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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo e cerca urbana
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Descrição
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Castelo de planta irregular alongada, conforme depreendemos pela morfologia do terreno e pela organização urbana, com restos da antiga alcaçova. Do seu perímetro subsiste apenas um troço a NO, um outro a N. e, fronteiro, a torre da couraça. O troço virado A N. conserva 3 torres de planta quadrangular, avançando 2 delas sobre porta, de arco pleno. A torre da esquerda, com forte esbarro inferior, bem como a que lhe fica mais a NE., são encimadas por terraço com parapeito, e a da direita por construção quadrangular com telhado de 4 águas e pequena sineira; tem acesso por vão de arco pleno, frente ao qual a muralha faz sensível ressalto. Panos de muralha coroados por merlões quadrangulares e corridos por adarve, em alguns troços protegido por parapeito. A torre da couraça ( A. 18,60 m ) ergue-se num plano mais baixo, perto do rio, com planta quadrangular a que se ligava corredor defendido por muralha; ambas foram reaproveitadas para habitação, tendo-se levantado sobre os seus muros várias construções*1. No interior existe uma fonte. Da alcaçova restam apenas alguns panos de muro. |
Acessos
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Vila Alta de Alenquer; Calçada Pero de Alenquer; Calçada Damião de Góis. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,057639; long.: -9,007058 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 40 361, DG, 1.ª série, n.º 228 de 20 outubro 1955 |
Enquadramento
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Urbano. Os restos da antiga alcaçóva erguem-se na parte alta da vila, no topo de um monte, envolvidos por mato. Junto da antiga Judiaria, envolvidos pela malha urbana encontram-se os restos da muralha, onde se situa a porta de Nossa Senhora da Conceição e extra-muros a torre da couraça. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo e cerca urbana |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Época Construção
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Sec. 12 / 14 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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714 - Conquista de Alan Cana pelos Mouros que edificaram fortaleza; 1148 - depois de 2 meses de cerco, D. Afonso Henriques tomou-o, mandando depois reparar as muralhas e repovoar a vila; 1211- D. Sancho I construiu o Paço Real que doou a sua filha D. Sancha, a qual se refugiou no castelo devido a uma contenda com o irmão, D. Afonso II, que discordou da doação; 1212 - D. Sancha instala-se em Alenquer; D. Afonso II cerca o castelo; 1216 - aquando da contenda entre D. Afonso II e a infanta D. Sancha, o Papa Inocêncio III entrega a guarda do castelo à Cavalaria da Ordem do Templo; 1340 - o seu senhorio passa da coroa para D. Constância, mulher D. Pedro I; séc 13 / 14 / 15 - foi frequentemente residência real; 1384 - o exército castelhano toma Alenquer; o Mestre de Aviz fez-lhe cerco; rendição do alcaide Vasco Pires de Camões; 1385 - como represália pela conspiração do antigo alcaide, D. João I manda tirar os cunhais à torre de menagem e abater parte das muralhas da cerca; 1439 - D. Leonor Teles recolhe-se na vila e manda reedificar muralhas; 1578 - entulhamento da cisterna do castelo; 1580 - depois da vila de Alenquer tomar o partido de D. António, Prior do Crato, o castelo nunca mais foi conservado; a população usava a pedra das muralhas do castelo nas suas construções; c. 1740 - construção de uma capela por cima da porta de Nossa Senhora da Conceição; 1750 - a Academia Real e D. José I recomendam a conservação da praça; 1755 - terramoto arrasa as 2 torres da porta; 1810 - após a Batalha do Buçaco, sofre grandes estragos devido à fixação de tropas aliadas nas Linhas de Torres; séc. 19 - a necessidade de abrir uma comunicação entre a porta de Nossa Senhora da Conceição e a praça da Câmara obriga ao arrombamento da muralha inferiror; 1927 - o arqueólogo Hipólito Cabaço, procedendo a limpeza da cisterna, recolhe objectos que permitem situar a data da sua construção entre 1350 e 1385; 1940 - escavações junto da porta de Nossa Senhora da Conceição, permitem comprovar ocupação pré-histórica do lugar. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Estrutura de cantaria em aparelho "Mixtum Vittatum: cobertura de telha em construção; alvenaria de tijolo; ferro; madeira de castanho. |
Bibliografia
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FERRO, João Pedro, Alenquer Medieval ( Séc. XII - XV ), Subsídios para o su estudo, Lisboa, 1989; HENRIQUE, Guilherme João Carlos, Alenquer e seu Concelho, Lisboa, 1873; MELO, António de Oliveira, GUAPO, António Rodrigues, MARTINS, José Eduardo, O Concelho de Alenquer. Subsídios para um Roteiro de Arte e Etnografia, vol. 1, Alenquer, 1989; MOREIRA, Cor. Bastos, Monumentos de Invocação Militar in Jornal do Exército, Fevereiro 1972; Monumentos, n.º 10 a n.º 14, n.º 16, Lisboa, DGEMN, 1999-2002; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Portugal, vol. 1-A, Lisboa, 1904; RIBEIRO, Luciano, Alenquer. Subsídios para a sua História, Lisboa, 1936; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73238 [consultado em 8 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; CMA: Arquivo GTL, GAT |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1940 - demolição da capela existente por cima da porta de Nossa Senhora da Conceição; reconstrução da muralha junto à mesma porta; 1999 - consolidação do troço de muralha a poente da Rua Pero de Alenque (1.ªfase); 2000 - consolidação das muralhas (2.ª fase); 2002 - construção de um muro na Calçada Damião de Góis de protecção à base do troço de muralha, situado frente à Torre da Couraça e junto à porta da Conceição e limpeza e desmatação dos terrenos envolventes; 2001 - construção de um muro na Calçada Damião de Góis; protecção da base do troço de muralha em frente à Torre da Couraça de Porta da Conceição, com desmatação e limpeza do terreno na zona envolvente e consolidação das juntas. |
Observações
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Segundo Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues, as muralhas que envolviam a parte alta da vila tinham 3 portas e alguns postigos, designavam-se: Porta da Vila (na praça), de Santo António (inicialmente designado de Carvalho por ir para a ponte do mesmo nome) e Porta de São Tiago. Uma lenda atribuí a construção da Torre da Couraça aos mouros com o objectivo de proteger a fonte e menciona a existência de uma passagem subterrânea de ligação à vila, utilizada pelos habitantes para abastecimento de água em caso de cerco. No entanto, e segundo João Pedro Ferro, a sua construção parece datar do séc. 14, tomando em conta a transcrição de Guilherme Henrique de uma inscrição encontrada na parede oriental, datada de 1383 e referindo Lançarote Pessanha partidário de D. Leonor Teles. João Ferro enquadra a construção da torre no conflito entre D. Leonor e o Mestre de Avis, sendo que o objectivo deveria ser a ligação da fonte à muralha, o que parece não ter acontecido, pois não apresentam qualquer vestigío de ligação entre elas. *1 as casas construídas no cimo da torre, também designadas por Casas de D. João I, pertenceram à Companhia da Fábrica de Papel, passaram depois para a Companhia Portuguesa de Fiação e por falência desta, para o Banco de Portugal. |
Autor e Data
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Paula Noé 1991 |
Actualização
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João Seabra 2000 |
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