Pelourinho de Bemposta

IPA.00000570
Portugal, Castelo Branco, Penamacor, União das freguesias de Pedrógão de São Pedro e Bemposta
 
Pelourinho seiscentista, de gaiola octogonal, estilizada e do tipo heráldico, assente em plataforma octogonal, sobre o qual surge a coluna do pelourinho propriamente dito, com fuste octogonal e remate em bloco vazado, com pináculo cilíndrico. É muito simples, com gaiola estilizada, rematada por peça cónica embolada delimitada por pequenos colunelos. Casa da Câmara de planta retangular simples, com dois pisos, o superior com acesso por balcão com guarda em cantaria. Apresenta as escadas de acesso ao balcão, ao contrário do que é usual, na fachada lateral esquerda.
Número IPA Antigo: PT020507050001
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Judicial  Pelourinho  Jurisdição régia  Tipo gaiola

Descrição

Estrutura em cantaria de granito, composta por plataforma de quatro degraus, o primeiro rectangular e os seguintes octogonais, onde assenta a coluna com base octogonal fuselada na parte superior e fuste igualmente octogonal, de superfície plana composto por dois tambores e desprovido de capitel. No lado E., um escudo com coroa, muito desgastado. Remate em gaiola estilizada, de secção octogonal e de diâmetro igual ao do fuste. É vazada em quatro lados por orifícios rematados em arco pleno, sendo coroada por peça cónica truncada, boleada, delimitada inferiormente por quatro pequenos colunelos e encimada por pequena peça de secção cilíndrica que sustenta catavento em ferro. CASA da Câmara de planta rectangular simples e de dois pisos, com cobertura em telhado de duas águas, que se prolonga em amplo beiral na fachada principal, assente em pequenos colunelos metálicos, e fachadas em alvenaria de granito no piso inferior, com as juntas preenchidas a cimento, e em cantaria de granito aparente em aparelho isódomo no superior, com remates em beiral. Fachada principal rasgada, no primeiro piso, por porta de verga recta, ladeada por pequena janela quadrangular; no lado direito, possui o corpo avançado do balcão, com pequeno vão rectangular protegido por portada de madeira, com guarda de cantaria, que acede à zona residencial, no segundo piso, por porta de verga recta. No lado direito, surge porta com o mesmo perfil, que abre para ampla sacada de madeira, com guarda do mesmo material, formando falsos balaústres, assente em dois pilares de granito, que criam pequeno alpendre no piso inferior, sob o qual surge mesa de cantaria. Fachada lateral direita em alvenaria de granito, em empena e rasgada por porta de verga recta no piso inferior, surgindo, no lado direito, escadas de acesso ao balcão, com guarda metálica decorada por enrolamentos.

Acessos

Rua da Câmara, Rua do Espírito Santo. WGS84 (graus decimais) lat.: 40,067342, long.: -7,211318

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 23 122, DG n.º 231 de 11 outubro 1933 (Pelourinho)

Enquadramento

Urbano, destacado em terreno declivoso, mas nivelado por plataforma artificial de planta quadrada e revestida superiormente com cantaria. Isolado e descentrado num espaço delimitado por edifícios rústicos, pela antiga Casa da Câmara, a Capela do Espírito Santo (v. PT020507050048), e várias casas, algumas com elementos descaracterizadores. A Casa da Câmara possui, adossados à fachada lateral esquerda, canteiros em cantaria, com várias plantas e videiras, que sobem pelo muro.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Judicial: pelourinho

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal / Privada: pessoa singular

Afectação

Autarquia local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933

Época Construção

Séc. 17 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 12, final - a povoação, recentemente repovoada, pertencia a D. Ponço Afonso de Baião, governador da Covilhã e da Guarda, que lhe deu a actual toponímia; 1258 - citada nas Inquirições, como sendo um pequeno lugar, pertencente a Penamacor; 1277 - 1287 - doada à Ordem do Templo por D. Sancha Rodrigues, segunda mulher e viúva de D. Ponço; 1510, 01 Junho - concessão de carta de foral por D. Manuel; hipotética edificação do pelourinho; séc. 17, meados - possível reconstrução de fortaleza ou reduto defensivo pré-existente *1, sendo refeito o pelourinho; provável construção da Casa da Câmara; 1758, 10 Maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco, Manuel Marques Ribeiro, é referido que a povoação, com 94 vizinhos, é do rei e está anexa à Comenda de São Martinho; tem juiz ordinário e câmara; 1836, 06 Novembro - extinção do concelho, passando a povoação a integrar o de Monsanto; 1848 - a freguesia integrou o concelho de Penamacor.

Dados Técnicos

Sistema estrutural autónomo (pelourinho); Sistema estrutural autoportante (casa)

Materiais

Estruturas em cantaria de granito; balcão e mesa no alpendre em cantaria de granito; catavento do pelourinho, suportes do beiral da casa e guarda da escada do balcão em ferro; portas, caixilhos, guarda da sacada em madeira; janelas com vidro simples.

Bibliografia

ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, Lisboa, 1948; ALMEIDA, José António Ferreira de, [dir.], Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; AZEVEDO, Correia de, Terras com Foral ou Pelourinhos das Províncias do Minho, Trás-Os-Montes e Beiras, Porto, 1967; CARDOSO, Nuno Catarino, Pelourinhos das Beiras, Lisboa, 1936; DIAS, Jaime Lopes, Pelourinhos e Forcas do Distrito de Castelo Branco, V. N. Famalicão, 1935; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873; JOLON, Novo Roteiro do Concelho de Penamacor, Penamacor, 1988; LANDEIRO, José Manuel, O Concelho de Penamacor na História, na Tradição e na Lenda, Penamacor, 1938; LANDEIRO, José Manuel, O arciprestado de Penamacor, Vila Nova de Famalicão, 1940; MALAFAIA, E. B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; PIRES, Edmundo A. [dir.], I Colóquio de Arqueologia e História do Concelho de Penamacor, Penamacor, 1979; SALVADO, António, Elementos para um Inventário Artístico do Distrito de Castelo Branco, Castelo Branco, 1978; SOUSA; Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Castelo Branco, Viseu, 2000; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73517 [consultado em 14 outubro 2016].

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSARH; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 6, n.º 97, fl. 679-684)

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: séc. 20 - remodelação da casa, com arranjo de coberturas, consolidação, colocação de novas portadas e guarda metálica nas escadas de acesso ao balcão.

Observações

*1 - no sítio da Forca, a O. e no ponto mais alto da povoação, existem alguns vestígios de uma torre e recinto fortificado; alguns autores identificam a torre de menagem na actual torre sineira.

Autor e Data

Margarida Conceição 1993 / Paula Figueiredo 2003

Actualização

 
 
 
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