Convento de Santa Clara / Quartel da Polícia da Segurança Pública, PSP, do Porto
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Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória |
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Arquitetura religiosa, maneirista e neoclássica, adaptada durante o séc. 20 a esquadra da P.S.P.. Convento de clarissas, de construção medieval, de planta retangular irregular, composto por igreja (v. PT011312140004), casa paroquial, e alas conventuais desenvolvidas em torno de um claustro central. Fachadas rebocadas e pintadas, com elementos estruturais e decorativos em cantaria de granito aparente, rasgadas por vãos de verga reta, com molduras simples. Fachada principal rematada por platibanda descontínua, com frontão triangular ao centro, desenvolvida em três registos divididos em cinco panos assimétricos. As fachadas O. e S., apresentam vãos rasgados de forma irregular, que denunciam um passado arquitetónico que atravessou épocas diversas. O claustro maneirista, apresenta várias afinidades com o claustro do Colégio Novo de Coimbra (v. PT020603020016), com o do Convento da Graça em Lisboa (v. PT031106160053) e principalmente com o do Convento de Grijó (v. PT011317060005) (pisos superiores fechados, verticalismo, fachadas compartimentadas em painéis). |
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Número IPA Antigo: PT011312140214 |
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Registo visualizado 5209 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Mosteiro feminino Ordem de Santa Clara - Clarissas (Província de Portugal)
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Descrição
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Convento de planta retangular irregular, desenvolvida essencialmente à volta do antigo claustro conventual. É composta por duas alas que se desenvolvem no sentido S./N. e E./O., igreja, sacristia e casa paroquial, desenvolvendo-se a nave fora do retângulo, a SE., e dois corpos anexos ao claustro a S.. Conjunto de volumes articulados e interligados, com coberturas diferenciadas, de duas na igreja, sacristia, três águas na casa paroquial, quatro nas alas laterais e corpos anexos, e plana sobre o claustro. Fachada principal virada a N., rebocada e pintada de branco, rematada por platibanda descontínua, encimada ao centro por frontão triangular. Divide-se em três registos, seccionados por pilastras em cinco diferentes panos, sendo o central mais estreito, onde se situa a porta principal. O registo térreo é separado dos superiores por friso e apresenta fenestração irregular. Nos registos superiores a fenestração é ritmada uniformemente, tendo as cinco janelas centrais entablamento semelhante ao da porta principal, e todas as outras molduras simples, sendo algumas em cantaria de granito e outras em betão, tendo estas recebido a mesma cor da parede. Os vidros, únicos, são basculantes. As fachadas O. e S. mostram vãos rasgados de forma irregular, denunciando vários momentos construtivos. O diálogo entre o passado e o presente é sublinhado pelos fossos de luz, que destacam e valorizam os vários momentos construtivos. Estes fossos são servidos por claraboias colocadas ao nível das coberturas. Assim, um fosso faz a separação entre a caixa interior e a atual fachada principal, dobrando para poente e para nascente. Outro põe em evidência a primitiva fachada. Os fossos são atravessados por pontes. No primeiro caso a ligação faz-se apenas ao nível da porta de entrada. No segundo, pelos passadiços situados nos vários níveis, e pelas escadas que os ligam. Distribui-se por cinco pisos. O piso 0 (cave em relação à fachada principal), corresponde ao piso inferior do claustro. Na ala S. está a descoberto uma porta em arco quebrado. No pátio do claustro, ficou em parte à vista, a parede detetada durante os trabalhos de consolidação das fundações, protegida por fosso, com grade em ferro, que dá acesso ao circuito de emergência. INTERIOR: no piso um, situa-se o átrio, colocado ao nível da rua, ao qual se chega pela já referida ponte sobre o fosso de luz, e que permite o acesso às zonas consideradas públicas e o contacto visual com o claustro, mais adiante. Desde a ponte, pode observar-se olhando para cima (o que é possível devido ao distanciamento criado pelo fosso) uma enorme grade, que acompanha a parede em vidro, da sala de reuniões, já do piso seguinte. Os pisos dois e três estão reservados a áreas específicas da instituição policial nomeadamente Comando, Telecomunicações, Secretariados e ainda Balneários, Vestiários, Quartos do Comandante, Subcomandante e Praças. O piso quatro destina-se às Messes e Bares dos Oficiais e Praças. Também aqui se tenta remeter para a memória dos refeitórios conventuais, através do teto abobadado, em gesso, e do revestimento de azulejo tradicional branco. Um último piso, sobre os refeitórios, é essencialmente destinado às áreas técnicas. O claustro com espacialidade acentuadamente vertical tem cinco registos, separados por entablamentos retos seccionados por pilastras, que se prolongam do primeiro ao último piso definindo painéis, alternadamente mais e menos largos. No piso térreo, apresenta uma sequência de arcos de volta perfeita, também de largura alternada, assentes em pilares. Os arcos estão atualmente fechados com vidros, temperados, incolores, sem caixilho, havendo portas em cinco dos mais estreitos. No piso um, mostra nos painéis mais largos, varandins em ferro assentes em cachorros de granito com caneluras, e portas em vidro com caixilho também em ferro. Estes mesmos varandins repetem-se no piso dois, alternando com janelas. O piso três é semelhante. O piso quatro tem janelas a S. e a E., e um recuo coberto nos lados opostos, sendo este, uma ampliação, integrada no espírito de reabilitação, repetindo em aço, a métrica das pilastras. |
Acessos
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Largo 1º de Dezembro |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Protecção da Igreja de Santa Clara (v. PT011312140004) |
Enquadramento
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Urbano, adossado. Ergue-se num terreno desnivelado, no centro histórico do Porto. Ocupa parte do espaço que outrora constituíu o Convento de Santa Clara. Actualmente encontra-se desanexado da Igreja, Côro, Cartório, Sacristia, Horto e Jardim. Apresenta a fachada principal virada a N., para um espaço público, ajardinado. Tem a E., a Igreja de Santa Clara, monumento nacional, à qual está adossado. A O. situam-se as conhecidas escadas do Codeçal. A fachada S., proporciona magníficas vistas sobre o rio Douro, e cidade de Gaia. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: mosteiro feminino |
Utilização Actual
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Segurança: quartel da Polícia de Segurança Pública (PSP) |
Propriedade
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Pública: Estatal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 15 / 17 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETURA: Luís Amoroso Lopes (estudo de adaptação a Aljube), Victor Mestre (projeto de reabilitação); FISCALIZAÇÃO E GESTÃO DE OBRAS: DGEMN (Fátima Bastos, Susana Maldonado, Paulo Amaral Gomes, Américo Sampaio de Carvalho); ENGENHARIA: Manuel Pinto Vilalobos (16?? - 1734), João Appleton e Pinheiro Soares (projeto de estruturas), Luís Aragão Ramos (eletricidade, telefones e telecomunicações), Victor Fernandes (águas e esgotos), Carneiro Moniz (gás), Vieira Pinto e José Nobre (mecânica); EMPREITEIRO: João Fernandes da Silva |
Cronologia
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1264 - fundação do Convento de Santa Clara do Torrão, em Entre-os-Rios perto da confluência do Tâmega com o Douro; 1405 - o Papa Inocêncio VII concede autorização a D. Filipa de Lencastre para transferir as monjas clarissas do Torrão, para o Porto, para o local conhecido por Carvalhos do Monte, dentro do burgo fortificado; com a morte da Rainha, D. João I responsabiliza-se pela construção; 1416 - bênção da primeira pedra pelo bispo D. Fernando da Guerra, na presença do rei, infantes e corte; grande parte da construção foi custeada pelo monarca; 1427 - as clarissas instalam-se no mosteiro, mas a igreja só ficaria pronta trinta anos depois; séc. 16 / 17 - algumas modificações no edifício; 1707 / 1715 - construção de novos dormitórios, obras de pedraria e carpintaria; 1834 - é abrangido pelo decreto de Joaquim António de Aguiar que extingue as Ordens religiosas, nacionalizando os seus bens, permitindo no entanto, no caso dos conventos femininos, o seu funcionamento até à morte da última freira; séc. 19, finais - o convento é amputado de parte do seu espaço, devido às obras para a Avenida da Ponte; 1900, 16 abril - tomada de posse dos bens do convento por parte do Estado; 1901 - remodelação do corpo norte para instalação do dispensário Rainha D. Amélia, atual centro de saúde da Batalha; o Governo Civil do Porto ocupou as instalações do claustro para adaptação a casa de reclusão; 1903, 1 setembro - através de despacho ministerial são concedidas as instalações do convento à volta do pátio da igreja para instalação da Associação Protetora da Infância; 1960 - a P.S.P. do Porto deixa as instalações que ocupava na rua de S. Sebastião e insta-se no convento de Santa Clara; 1995 - projeto de reabilitação e restauro; Concurso Público; 1996 - adjudicação; 1999 - conclusão. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural misto. Paredes de alvenaria de granito complementadas por novos pilares de aço, e núcleos de acesso com paredes de betão armado. Esta estrutura vertical, recebeu pavimentos mistos de aço e betão, em que lajes nervuradas, com cofragem metálica perdida, são suportadas por sistemas de vigas e cintas de aço. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito e aço e betão armado; reboco tradicional com areia; frisos, algumas molduras de vãos, sineira, mísulas, pilastras, entablamento, alguns pavimentos do piso térreo e degraus em cantaria de granito; azulejos nos sanitários, balneários e cozinhas; azulejo manufaturado nas escadas e refeitório; pavimento de granito amaciado, nas zonas de maior desgaste; mármore no átrio, soalho de tipo macho-fêmea nos gabinetes, salas de reuniões, salas de aulas e diversos compartimentos; tetos com placas de gesso e em algumas zonas contraplacado marítimo; coberturas de telha cerâmica mista, telha romana e telha portuguesa armada sobre sub-telha com isolamento de polietileno extrudido; as coberturas planas, são em cobre do tipo camarinha, sobre isolamento em polietileno alveolado. |
Bibliografia
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CAMPO BELO, Conde de - Os Aljubes do Porto, in Boletim da Câmara Municipal do Porto; FERNANDES, Maria Eugénia Matos - O Mosteiro de Santa Clara do Porto em meados do séc. XVIII (1730 / 80), in Documentos e Memórias para a História do Porto, Porto: Arquivo Histórico, 1992; MESTRE, Victor - Reabilitação do Edifício do Aljube para Instalação da Divisão Concentrada da P.S.P. Porto, in Monumentos, nº 4, Lisboa, 1994, pp 74 - 81; idem - De Convento a Aljube, De Aljube a Convento, in Caminhos do Património, Lisboa, 1999; PASSOS, Carlos - Guia Histórico e Artístico do Porto, Porto, 1935; PASSOS, José Manuel Silva - Zonas Especiais de Protecção, in Associação dos Arquitectos Portugueses, 1989; PEREIRA, Ana Cristina - Os Conventos do Porto, Descontinuidades, Transformação e Reutilização, Dissertação de Mestrado, MIPA, FAUP, Orientação Cientifica do Prof. Doutor Carlos Alberto Esteves Guimarães, outubro 2007; Vários - Porto a Património Mundial, Processo de Candidatura do Porto a Classificação pela Unesco a Património Mundial, 1993. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN / DSID, DGEMN / DREMN |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN / DSID, DGEMN / DREMN |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN / DSID, DGEMN / DREMN |
Intervenção Realizada
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DREMN: 1995 - inicia-se um projecto com o qual se procura encontrar a melhor forma de salvaguardar um testemunho de relevante importância na cidade do Porto e estabelecer um equilíbrio entre programa a instalar, memória, regulamentos, e dificuldades técnicas no âmbito da estabilidade do edifício; 1996 / 1997 / 1998 / 1999 - reabilitação e restauro, segundo princípios éticos constantemente aferidos face às revelações semanais dos trabalhos de desmonte e de sondagem, reajustando ou alterando significativamente o projecto inicial quase até final da obra. As memórias ocultas das alterações que o imóvel sofreu ao longo da sua existência, que o foram ampliando e transformando, detectadas enquanto decorria a remodelação, ficaram a descoberto e foram valorizados. Outros testemunhos arquitectónicos originais, tais como pilastras, cornijas, molduras, cachorros, e outros elementos decorativos em granito, foram submetidos a limpeza, fechamento de fendas, reparação de falhas ou substituição por pedra idêntica. |
Observações
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Autor e Data
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Maria Guimarães 1999 / Ana Filipe 2012 |
Actualização
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