagem modernista. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Cultural e recreativa: coliseu |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: coliseu |
Propriedade
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Pública: Municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTURA: Cassiano Branco (Arq. 1897-1970); Júlio José de Brito (Eng. e Arq. 1896-1965); Mário de Abreu*1, Charles Ciclis*2, Rogério Cavaco e Sociedade de Arquitectos Arsuna*3 |
Cronologia
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1908, 17 Março - Inauguração do Salão Jardim Passos Manuel*4; 1911 - o salão é renovado passando também a incluir jardim - esplanada, salão de festas, pavilhão restaurante, hall e um pequeno teatro; 1937 - surgem os primeiros esboços para a construção de uma grande e moderna sala de espectáculos no porto, da autoria do arquitecto José Porto; 1938 - o arquiteto holandês Jan Wils apresenta uma prosposta para o Coliseu; - o Salão Jardim Passos Manuel foi desactivado e posteriormente demolido; 1939 - Cassiano Branco assume o cargo de arquitecto dirigente da obra de construção em colaboração com Júlio de Brito*5; 1940 - Charles Siclis, de passagem por Lisboa em fuga da invasão da França, desenvolve projetos de docoração para os interiores; 1941, 19 Dezembro - inauguração; 1981 - proposta de classificação do edifício pelo 2.º Congresso da Associação dos Arquitetos Portugueses; 1987, 11 dezembro - proposta de abertura do processo de classificação pelo IPPC; 18 dezembro - Despacho de abertura do processo de classificação pelo vice-presidente do IPPC; 1995 - a Empresa Artística, SA / Grupo Aliança - UAP, vende o coliseu à IURD chegando a estar marcada a inauguração da nova "Igreja" para o dia 5 de outubro *6; 1971 - o antigo salão de festas é transformado no cine - estúdio Passos Manuel; 1995, 17 novembro - constituída a Associação "Amigos do Coliseu do Porto"; 1996, 28 setembro - feita a escritura pública de compra e venda do coliseu, incluindo o cinema Passos Manuel, o Salão Jardim, o Salão Ático e a litografia por 680 mil contos; durante o espectáculo um incêndio destrói completamente a caixa do palco e faz graves estragos na sala principal e nos camarins; 1996, 17 dezembro - reabre as portas depois de recuperado; 1998, 10 Setembro - Despacho do vice-presidente do IPPAR, a confimar o Despacho de abertura de 1987; 2005, 12 setembro - proposta da DRPorto de classificação como Imóvel de Interesse Público; 2008, 01 julho proposta de uma Zona de Proteção Especial conjunta com a Capela das Almas, Edifícios das Obras Pública, Café Magestic, Igreja de Santo Ildefonso e Cinema Batalha; 12 novembro - parecer favorável à classificação e definição da Zona Especial de Proteção do Conselho Consultivo do IGESPAR; 2010, 29 setembro - parecer favorável à definição da Zona Especial de Proteção do Conselho Nacional de Cultura; 2011, 13 abril - Despacho de homologação do Secretário de Estado da Cultura da classificação do Coliseu como Imóvel de Interesse Público; 2015, setembro - transferência da escola profissional de Balleteatro no Coliseu, que passa a companhia residente; 2023, Outubro - Conselho da Área Metropolitana do Porto anuncia candidatura aos fundos do Programa Norte 2030 para obras de recuperação. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante |
Materiais
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Betão armado, tijolo, azulejos, ferro, madeira, vidro, mármore, mosaico hidráulico. |
Bibliografia
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Arquitectura Portuguesa, nº 27, Julho de 1937; Arquitectura Portuguesa, nº 48, Março de 1939; O Comércio do Porto, 19 e 20 Dezembro de 1941; Jornal de Noticias, 19 e 20 Dezembro de 1941; RODRIGUES; A. Jacinto, "Cassiano Branco na Concepção do Coliseu do Porto", in Cassiano Branco uma obra para o futuro, Porto, 1991; Arquitectura del Movimiento Moderno. Registro Docomomo Ibérico. 1925-1965, 1996; FIGUEIREDO, Rute Pinto, "Coliseu do Porto" in Portugal, Arquitectura do Séc. XX, 1997; MARTINS, João Paulo, Arquitetura Moderna em Portugal: a Difícil Internacionalização. Cronologia, in Arquitetura Moderna Portuguesa 1920-1970, IPPAR, 2004, pp.160-161; TOSTÕES, Ana, "Coliseu do Porto" in Porto 1901-2001: Guia da Arquitectura Moderna, Porto, 2001; TOSTÕES, Ana, Os verdes Anos na Arquitectura Portuguesa dos Anos 50, Porto, FAUP, 1997; MELO, Ana Duarte e CARDOSO, Teresa, Coliseu do Porto, 60 anos, Ed. Amigos do Coliseu do Porto, 2001; Arquitectura Moderna Portuguesa 1920 - 1970. Um Património a Conhecer e Salvaguardar, Coord. TOSTÕES, Ana, LACERDA, Manuel, SOROMENHO, Miguel, Lisboa. IPPAR, 2004; www.ippar.pt, 12-06-2008; www.coliseudoporto.pt, 12-06-2008; "Coliseu do Porto vai ter obras de fundo pela primeira vez em 82 anos", Expresso online, 24 outubro de 2023, https://expresso.pt/blitz/2023-10-24-Coliseu-do-Porto-vai-ter-obras-de-fundo-pela-primeira-vez-em-82-anos-O-paradigma-da-concessao-a-privados-morreu-aqui-a05e0650. |
Documentação Gráfica
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CMP: Arquivo Histórico, Proc. nº 5972/39; Coliseu: Arquivos |
Documentação Fotográfica
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CMP: Arquivo Histórico; Coliseu: Arquivos; Casa Alvão; IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CMP: Arquivo Histórico, Proc. nº 5972/39; Coliseu: Arquivos |
Intervenção Realizada
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1997 / 2001- Substituição da instalação eléctrica, construção de novas instalações sanitárias em todos os pisos, substituição da rede de águas e esgotos, substituição do sistema de segurança e combate a incêndios, reparação do telhado e substituição de todas as caleiras e algerozes, recuperação dos camarins nos cinco pisos, elaboração de um novo projecto cénico. Foram aumentados os equipamentos de movimentação e iluminação cénica, foi recuperada e melhorada a rede de aquecimento, foi instalado um sistema de legendagem electrónica com tradução simultânea em duas línguas e uma bilheteira electrónica. A plateia foi integralmente reconstruída para melhoria da acústica e a visibilidade dos espectadores, sendo construído um armazém sob a mesma. Foi instalado um segundo fosso de orquestra e uma nova pista de circo assente numa placa elevatória hidráulica, com 13 metros de diâmetro. |
Observações
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EM ESTUDO. *1 - Mário de Abreu projectou o interior e fez alterações na sala principal, na escadaria e na torre da fachada que deveria ser envidraçada, e eliminou o néon verde, vermelho e branco que acompanharia todo o edifício. *2 - Charles Ciclis foi autor de vários teatros em Paris e terá entrado no projecto do Coliseu a convite de Cassiano Branco. Dos seus desenhos de interior, aparentemente, apenas foram aproveitados os candeeiros e portas, e nunca foi remunerado. *3 - Autor do novo projecto cénico. *4 - O Salão Jardim Passos Manuel foi o primeiro local polivalente da cidade e "era o ponto de encontro da sociedade portuense, um local elegante, de decoração sofisticada, com amplos jardins e repuxos luminosos que proporcionava todo o tipo de entretenimento. Tinha capacidade para setecentas pessoas (Coliseu do Porto, 60 anos)". *5 - A construção do coliseu foi um processo conturbado, por onde passou o risco de vários arquitectos, como José Porto que acabou por abandonar o projecto. Seguem-se vários outros nomes como Yan Wills, arquitecto holandês, que também fez esboços que ficaram sem efeito, Júlio de Brito que viu os seus projectos recusados pela Comissão de Estática da Câmara do Porto, no entanto como estava ligado à Companhia de Seguros Garantia, proprietária do Salão Jardim Passos Manuel e posteriormente do Coliseu, acabou por ficar ligado ao projecto. *6 - Estas notícias suscitaram um movimento inédito de indignação e revolta por parte dos portuenses. Vários artistas do porto e as principais instituições como CMP, Governo civil, entre outras e a população em geral, reagem unanimemente contra o fim anunciado do coliseu. |
Autor e Data
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Ana Filipe 2008 |
Actualização
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