Castelo de Santo Estêvão
| IPA.00006006 |
Portugal, Vila Real, Chaves, Santo Estêvão |
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Arquitectura residencial, medieval e gótica. Torre senhorial de planta quadrada, de massa simples, com fachadas de três pisos, em cantaria aparente, coroadas por merlões piramidais. A fachada principal possui acesso sobrelevado, por portal de arco quebrado, e, em cada uma das fachadas, no último piso, rasga-se uma janela geminada, de lumes estreitos trilobados com mainel central, tendo interiormente conversadeiras. Interiormente, os pisos têm espaço único, intercomunicantes por escada de madeira, existindo no último piso lareira de granito. A construção da torre que hoje vemos, sugere um certo paralelismo com outras estruturas edificadas em território galego, como as torres da Pena na Portela, ou da Forxa na Porqueira, Orense. Apesar de Santo Estêvão ter sido uma importante orla fronteiriça nortenha, que desfrutou de considerável reputação militar, nos séculos 12 e 13, pelas batalhas que aí se travaram, e do imóvel ser conhecido como castelo, estamos perante uma torre residencial que se tornaria o centro de uma habitação civil de maiores dimensões, conforme revelam as consolas nas várias fachadas, possivelmente para sustentação de alpendres entretanto desaparecidos, bem como os orifícios para suporte de outras construções que fotografias antigas revelam. Na fachada E. o portal existente ao nível do primeiro piso terá sido a evolução de uma janela geminada e o portal na fachada N., assim como os diferentes tipos de fresta na fachada E., revelam transformações de épocas diferentes. As fachadas são rematadas por merlões piramidais de tamanho diferente. No interior, os primeiros dois pisos apresentam um pilar central de granito, de secção quadrada com chanfros, sendo o do piso médio mais estreito. |
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Número IPA Antigo: PT011703310006 |
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Registo visualizado 1889 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre Tipo torre
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Descrição
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Torre de planta quadrangular de massa simples e com cobertura em telhado de quatro águas enquadrada por um caminho de ronda. Fachadas com cerca de 14 m de altura e três pisos em cantaria aparente, de aparelho "vittatum", coroadas por merlões piramidais de tamanho diferente. A fachada principal está virada a O., possuindo acesso por portal de arco quebrado de aduelas assentes nos pés-direitos, situado ao nível do primeiro piso, precedido por escada de pedra com guarda do mesmo material, de rebordo marcado, e encimado por consolas de sustentação de um alpendre desaparecido. Ao nível do segundo piso, abre-se janela geminada, de lumes estreitos trilobados e com mainel central; na parte superior esquerda surge uma gárgula de canhão. Na fachada lateral N., abre-se ao nível do piso térreo, um portal de arco quebrado, com aduelas assentes no pé direito encimado por consolas, e, ao nível do segundo piso, janela geminada, de lumes estreitos trilobados descentrada e gárgula superior. A fachada S. apresenta três frestas simples ao nível do primeiro piso e uma janela geminada, de lumes estreitos trilobados ao nível do segundo piso e gárgula central. A fachada E. apresenta, ao nível do piso térreo, duas pequenas frestas e no primeiro piso duas frestas simples e um portal de arco curvo e intradorso recortado assente em impostas cortadas, e gárgula superior. INTERIOR com paredes em cantaria de granito, e pisos de espaço único, comunicantes por escada de madeira encostada à parede S.. O piso térreo possui um pilar central de granito, de secção quadrada com chanfros, pavimento em lajeado de pedra e apresenta o vigamento de madeira de suporte do soalho do primeiro piso. Este possui pavimento em madeira, pilar central semelhante, mas mais estreito e escada em madeira de dois lanços para acesso ao segundo piso. O segundo piso, um espaço amplo, com pavimento em madeira, apresenta visível a estrutura de madeira de suporte do telhado e um pequeno alçapão, com escada móvel de ferro para acesso à cobertura; nos quatro vãos das janelas geminadas surgem conversadeiras e no ângulo SE. uma lareira de granito. |
Acessos
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EM que liga a EN 103 (Chaves - Bragança) à EN 103-5 (Chaves - Espanha) no Km 176,6 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 29 604, DG, 1.ª série, n.º 112 de 16 maio 1939 |
Enquadramento
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Rural, isolado, situado na parte mais elevada da população de Santo Estêvão, na veiga do rio Tâmega, distando cinco quilómetros da cidade de Chaves. Insere-se num pequeno terreiro relvado, com corredor central e envolvente em cantaria, pontuado de algumas árvores, bancos de jardim e uma boca de fogo; é protegido por um muro em pedra com acesso por portão em ferro. Adossado ao muro da fachada posterior, a E., existe uma construção recente de sanitários. Na proximidade, ergue-se a Igreja Paroquial de Santo Estêvão e torre sineira (v. PT011703310146). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa torre |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 13 / 14 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Séc. 11 - referência documental a uma "villa" ou vasta propriedade rural chamada de Santo Estêvão; 1212 - Afonso IX de Leão a pretexto da defesa dos direitos da Infanta D. Teresa, conquista o castelo de Santo Estêvão; 1231 - restituição do castelo à coroa portuguesa, na sequência do acordo de paz do Sabugal; 1253 - D. Afonso III veio a Santo Estevão receber como sua esposa a infanta D. Beatriz, filha de Afonso X de Leão e Castela; 1258 - concessão do Foral a Santo Estêvão por D. Afonso III; 1385 - em consequência das guerras com Castela, o castelo sofreu grandes danos; 1666 - o castelo é novamente danificado devido às guerras com Espanha; 1942, 27 Abril - cedido a título precário à Casa do Povo de Santo Estêvão; 1951, 13 Julho - inscrito a favor do Estado. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura, escada externa e pavimento do piso térreo em granito; portas, pavimentos e escada interior em madeira; cobertura da torre com telha de aba e canudo; vidros martelados; portão, escada móvel, tirantes, pendural e florão em ferro. |
Bibliografia
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COUTINHO, Carlos da Cunha, Os forais das vilas de Santo Estevão de Chaves e de Chaves (1258 e 1514), in Arquivo Histórico de Portugal, vol. III, Lisboa, 1937 - 1939, p. 7 - 18; IDEM, Notas Históricas e Críticas, Lisboa, 1938; GOMES, Rita Costa, Castelos da Raia, vol. II Trás-os-Montes, Lisboa, 2003; MACHADO, Júlio M., Crónica da Vila Velha de Chaves, Chaves, 1994; PALMEIRA, Carlos, Anuário de Chaves nº 3, Chaves 1952; Revista Aquae Flaviae nº 3, 1990; Revista Aquae Flaviae nº 18, 1997; VERDELHO, Pedro, Roteiro dos Castelos de Trás-os-Montes, Chaves, 2000; Revista Aquae Flaviae nº 27, 2002; |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1940 - Demolição de anexo para isolamento da Torre; armação do telhado em madeira de castanho incluindo forro de pinho nacional e frechal de betão armado; 1941 - apeamento e reconstrução completa do pilar central da torre, compreendendo a construção de alicerce e execução de novas cantarias; reconstrução completa de janelas geminadas, compreendendo a substituição de cantarias mutiladas, reparação geral das ombreiras, escoramentos; entaipamento de vãos em alvenaria e cantaria; refechamento de juntas e limpeza de cantarias; colocação de dois tirantes e um pendural de ferro quadrado na armação do telhado incluindo o florão em chapa de ferro; execução da cobertura do telhado com telha nacional dupla; execução e assentamento de vigas grossas em madeira de negrilho nos dois pavimentos; demolição de muros de alvenaria; consolidação geral das ameias da torre incluindo a substituição de pedras mutiladas; execução de muros de alvenaria argamassada; regularização do terreno envolvente; 1942 - assentamento completo de travejamento em madeira de negrilho incluindo a execução e assentamento de alguns cachorros em pedra; colocação de caixilhos exteriores em madeira de castanho; 1943 - conclusão das obras de restauro, compreendendo a execução e assentamento de lajedo de cantaria no pavimento térreo, execução de dreno em alvenaria para escoamento das águas, reconstrução de escada exterior em cantaria, reparação geral da chaminé, execução de dois pavimentos, com soalho de pinho e escada de acesso, arranjo geral dos paramentos de cantaria interiores e exteriores; 1945 - construção e fornecimento de uma porta exterior em madeira de castanho para o piso térreo; construção de duas portas exteriores para o primeiro piso e de oito portadas para as janelas do segundo piso em madeira de castanho; construção de caixilharia de madeira de castanho das oito frestas das janelas do terceiro piso; reparação da cobertura de telha; construção de uma guarda de segurança em cantaria, assente na escada exterior de pedra da entrada principal; 1946 - reparação geral das cantarias das frestas; substituição das cantarias, limpeza e refechamento das juntas nos paramentos exteriores; aumento da parte superior da chaminé acima do nível do telhado; execução de oito caixilhos de madeira de castanho das frestas; 1962 - construção do muro de vedação, de um passeio de cantaria irregular em torno da torre e do lajeado e degrau da entrada para o terreiro; Casa do Povo: posteriormente - instalação eléctrica no primeiro piso. |
Observações
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Na proximidade da torre, ergue-se a Igreja Paroquial de Santo Estêvão, que poderá ter sido construída nas ruínas de uma capela pertencente ao castelo, a qual conjuntamente com a torre sineira que lhe está adossada, fizesse parte de um recinto fortificado. A configuração arquitectónica da torre sineira demonstra características de defesa, pela espessura e altura dos muros e a quase inexistência de aberturas. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Ricardo Teixeira 1994 / Sónia Basto 2005 |
Actualização
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