Convento de São Francisco
| IPA.00006494 |
Portugal, Santarém, Santarém, União de Freguesias da cidade de Santarém |
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Arquitectura religiosa, gótica, manuelina, renascentista, maneirista. Convento franciscano com planimetria e volumes característicos do gótico mendicante. Elementos ulteriores: ao claustro gótico juntam-se intervenções realizadas nos Séc. 15 e 16 como os três portais manuelinos nas alas O. e E.. Na igreja o arco renascença da Capela de Santa Ana e, no lado oposto, o arco maneirista da capela sepulcral dos Meneses do arquitecto Pedro Nunes Tinoco (SERRÃO, 1990). O pórtico, de arquivoltas e colunelos reentrantes inscrito em gablete, é considerado por alguns autores como o protótipo do portal da fachada S. do Mosteiro da Batalha. Igualmente dentro dos figurinos da Batalha se inscreve a estrutura arquitectónica do túmulo de D. Duarte de Menezes, assinado, por ingógnito escultor batalhino, com o monograma G.M.. |
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Número IPA Antigo: PT031416210006 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem de São Francisco - Franciscanos (Província de Portugal)
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Descrição
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Planta longitudinal, orientada, composta, pelo corpo de 3 naves, as laterais mais baixas, transepto, cabeceira escalonada de 5 capelas, claustro e corpos adossados à sua fachada N. e à fachada S. da igreja (capelas e dependências anexas). Coberturas em telhado de 2 águas na nave central, transepto, abside e capela do lado S., de 1 água nas naves laterais, de 4 águas nos anexos. Fachada principal de 2 registos definidos pelo pórtico em gablete (de arquivoltas decoradas de dentes de serra e arcos de ferradura assentes em colunelos de capitéis lavrados) e pelo grande vão quadrangular destinado a receber a rosácea; remate em empena. Fachadas laterais reflectindo a diferente altura das naves e o longo corpo do transepto; janelas maineladas nas naves laterais e central ao nível do clerestório. Claustro a N., de piso único e arcadas geminadas ou triplas em arco quebrado, separadas por contrafortes, assentes em colunelos duplos de decoração vegetalista, geométrica e animalista; vestígios de azulejos. INTERIOR: 3 naves, de 5 tramos cada, colunas poligonais sustentando os arcos ogivais que descarregam em capitéis de ornatos vegetalistas. Cobertura em abóbada de berço e de nervuras nos absidíolos. Do lado da Epístola e do lado do Evangelho, respectivamente, as capelas de Santa Ana *1 e das Almas, antigo panteão dos Menezes, ambas com acesso por arco porticado. Painéis de azulejo figurados. |
Acessos
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Jardim da República; Rua Trinta e Um de Janeiro |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 3 027, DG, 1.ª série, n.º 38 de 14 março 1917 / ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2.ª série, n.º 260 de 08 novembro 1946 *1 |
Enquadramento
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Urbano, envolvido pelo casario ao qual se adossam várias das suas fachadas e volumes. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DGPC, Decreto-Lei n.º 115/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012 |
Época Construção
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Séc. 13 / 14 / 15 / 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PEDREIROS: Pedro Nunes Tinoco, (arco capela sepulcral Menezes) e Vicente de Moura, arco capela de Santa Ana (conjectural). |
Cronologia
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1242 - fundação do Convento por D. Sancho II, com construção do edifício junto ao Chão da Feira; 1271, 23 dezembro - D. Afonso III deixa, em testamento, 100 libras ao convento; 1290 - sepultura de Estêvão Anes na Capela de Santo António; 1299 - sepultura de Pedro Anes; 1302 - sepultura de Lourenço Peres na Capela de Santa Catarina; 1338 - sepultura da família Rodrigues Redondo na Capela de São Gregório; 1363 - os testamenteiros de João Durão mandam reconstruir o claustro; 1367 - na sequência de um incêndio, o convento é reconstruído e ampliado por D. Fernando; construção do coro, que ocupava os dois primeiros tramos da nave, destinado a jazigo de D. Fernando *2; início da construção do claustro; 1376 - trasladação do túmulo de D. Constança para o coro do Convento; 1383, 01 Junho - D. Fernando I doa à capela que fundara no Convento os reguengos da Toura e das Champas; 22 Outubro - falecimento de D. Fernando I, sepultado no Convento; séc. 15 - segunda etapa da construção do claustro por D. Duarte de Menezes; 1464 - morte de D. Duarte de Menezes em Alcácer Seguer; D. Isabel de Castro, viúva do defunto, ordenará posteriormente a edificação da sua capela sepulcral, Capela das Almas *3; 1477 - cerimónia de juramento de D. João II realizada no antigo alpendre anexo à fachada principal; 1479, 14 Março - fundação da Capela de São Sebastião; 1517, 16 Fevereiro - provisões do rei para se pagarem 19.378 e 22.300 reais à conta dos 300.000 reais que António de Sintra deixou ao mosteiro para se instituir e fazer uma capela; 1551 - campa do mestre pedreiro Vicente de Moura que existiu no corpo da igreja; 1588 - demolição do coro da nave; construção do coro-alto; 1562, 29 Julho - falecimento de Catarina de Noronha, sepultada num caixão embutido na parede do claustro; 1572, 02 Setembro - D. João Teles de Meneses consegue um Bula de Gregório XIII a privilegiar a Capela das Almas; 1587, 03 Agosto - falecimento de Ana Henriques, filha de D. Lopo de Almeida e Antónia Henriques, sepultada junto à Capela da Conceição, com missa quotidiana; os pais estavam na mesma sepultura; 1588 - transferência do coro para o alto; 1599, 25 Julho - falecimento de Maria Antunes, com peste, sendo grande protectora dos frades e sepultada numa parede do alpendre; 1604, 13 Maio - falecimento de D. Duarte de Alarcão, sepultado com a mulher Inês de Brito na Casa da Aula, junto ao átrio da Capela dos Terceiros; 11 Novembro - falecimento de D. Luísa de Castro, sepultada no mesmo local; 1622, 22 Março - falecimento de D. João de Meneses, sepultado na Capela das Almas; 1624, 23 Setembro - Branca de Vilhena institui uma Capela na Capela das Almas com missa quotidiana, para o que deixou 508$800, a administrar pela Santa Casa da Misericórdia de Santarém; 1632, 09 Novembro - instituição da Capela de Gaspar de Freitas de Macedo e Antónia da Cunha, no altar de São Diogo; 1635 - arco da capela das Almas por Pedro Nunes Tinoco; 1699, 21 Agosto - falecimento de Juliana da Mota Palha, sepultada na Capela de São João Capristano, junto ao marido, a qual instituíra, doando 6 mil cruzados; 1839, 09 Junho - o Regimento de Artilharia N.º Um arranja o passeio junto ao edifício; 1844 - instala-se na Igreja e claustro o Regimento de Cavalaria N.º Quatro que ali permanece até meados de presente século; 1865, Agosto - medição do edifício pelo Cónego Joaquim Maria Duarte Dias, referindo que a nave tem 36,90m de comprimento e 16,80m de largura, tendo o cruzeiro 5,60m por 11,60m; a capela-mor tem 11,86m x 7,54m; o coro é sustentado por seis pilares e a altura da igreja é de 16,14m; no lado do Evangelho, a Capela das Almas, forrada a azulejo e com a pintura de uma Última Ceia; no lado da Epístola, a Apanha do Maná; 1873 - instalação no edifício do Regimento de Cavalaria Sete; 1927 - instalação do Regimento de Cavalaria N.º Quatro; 1928, após - o túmulo de D. Duarte de Menezes é transferido para a Igreja de São João de Alporão; 1940 - sofre incêndio; 1945, 12 Fevereiro - derrocada de parte do edifício conventual; 1955 - está em vias de se mudar para o local a Escola Prática de Cavalaria; 1957, 27 Maio - construção de novas instalações para a Escola Prática da Cavalaria, no local do antigo Convento; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1997 - o monumento fecha para obras de adaptação e restauro; 1999 - protocolo assinado pelo IPPAR e a CMS com vista à intervenção para recuperação e valorização global do Convento de São Francisco, que abrangerá os espaços interiores e zona envolvente; 2009, 24 agosto - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estruturas: alvenaria, cantaria, betão armado, alvenaria hidráulica. Coberturas: telha portuguesa sobre varas de betão armado pré-esforçado. Pavimentos: tijoleira e cantaria. Soluções estruturais: 1, 2, 3 - paredes autoportantes nas naves, estrutura autónoma no coro e claustro e mista na cabeceira. |
Bibliografia
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BARBOSA, Inácio de Vilhena - As cidades e as vilas da monarquia portuguesa que teem brasão d'armas. Lisboa: Typographia do Panorama, 1860, vol. III; BRANDÃO, Zepherino - Monumentos e Lendas de Santarém. Lisboa: David Corazzi, 1883; BRAZ, José Campos - Santarém raízes e memórias - páginas da minha agenda. Santarém: Santa Casa da Misericórdia de Santarém, 2000; CHICÓ, Mário Tavares - Arquitectura Gótica em Portugal. Lisboa: Livros Horizonte, 1956; FEIO, Areosa - Santarém princesa das nossas vilas. Lisboa: J.Cardoso da Silva, 1929; OSORIO, José - Guia de Santarém. Santarém: J. Cardoso da Silva, 1924; Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956. Lisboa: Ministério das Obras Públicas, 1957; RODRIGUES, Martinho Vicente - O "Santíssimo Milagre" de Santarém. Santarém: Real Irmandade do Santíssimo Milagre, 2008; SARMENTO, Zeferino - Santarém. Porto: Marques Abreu, 1931; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Santarém História e Arte. Santarém: Comissão Municipal de Turismo, 1951; SERRÃO, Vitor - Santarém. Lisboa: Editorial Presença, 1990. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLIisboa, DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisba, DGEMN/DSID; DGARQ/TT: Corpo Cronológico (parte II, maço 68, docs. 72 e 73) |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1950 / 1958 - escoramento e apeamento de muros, reeintegração 3 alas do claustro; 1968 / 1969 / 1970 - obras de consolidação e valorização; 1970 / 1971 / 1972 / 1973 / 1974 - demolição de alvenaria de pedra para consolidação paredes através de pilares e cintagem em betão armado; consolidação abóbadas incluindo colocação de artesãos em falta, executar coberturas, desentaipamento e reconstrução janelas, arcos, construção cachorrado e cimalha de cantarias nas naves e alvenaria de pedra em elevação nas capelas laterais, escavações e limpezas no claustro e anexos; 1979 / 1986 - continuação das obras agora no transepto, capela-mor e anexos, fachadas N. e S. e no claustro; 1987 / 1990 - beneficiação de cantarias e prosseguimento dos trabalhos; IPPAR: 1996 / 1997 - escavações arqueológicas. |
Observações
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*1 - DOF: Igreja e claustro do extinto convento de São Francisco. *2 - o jazigo de D. Fernando e o de sua mãe D. Constaça foi tranferido para o Museu Arquelógico do Convento do Carmo (v. PT031106270007). *3 - o túmulo de D. Duarte de Menezes encontra-se no Museu da Igreja de Alporão (v. PT031416120002); na Capela de Santa Ana esteve o túmulo de Martim Afonso de Melo. |
Autor e Data
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Rosário Gordalina 1990 |
Actualização
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