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Edifício e estrutura Edifício Transportes Ascensor
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Descrição
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Ascensor constituído por 2 carros que sobem e descem alternada e simultaneamente em 2 vias paralelas de carris de ferro assentes ao nível do chão. Os carros apresentam 3 portas de cada lado, correspondentes no interior a 3 compartimentos dispostos em plataforma, com bancos de madeira orientados transversalmente no corpo central. O acesso superior é feito por uma rampa de 5 degraus e na base, a S., é feito ao nível do piso térreo de um prédio de rendimento de 5 andares, delimitado por pilastras em cantaria. O imóvel, de planta rectangular, apresenta volumetria paralelepipédica, sendo a cobertura efectuada por telhados a 2 águas com o último piso em mansarda. A fachada principal do edifício, apresenta no embasamento, abertura de 2 vãos, um deles, a E., encimado por tabela com a inscrição "Ascensor da Bica" e pela qual se acede ao elevador: com emolduramento em cantaria, exibem portas em ferro forjado, de verga recta e bandeira em arco em asa de cesto. Nos andares superiores observa-se abertura de vãos a ritmo regular, identificando-se nos 1º e 2º pisos, janelas de sacada servidas por varandim de ferro forjado, e com verga recta destacada nas do 2º andar, encimadas por janelas de peito. O edifício é superiormente rematado por cornija, que precede a mansarda, guarnecida por guarda em ferro forjado. No interior, identifica-se átrio amplo de duplo pé-direito vazado por corredor de circulação dos elevadores: com lambril azulejar e pano de muro em reboco, apresenta plataforma de acesso delimitada por guarda em ferro forjado. |
Acessos
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Rua da Bica de Duarte Belo / Rua de São Paulo, nº 234. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,708704, long.: -9,146783 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 5/2002, DR, 1ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 / ZEP, Portaria n.º 398/2010, DR, 2.º série, n.º 112 de 11 junho 2010 *1 |
Enquadramento
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Urbano, destacado, adossado, implantado em via de pendente acentuada com vista notável sobre o rio Tejo e a outra margem. Perfaz um percurso entre a Rua de São Paulo e o Largo do Calhariz em plano com 11,8% de inclinação, atravessando uma zona urbana maioritariamente ocupada por prédios de rendimento do século 18. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Transportes: ascensor |
Utilização Actual
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Transportes: ascensor |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CONSTRUTOR: Raoul Mesnier du Ponsard (1888). FORNECEDORES: Theodore Bell (1923). |
Cronologia
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1888 - celebração de contrato entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Nova Companhia dos Ascensores de Lisboa que previa a concessão da instalação de um ascensor que, pela Rua da Bica de Duarte Belo, ligasse a Rua de São Paulo ao Largo do Calhariz, concebido por Raoul Mesnier du Ponsard; 1890 - a instalação da máquina motora do ascensor já se encontrava concluída *2; 1892 - realização de experiências oficiais de funcionamento do ascensor; início da actividade do ascensor; 1912 - a Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa assina com a Câmara Municipal de Lisboa um contrato de concessão que lhe permitia a electrificação de todas as suas linhas; 1914 / 1916 - obras de electrificação do ascensor da Bica; 1916 - durante a conclusão dos trabalhos de electrificação verifica-se um acidente com um dos carros que, descontrolado, se precipitou de encontro à estação da Rua de São Paulo destruindo-se por completo; na sequência deste acidente o ascensor da Bica permanece inactivo por vários anos; 1923 - a C.M.L. exige o regresso ao funcionamento por parte do ascensor da Bica, pelo que se procedem a trabalhos e à colocação de novos carros, fornecidos pela firma Theodore Bell; 1926 - por dissolução da Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa, o ascensor passa a ser propriedade da Companhia Carris; 1927 - o elevador da Bica retoma o serviço; 2005, 29 setembro - proposta de fixação de Zona Especial de Proteção pela DRCLVTejo; 2009 - Despacho de homologação da Zona Especial de Proteção pela Ministra da Cultura; 2011, 20 maio - Declaração de retificação ao teor do diploma de fixação de Zona Especial de Proteção, n.º 874/2011, DR, 2.ª Série, n.º 98. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado |
Bibliografia
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CAPITÃO, Maria Amélia Motta, Subsídios para a História dos Transportes Terrestres em Lisboa no Século XIX, Lisboa, 1974; ALMEIDA, Pedro Vieira de, FERNANDES, José Manuel, Arquitectura Moderna, in AAVV, História da Arte em Portugal, Vol. 14, Lisboa, 1986; LAGRANJE, José, O Ascensor da Bica, CCFL, série II, ano II nº 5 Jul/Set 95. p.2; IDEM, O Livro da Carris, Lisboa, 1993 |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; IGESPAR: IPPAR, Pº Nº 86/3 (002) |
Intervenção Realizada
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Séc. 20, década de 30 - alterações no interior dos carros. |
Observações
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*1- DOF: Ascensor da Bica e meio urbano que o envolve na Rua de São Paulo, 218 a 236, na Rua da Bica Duarte Belo (todos os imóveis que com ela confinam), no Largo de Santo Antoninho (todos os imóveis que com ele confinam) e na Travessa da Bica Grande (todos os imóveis que com ela confinam). Zona Especial de Proteção Conjunta do Bairro Alto e Imóveis Classificados na sua Área Envolvente. *2 - O ascensor da Bica, tal como o do Lavra e da Glória, era movido pelo sistema de Tramway - cabo e contrapeso de água com os carros equipados com depósitos de água. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1997 |
Actualização
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