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Edifício e estrutura Edifício Saúde Hospital Hospital militar
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Descrição
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Edifício rectangular, desenvolvido em 4 alas de 3 pisos separados por friso, com alçados monótonos de janelas emolduradas em cantaria, tendo a do 3º cornija saliente; é centrado por igreja, de planta em cruz latina de topos arredondados e nave curta precedida por espaçosa galilé, criando assim 2 claustros. Frontespício da igreja com 3 portais de modelo serlliano, sendo os laterais encimados por inscrições e 3 janelas, tendo a central frontão redondo e balaustrada; coroamento em frontão triangular com armas no tímpano. Interior revestido de mármores, com topos da cruz em abóbada de quarto de esfera, sendo a fronteira sobrepojada por relevo em mármores; altar em pirâmide de caixas e terminando num "tempietto" no cruzeiro, que é encimado por cúpula com tambor. Tribuna real sobre galilé, onde se conservam pinturas e outras obras. |
Acessos
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EN 248 - Torres Vedras - Runa, junto à estação de caminho-de-ferro. WGS84 (graus decimais) lat.: 39,073714; long.: -9,206987 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 47 508, DG, 1.ª série, n.º 20 de 24 janeiro 1967 *1 |
Enquadramento
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Urbano. Ergue-se na povoação de Runa, tendo fronteiro jardim com alameda no eixo da igreja. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Saúde: hospital militar |
Utilização Actual
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Assistencial: lar |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Serviços Sociais das Forças Armadas - EMGFA |
Época Construção
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Séc. 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: José da Costa e Silva (1792). |
Cronologia
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Séc. 18 - D. Maria Francisca Benedita pede à irmã, D. Maria I, autorização para fundar hospital; esta concedeu e ofereceu edifício da Luz, mas a Infanta preferia fazer obra completamente sua; 1790 - compra Quinta de Alcobaça, e mais tarde outras; 1792 - início da construção do Asilo de Runa, por ordem de D. Maria I, sendo os planos de José da Costa e Silva; 1803 - início da construção, onde participaram mais de 300 operários; 1807 - quando a família real foge para o Brasil, grande parte do edifício estava erguido e, mesmo fora, a princesa enviava dinheiro para o prosseguimento das obras; 1821 - aquando do regresso da família real, estava muito adiantado; 1827 - inaugurado pela princesa; dadas grandes despesas com construção (mais de 600 contos), não foi possível deixar grande dotação ao hospital, que tinha de rendimento c. de 8.800$000, mais o valor das jóias legadas pela princesa - 57.281$200; 1830 - valor das jóias apropriadas Casa do Infantado, pagando-se então 24.200$800; 1842 - pagou-se os 23.060$400 restantes; 1831 - hospital com grandes dificuldades de manutenção é integrado no Ministério do Exército; 1834 - com abolição dos dízimos perdeu Comenda de Santiago; 1835 - transferência do órgão do Convento da Graça em Penafirme; 1965 - denominado Lar de Veteranos Militares. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Alvenaria rebocada e cantaria, calcário, mármores, talha, pinturas, tela e tábuas pintadas, cobertura de telha. |
Bibliografia
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ANACLETO, Regina, A Arquitectura in História da Arte em Portugal, vol. 10, Lisboa, 1986, p. 9 - 41; AZEVEDO, Carlos de, FERRÃO, Julieta, GUSMÃO, Adriano de, Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa, 1963; DGEMN, Boletim nº 121, Porto, 1965; s.a, Lar de Veteranos Militares - Runa, Lisboa, 1970; ESCRIVANIS, Augusto Carlos de Souza, Descripção de Real Asylo de Inválidos Militares em Runa, Lisboa, 1882; FRANÇA, José Augusto, A Arte em Portugal no Século XIX, vol. 1, Lisboa, 1990; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958, 1º Volume, Lisboa, 1959; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; Torres Vedras, Passado e Presente, vol. I, Torres Vedras, 1996; VIEIRA, Julio, Torres Vedras Antiga e Moderna, Torres Vedras, 1926; VITERBO, Sousa, Diccionario Historico e Documental dos Architectos, Engenheiros e Construtores Portuguezes ou a serviço de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1904, vol. I. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1957 - obras urgentes de conservação pelos Serviços de Construção e Conservação; 1958 / 1959 - continuação da obra de arranjos exteriores; 1965 - reparação do órgão da capela, com colocação de ventilador eléctrico; 1983 - reparação de fachadas em pátios interiores. |
Observações
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*1 - DOF: Edifício onde está instalado o Asilo de Inválidos Militares. Com esta obra, Costa e Silva soube ligar-se à tradição setecentista, mas livrando-a do amaneiramento empírico em que fatalmente caíra. Releva um neoclassismo frio e algo monótono, especialmente no edifício, do qual se destaca timidamente a fachada da igreja, toda em cantaria, com coroamento mais elevado em frontão triangular e acesso por vão triplo, segundo motivo serlliano. Na sala de tribuna conservam-se 3 tábuas de "Primitivos Portugueses" e 1 tela de Stº António e o Menino, assinada por Vieira Lusitano. O palácio da princesa ocupava a ala S. e O. do edifício que são decoradas em motivos neoclássicas. No topo do transepto direito órgão portátil, com algumas pinturas e com inscrição interior: "João da Cunha o fez em / Lxª Novembro em o prº do mes / anno 1745 / pede pelo amo de Dº Hum padre / Nosso e ave maria pela alma / de seu Pay Phelipe da / Cunha / que também hera da / mesma Arte ". |
Autor e Data
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Paula Noé 1991 |
Actualização
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