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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Casa abastada
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Descrição
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Planta longitudinal composta pela articulação de dois corpos, com cobertura diferenciada em telhados de 3 e 4 águas, rasgados por águas-furtadas e clarabóias e onde sobressai um pináculo tronco-piramidal. Fachadas rebocadas e pintadas de branco e remate em cornija e beiral. Fachada principal composta de dois corpos adossados, formando um pátio, tem a ala poente, corpo antigo da casa, de 3 pisos, emoldurada por galeria formada por arcos de capitéis neoromânicos. A mesma gramática se encontra na ala N., corpo recente, de 2 pisos, onde uma escada de tiro nos leva a uma varanda com acesso ao interior do 2º piso. INTERIOR: primeiro piso com várias salas onde se encontram expostas peças de diferentes temáticas: átrio, com peças de mobiliário diverso, contando duas cómodas de pau-santo, de estilo D. João V, tapetes e colchas, Sala de Carlos Relvas, Sala de Arte Sacra onde se encontra, entre outras obras, um presépio de Machado de Castro com figuras em terracota polícroma, outro presépio do séc. 18 inserto em maquineta, representando uma "Sagrada Família", "Adoração dos Pastores" e glória de anjos, segurando um deles uma filactera e ainda um outro do séc. 16 e o Vestíbulo com paredes revestidas a painéis de azulejos ilustrando a vida rural da Quinta. A escadaria nobre, cuja entrada é ladeada por 2 anjos candelabros em madeira de jacarandá, com corrimão de ferro, conduz-nos ao 2º piso, é corrida por lambris de azulejos, uma figura de convite do final do séc. 17, escultura de madeira policromada. A escadaria e a Sala Renascença (decorada com mobiliário neorenascença) são decoradas por uma colecção de tapetes de arraiolos. Nas várias salas onde se encontram expostas as colecções, podem observar-se tectos decorados e silhares de azulejos. Os salões de São Francisco e o de D. João V, estão forrados de azulejos azuis e brancos, do séc. 18, provenientes do antigo Convento de São Francisco. |
Acessos
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EN 118, Km 80,290; Quinta dos Patudos, Alpiarça |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR, 1.ª série-B, n.º 56 de 06 março 1996 |
Enquadramento
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Rural, isolado, ao lado da EN 118, encontrando-se a fachada de tardoz alinhada com esta via. A Casa dos Patudos insere-se numa extensa quinta de produção agrícola, cujas construções de apoio às suas actividades fazem parte integrante da sua envolvente e das quais destacamos a adega primitiva, a adega nova, a casa do caseiro e, numa plataforma inferior a poente, um alinhamento de construções agrícolas tipo palheiros, armazéns, oficinas de alfaias e ainda a "Casa da Luz", a primeira casa a possuir energia eléctrica em Alpiarça. A residência da família Relvas, hoje Casa-Museu, é rodeada por jardins onde a vegetação e o mobiliário se enquadra, destacando-se um banco de jardim totalmente forrado por azulejos do tipo padrão seiscentista, adosselado por um retábulo com medalhões de figuras relevados nos cantos, que pertenceu ao túmulo de D. Aleixo Meneses e se encontrava no Convento de Santo António do Pinheiro Grande. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: casa-museu |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARRQUITECTO: Raul Lino (1904). CANTEIRO: João Machado (1905). ENTALHADOR: José Maior (1904-1095). PINTOR DE AZULEJOS: Jorge Pinto (1905-1906). SERRALHEIROS: Lourenço de Almeida (1904-1905); Manuel Pedro de Jesus (1904-1905). |
Cronologia
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1805 - a propriedade da Quinta dos Patudos foi adquirida por Carlos Relvas, pai de José Relvas; 1858 - nasce José Mascarenhas Relvas, grande lavrador e proprietário e elemento republicano, que tomou parte preponderante na propaganda contra a monarquia; 1888 - a propriedade da Quinta dos Patudos é oferecida a José Relvas pelo seu pai; 1904 - José Relvas encomenda a Raul Lino (1879 - 1974) o projecto para a casa da Quinta dos Patudos; 1904 - 1905 - construção do edifício onde trabalharam os canteiros de Coimbra sob a orientação de João Machado para a execução de toda a cantaria, João Maior, entalhador de Lisboa na execução do mobiliário e a oficina dos serralheiros Manuel Pedro de Jesus e Lourenço d'Almeida para a feitura de toda a ferraria interior e exterior; 1905 - 1906 - data dos painéis de azulejos que decoram o vestíbulo, executados nas Janelas Verdes e pintados à mão por Jorge Pinto; 1905 - 1909 - edificado com algumas alterações ao projecto inicial; foi moradia solarenga da Família Relvas; 1909 - José Relvas foi eleito membro do Directório do Partido Republicano Português; 1910 - eleito Ministro das Finanças do Governo Provisório; 1911 - 1912 - Ministro de Portugal em Madrid; 1919 - foi chefe do primeiro governo; 1929 - morre José Relvas tendo deixado em testamento à Câmara Municipal de Alpiarça a casa, recheio e propriedades, ficando, no entanto, sua esposa usufrutuária até à sua morte; 1951 - morre a esposa de José Relvas; 1960 - 1963 - transformada em Casa-Museu e aberto ao público; 1988 - a casa foi assaltada, tendo desaparecido peças importantes da sua colecção. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Alvenaria, cantaria, tijolo-burro, madeira, vidro, telha de meia cana, azulejo, madeira relevada, madeira de jacarandá, tijoleira, ferro forjado. |
Bibliografia
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DANTAS, Araújo, Solar dos Patudos. A Arte e a História in Diário de Noticias, 21 Janeiro 1978; MEXIA, Duarte, Casa-Museu dos Patudos: a obra do republicano que coleccionava arte, in Casas de Portugal, p. 26-34, nº. 27, 2001; Monumentos, n.º 17-18, 20, Lisboa, DGEMN, 2002-2004; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota [dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa ], Lisboa, 1998; RELVAS, José, Memórias Políticas, Lisboa, 1977; RIBEIRO, Irene, Raul Lino - Pensador Nacionalista da Arquitectura, Porto, 1994; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Santarém, vol. III, Lisboa, 1949; SILVA, Raquel Henriques da, A "Casa Portuguesa" e os Novos Programas 1900 - 1920, in Arquitectura do Século XX: Portugal, Lisboa, 1998 (Catálogo da Exposição Portugal - Frankfurt 97); www.cm-alpiarca.pt/cmpatudos, 28.08.2003; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72936 [consultado em 21 dezembro 2016]; "Raul Lino, Livre como o Cipreste", RTP 1999, https://arquivos.rtp.pt/conteudos/raul-lino-livre-como-o-cipreste/ |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DRML |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DRML |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DRML |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1959 - instalação eléctrica no Palácio dos Patudos; DGEMN / Gulbenkian / CMAlpiarça: 1984 - obras de adaptação a Galeria dos Patudos, destruída escada de acesso ao 2º piso para a 1ª na parte detrás do edifício de modo a ser criada a Sala das Aguarelas para permitir ligações entre a sala Renascença e a Galeria Verde; No 1º piso foi feita uma cozinha de serviço e nas traseiras instalações sanitárias; substituição madeiramento telhado e telhas e reparação de algerozes; DGEMN / IPPC: 1987 / 1988 - obras de reparação; DGEMN: 1999 / 2000 - restauro das coberturas, paramentos e caixilharias; colocação de pára-raios; 2001 - 1ª fase de revisão da rede eléctrica do museu ao nível do 2º piso; drenagem periférica do edifício; iluminação e substituição por circuitos entubados e embebidos em roço e calha dos circuitos eléctricos de incêndios e de intrusão com condutores à vista; pintura de salas e vedação das claraboias à entrada de pássaros; 2ª fase da revisão da rede eléctrica ao nível do 1º e 3º pisos e sótão; 2002 - renovação da instalação eléctrica, sistema de intrusão e rede de detecção de incêndios; remodelação da área de atendimento ao público; DGEMN/CM: 2002 / 2003 - remodelação e reforma dos azulejos da sala de tauromaquia e do vestíbulo, sala da Música, Sala de São Francisco, sala de jantar e uma outra sala no piso superior; remodelação parcial das coberturas; 2004 - projecto de recuperação de cinco salas, duas para exposição e três para reservas museológicas; remodelação da adega. |
Observações
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Autor e Data
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Rosário Gordalina 1992 / Cecília Matias 2000 |
Actualização
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Carlos Silva, Passos Almeida 2002 |
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