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Edifício e estrutura Edifício Armazenamento e logística Armazém
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Descrição
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Edifício de planta em L constituído por dois corpos, de dois pisos e águas furtadas, articulados por um pátio. Um faz frente para a R. José Falcão e outro para a R. da Conceição. A fachada voltada a José Falcão apresenta ao nível do 1º piso quatro janelas em arco de volta perfeita e no piso superior no alinhamento destas duplas janelas de sacada com arco em ferradura. Ao eixo sobre a porta da entrada, também com arco de volta perfeita, uma janela com varanda saliente e conjugando na parte superior um arco em ogiva com um arco em ferradura. Ao longo do edifício como remate uma platibanda corrida encimada por merlões denteados cerâmicos, que nos cunhais e no centro são encimados por vasos. Esta fachada é totalmente revestida a azulejos, conjugando o de padrão e liso a grandes placas cerâmicas relevadas adaptadas às formas dos vãos. A fachada voltada para a R. da Conceição é estruturalmente semelhante à anterior. No 1º piso abrem-se, do lado direito duas portas com bandeira, do lado esquerdo um portão largo e ao centro, uma porta também com bandeira, todas de verga reta. No piso superior quatro janelas de peitoril e verga em arco de volta perfeita ladeiam janela de sacada. Toda a fachada é revestida a azulejos lisos figurativos com as cores branco, azul e amarelo, destacando-se a imitação de balaústres sob as janelas de peitoril. Remata-a platibanda corrida encimada por merlões quadrangulares vazados. O pátio atualmente coberto e subdividido por divisórias amovíveis é contornado no seu perímetro por uma varanda, constituindo-se numa galeria de exposição. O edifício virado à R. da Conceição apresenta uma habitação tradicional de corredor ao centro, hall e escadaria revestidos a azulejo. No r/c um extenso espaço apoiado em colunas de ferro fundido é ocupado por estacionamento. As traseiras deste edifício, anteriormente logradouro estão ocupadas por espaços de escritório. O edifício voltado para a R. José Falcão, orientado a E. é marcado no r/c por um corredor central, com uma sala para cada lado. O piso superior é caracterizado por um salão ao longo da fachada principal, apoiado em quatro colunas metálicas, com as paredes laterais revestidas a estantes envidraçadas. Este espaço encontra-se atualmente subdividido pelos escritórios. Trata-se do antigo Salão de Exposições das Devesas e por isso extremamente decorado com estuques no teto e na parte inferior das janelas. As vigas metálicas do teto, formam uma quadrícula estruturadora da composição em estuque do mesmo. A parte inferior das janelas apresenta painéis de azulejo figurativos com referências à Fábrica. Ao percorrer o interior deste prédio apresentam-se elementos da produção da Fábrica, nas molduras interiores das aberturas, revestimento dos pavimentos, lambris, guardas das varandas e escadas com elementos cerâmicos. |
Acessos
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Rua José Falcão, nº 199; Rua da Conceição nº 65 e 67 |
Protecção
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Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria nº 960/2014, DR, 2.ª série, n.º 221, de 14 novembro 2014 |
Enquadramento
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Urbano, relacionando-se para duas ruas. A frente virada à Rua José Falcão é flanqueada por edifícios de dois pisos e a virada à Rua da Conceição por um edifício a O. de dois pisos e a E. de três pisos. |
Descrição Complementar
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As colunas metálicas apresentam o cunho "DEVESAS". |
Utilização Inicial
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Armazenamento e logística: armazém |
Utilização Actual
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Armazenamento e logística: armazém |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1865 - Fundação da Fábrica de Cerâmica das Devesas por António Almeida Costa; 1899, 17 Agosto - requerida a licença de construção por António de Almeida Costa & Cª; 31 Agosto - concedida a licença de construção; 1901 - construção do edifício / depósito; anos 60 - é adquirido pela Firma UNITECA; 1999, 30 março - proposta de abertura do processo de classificação da DRPorto; 14 abril - despacho de abertura do Vice-Presidente do IPPAR, incluindo-o na classificação da Fábrica das Devesas em VNGaia; 2010, 22 dezembro - proposta da DRCNorte para a classificação como MIP (separando os processos de Gaia e Porto); 2011, 9 fevereiro - parecer da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor a não classificação de âmbito nacional; 9 março - despacho de arquivamento do Director do IGESPAR, I.P.; 7 dezembro - foi apresentada reclamação; 2012, 19 março - proposta da DRCNorte para a classificação como MIP; 22 maio - despacho de reabertura do processo, do diretor-geral da DGPC; 25 julho - despacho de abertura do procedimento de classificação, publicado no anúncio n.º 13300/2012 DR, 2ª série, n.º 143; 2013, 29 maio - O processo de classificação foi considerado caducado por despacho da diretora-geral da DGPC, após parecer do Gabinete Jurídico, a requerimento da proprietária; 2014, 22 abril - publicação do projeto de decisão relativo à classificação do imóvel como Monumento de Interesse Público, em Anúncio n.º 97/2014, DR, 2.ª série, n.º 78. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista (estrutura em colunas de ferro fundido). |
Materiais
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Paredes exteriores de alvenaria de granito revestidas a azulejo; cobertura em estrutura de madeira revestidas a telha de barro; tectos em estuque; pavimentos em lajeado de granito, soalho de madeira ou mosaico cerâmico; caixilharias de madeira pintadas; guardas em tijolo ou ferro fundido. |
Bibliografia
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SILVA, Germano, Vitória, Colecção Mediana - Guias das Freguesias do Porto, Porto, 1995; CORDEIRO, José Manuel, As fábricas portuenses e a produção de azulejos de fachada (Sécs. 19 - 20), in Azulejos no Porto, Catálogo da Exposição Temporária - Mercado Ferreira Borges, Porto, 1996. |
Documentação Gráfica
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AHMP |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
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AHMP |
Intervenção Realizada
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Observações
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A Fábrica de Cerâmica das Devesas estabelecida em Vila Nova de Gaia em 1865 constituía na época uma das maiores e mais bem equipadas unidades fabris no género. Fundada por António Almeida e Costa possuía também incorporada na mesma uma Fundição. Esta Fundição além da produção de artefactos de ferro produzia as máquinas ligadas à produção cerâmica. O sócio de António Almeida e Costa era o Mestre José Joaquim Teixeira Lopes Mestre de Escultura Cerâmica. A sua formação vinha da Escola de Belas Artes do Porto e da Escola Imperial de Paris. A unidade industrial das Devesas, assim como a do Carvalhinho e a de Massarelos estão ligadas à produção de "azulejo de relevo". Dada a importância da Fábrica das Devesas e sendo o Porto um centro de comércio por excelência é construído este edifício na antiga R. D. Carlos I (actual R. José Falcão) como casa - depósito dos materiais produzidos para mostruário e comercialização dos mesmos. Dada a riqueza e rigor dos elementos cerâmicos da fachada de José Falcão levam alguns autores a atribuirem a autoria ao Mestre José Joaquim Teixeira Lopes. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1996 |
Actualização
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Ana Filipe 2011 |
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