Fonte do Rio Frio / Fonte das Virtudes

IPA.00005546
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Arquitectura civil pública barroca. Fonte de espaldar decorado por vários elementos, alguns alusivos às armas da cidade, e rematado por frontão interrompido. Destaca-se da envolvente pela monumentalidade e equilíbrio das suas linhas. A decoração concentra-se essencialmente na zona central do espaldar.
Número IPA Antigo: PT011312080010
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Hidráulica de elevação, extração e distribuição  Chafariz / Fonte  Chafariz / Fonte  Tipo espaldar

Descrição

Constituída por um alto espaldar tendo na zona central duas pilastras suportando cornija e frontão interrompido pelas armas reais. Entre as pilastras caneladas, organiza-se uma cartouche, situado num plano inferior, dentro da qual se encontra uma inscrição, dois castelos em alto relevo, um de cada lado de uma edícula, onde em tempos terá estado uma imagem da Virgem, também conhecida por Senhora das Virtudes, que juntamente com os castelos representava as armas da cidade do Porto. De cada lado deste conjunto vê-se uma pirâmide acrotéria ligada à respectiva pilastra por uma voluta. Na parte central inferior encontram-se duas carrancas, ainda com um certo sabor renascentista de onde saía a água.

Acessos

Miragaia, Calçada das Virtudes

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23 junho 1910*1

Enquadramento

Urbano, isolado. Situa-se ao fundo da calçada das Virtudes, tendo a N. o grandioso muro de suporte do Passeio das Virtudes, a S. e a O. quintais em socalcos outrora pertencentes a moradias de tipo solarengo e a nascente a Calçada das Virtudes.

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: Inscrição em latim gravada no centro do espaldar; inserida em cartela quadrangular decorada; mármore; Leitura: Fons scalet illustri virtutum nomine dictus: Qui sitit, has lymphas absque tomire bibat. Ante cavernoso de pumice degener ibat: Obstabant pigra limus et umbra mora. Publica conspicuas expensa duxit in auras, Utque loco flueret commodiore dedit. Inde viau stavit, dejecitque ordines se des, Gratiatam gratis maior ut esset aquis. Anno M-D CXIX; Tradução: Aqui flui abundante a fonte dita das virtude, quem tiver sede já pode beber sem receio. Estas águas nasciam de uns penedos cavernosos e andavam por ali perdidas em charcos imundos e sombrios. A câmara municipal as expôs, como vedes, fazendo esta majestosa fábrica, e para lhe dar maior realce abriu esta estrada e fez estes assentos. No ano de 1619 *2.

Utilização Inicial

Hidráulica: chafariz

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: Municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Pantaleão de Seabra e Sousa (atr.) *3

Cronologia

1619 - A Câmara Municipal do Porto delibera a construção da Fonte do Rio Frio, mais tarde designada Fontes das Virtudes, para o correcto aproveitamento das águas de várias minas que andavam espalhadas e sem aproveitamento público; à data foi considerada uma das mais notáveis obras de cantaria da cidade.

Dados Técnicos

Estrutura autoportante

Materiais

Estrutura de granito; mármore vermelho na placa de inscrição.

Bibliografia

LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, 5º Vol., Lisboa, 1873; PACHECO, Helder, Porto Novos Guias de Portugal, Lisboa; Porto a Património Mundial, Porto, 1993; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal - Porto Cidade, Porto, 1995; SILVA, Germano da, Fontes e Chafarizes do Porto, Porto, 2000.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Foi construída numa zona, outrora ocupada pela comunidade judaica que por ali tinha o seu almocavar ou cemitério judaico. Por estar situada perto do Rio Frio, tomou primeiramente a designação de Fonte do Rio Frio, tendo mais tarde sido mudada para Fonte das Virtudes, por se ter considerado que as sua águas tinham propriedades medicinais. *1 - DOF: Chafariz das Virtudes; *2 - Inicialmente, a fonte, possuia bancos de pedra a ladear o tanque e no lado direito da ladeira que lhe dá acesso, para descando das pessoas, uma vez que a Calçada das Virtudes era no séc. 17 o passeio predilecto da burguesia; *3 - Pantaleão de Seabra e Sousa, fidalgo da Casa Real e Regedor da Cidade, segundo o Padre Manuel Pereira de Novais, terá delineado chafariz, e segundo Germano Silva será o autor da inscrição; *4 - Tem a Câmara Municipal do Porto, através do Comissariado para a Recuperação Urbana da àrea da Ribeira Barredo (CRUARB), um plano de pormenores, em fase de estudo, que prevê a reabilitação integral do chafariz das Virtudes, bem como da sua zona envolvente.

Autor e Data

Isabel Sereno / Miguel Leão 1994

Actualização

Paula Noé 1997
 
 
 
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