Igreja de Nossa Senhora de Entre Ambas-as-Águas / Igreja de Nossa Senhora da Assunção / Igreja Paroquial de Mértola

IPA.00000741
Portugal, Beja, Mértola, Mértola
 
Primitiva mesquita almóada adaptada a igreja cristã logo após a reconquista de Mértola em 1238, recebeu uma profunda campanha de obras quinhentista que a transformou numa igreja-salão dentro dos modelos da tradição tardogótica e renascentista. Assim, apresenta a configuração quase quadrangular da planta do templo primitivo, muito embora as suas paredes tenham sido alteadas como forma de uniformizar a cobertura (que se presenta telhada a duas águas não invés das coberturas individualizadas das cinco naves islâmicas), e surjam agora cintadas por contrafortes cilíndricos coroados por pináculos cónicos e esbarros, e encimadas por merlões denteados e chanfrados, característicos do gótico final alentejano de tradição mudéjar; o portal de proporções e decoração clássica integra-se na paralela corrente renascentista, testemunhando a ação de André Pilarte, ativo igualmente na Igreja de Salvador de Ayamonte, mas cuja oficina atuou sobretudo no Algarve, tendo a esta ficado associados outros imóveis, como a Igreja Paroquial de Moncarapacho (v. IPA.00025961), a igreja Matriz de Alcoutim (v. IPA.00017055), a Igreja de Cacela Velha (v.IPA.00009557), a Igreja de Santa Catarina de Fonte do Bispo, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Tavira (v. IPA.00005651) e, em Tavira, a Igreja da Misericórdia (v. IPA.00009143), a Casa na Rua do Poço do Bispo (v. IPA.00016299), a Casa na R. Almirante Cândido dos Reis ( v. IPA.00024754), o Edifício Irene Rolo (v. IPA.00010088) e o Palácio da Galeria (v. IPA.00005653). Interiormente, a igreja apresenta-se com uma ampla igreja-salão, para o que aproveita as paredes que definiam o perímetro da mesquita almóada, tendo, no entanto, desaparecido os arcos em ferradura enquadrados por alfizes que sustentariam a cobertura de madeira, diminuído o número de colunas (de vinte para doze) e aumentado o espaço intercolúnio, reduzindo-se os seis tramos originais para quatro; mantêm-se as cinco naves iniciais, assim como a solução de planta interna em "T", formado pela nave central e o último tramo maiores que os restantes (solução muito utilizada pela arquitetura religiosa almóada), sendo a nave central encimada pelo "mihrab" (com uma decoração que encontra paralelos na Mesquita de Almeria e nas mesquitas almóadas do Norte de África), que hoje serve a decoração da capela-mor. A anteceder a capela-mor, no arco triunfal são encastradas dois colunelos com capitéis de motivos enlaçados, sendo a parte superior do arco preenchida com um elemento radial que produz o efeito de uma vieira. A cobertura foi unificada mediante a criação de uma ogiva única de cruzaria simples, o tramo fronte ao altar-mor foi distinguido dos demais com a presença de uma ogiva mais elaborada, configurando uma estrela de quatro pontas; no conjunto das chaves de abóbada e das mísulas são observados, para além de motivos zoomórficos e fitomórficos, símbolos do Sol, da Lua e uma estrela, normalmente utilizados nas ladainhas a Nossa Senhora (orago do templo) e, simultaneamente, presentes na iconografia de Santiago de Espada (ordem a que o templo estava afeto).
Número IPA Antigo: PT040209040002
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Mesquita  

Descrição

Edifício de planta poligonal, composta por grande nave quadrangular, orientada no sentido sul-norte, à qual se adossa, a nascente, o meio octógono do antigo "mihrab", atual capela-mor, a norte um pequeno anexo retangular, a atual sacristia, e a sudeste, a torre sineira de planta quadrada. A cobertura é telhada a duas águas nos volumes escalonados da grande nave e anexo, a uma só água sobre a capela-mor e em coruchéu de remate bolboso sobre a torre. As fachadas, rebocadas e caiadas a branco, são coroadas por merlões triangulares de recorte denteado, alternando, nas fachadas laterais com pináculos cónicos rodeados por merlões chanfrados. Fachada principal virada a sul, de dois registos e empena angular, apresenta-se delimitada por um contraforte cilíndrico rematado por um pináculo cónico no cunhal esquerdo e, no cunhal direito, por sineira prismática, rasgada por ventanas na parte superior, com fogaréus nos quatro cantos; encontra-se dividida em dois panos por um contraforte de três registos de diferente molduração, terminando em pináculo cónico adossado, localizado ao eixo; à direita deste rasga-se no primeiro registo, em posição descentrada, o portal de vão retangular, enquadrado por molduras com baixos relevos e colunelos e encimado por óculo moldurado, no segundo registo. Fachada lateral direita delimitada pelo volume quadrangular da torre sineira no cunhal esquerdo e pela presença ritmada de quatro contrafortes cilíndricos rematados por pináculos cónicos, destacando-se, entre o segundo e o terceiro contraforte o volume facetado do antigo "mihrab" e, após o quarto contraforte uma porta travessa, com o vão em arco de ferradura inscrito em alfiz, no cunhal direito um contraforte disposto na diagonal, vazado em arcobotante. Na fachada posterior, delimitada à esquerda pela presença de um contraforte mais saliente, disposto diagonalmente, encimado por pináculo cónico, destaca-se o volume prismático do anexo e um portal em arco de ferradura enquadrado por alfiz. Fachada lateral esquerda marcada pela presença de vários contrafortes encimados por pináculos cónicos. INTERIOR: orientada a nascente, apresenta cinco naves de quatro tramos, sendo a nave central e o último tramo mais largos e formando um "T", cobertos por abóbada única de cruzaria de ogivas sobre colunas de fuste cilíndrico e sobre mísulas adossadas às paredes; no conjunto das chaves de abóbada e das mísulas são observados motivos zoomórficos e fitomórficos, e símbolos do Sol, da Lua e uma estrela. No primeiro tramo do lado do Evangelho encontra-se a pia batismal. No último tramo, também do lado do Evangelho, situa-se o púlpito marmóreo, de guarda plena sobre coluna tipo balaústre; do lado da Epístola, encontra-se uma pia de água benta encastrada numa coluna, decorada com enfaixados antropomórficos e florais. O tramo em frente à capela-mor, antigo "mihrab", é coberto por abóbada estrelada, sendo incrustado no seu fecho o brasão dos Mascarenhas e, nas duas mísulas de descarga dos arcos que ladeiam a capela-mor, esculpidos uma face e o letreiro "IOANE". Arco triunfal de volta perfeita sobre colunelos encastrados na parede murária com capitéis decorados com enlaçados, sendo a parte superior do arco preenchida com um elemento radial em efeito de uma vieira; parede testeira da capela-mor com remanescências da antiga pintura mural quinhentista, com quadrifólios dourados a enquadrarem um pequeno nicho, do antigo "mihrab", decorado com arcos cegos polilobados em estuque; no lado do Evangelho encontra-se um nicho para o sacrário (antigo compartimento do "nimbar"), encimado com uma pintura com uma cruz e um anjo de cada lado. De notar, por último, a existência de altar-mor pétreo com figura de vulto do orago e dois altares colaterais, igualmente marmóreos, com figuras de vulto.

Acessos

Rua da Igreja

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 37 de 13 dezembro 1970 / Incluído no Parque Natural do Vale do Guadiana e no Plano Sectorial da Rede Natura 2000: Sítio de Interesse Comunitário Guadiana (PTCON0036)

Enquadramento

Urbano, destacado, isolado, antecedido por adro aberto, ladeado por murete, no qual assenta um cruzeiro quatrocentista (v. IPA.00004419). Encontra-se implantada sobre uma plataforma artificial criada num patamar rasgado na encosta, de forte declive, que desce, em socalcos, desde o castelo (v. IPA.00001045) até ao rio Guadiana, dominando a povoação a norte. Nas suas imediações fica ainda a Capela do Calvário (v. IPA.00006695).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: mesquita

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 12 / 13 / 15 / 16 / 17 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: André Pillarte (portal, atr.) e Fernão Pires (merlões, atr.)

Cronologia

séc. 12, final - data provável da construção da mesquita; séc. 13 - logo após a Reconquista (em 1238), a mesquita é sagrada a Santa Maria, sendo levantado altar, sem, no entanto, se executarem obras de monta; séc. 15, finais - é erguida junto à parede nascente uma sacristia, cuja serventia era feita por uma porta em alfiz, herdada do templo anterior, e que ainda hoje subsiste; 1482, antes de - o desenvolvimento da vila de Mértola, abandonando a antiga alcáçova e construindo um novo bairro na colina que desce ao rio, levou a igreja a abrir-se à vila, sendo rasgada uma nova porta principal na parede murária a sudoeste, o que deixava inoperáveis três portas islâmicas de acesso ao antigo pátio da mesquita; esta alteração levou a que se mudasse o eixo da igreja, sendo o altar-mor transferido para a parede norte, fronteira à nova porta, ficando transverso às antigas naves, foi assim que os visitadores santiaguistas a encontraram naquela data; tendo, os visitadores, logo ordenado que fosse retomada a orientação canónica da igreja, devendo, assim, a cabeceira ser novamente orientada a nascente, determinação que era reforçada pela melhor visibilidade para o altar obtida pelos fiéis; foi, igualmente, determinado que os novos altares fossem erguidos sobre "dois ou três degraus"; nesta data a igreja comportaria quatro altares, o altar-mor, acompanhado lateralmente por um do Espírito Santo e o do São Cristóvão e, por fim, o do Santo Sacramento na extremidade da nave central, ficando o Sacrário guardado no antigo "mihrab"; também de acordo com os visitadores de 1482, as paredes da igreja seriam revestidas a frescos, figuras de santos, cenas marianas e da Paixão de Cristo, de que apenas sobreviveram dois ténues vestígios junto ao "mihrab", um deles com indicação do encomendante ("bastyã afoº alfayate"), e esgrafitos, indicadores de um programa decorativo tardogótico que apresenta algumas similitudes, nas qualidades técnicas e no desenho fuste, com os frescos da Igreja de Santa Cruz de Almodôvar (v. IPA.00016990); 1509 - Duarte de Armas representa a igreja, "que foi mesquita", ainda com cinco naves visíveis do exterior pelos cinco telhados em tesoura, e com a alta torre do minarete encimada por sineira; nesta altura a igreja apresentava uma planta quase quadrangular (que ainda hoje mantém) com cerca de 300 m2, que teria, como foi referido, cinco naves assentes em seis tramos, com cerca de 3 metros de largura, à exceção, provavelmente, do corredor mais largo fronteiro à "qibla" e da nave central; a altura original das paredes murárias rondaria os 5,50 metros; interiormente apresentaria uma planta em "T", sendo o espaço em seu redor preenchido por uma "floresta" de colunas; 1515 - de acordo com o texto da Visitação, neste ano a disposição dos altares já seria a determinada em 1482, sendo o altar-mor disposto no prolongamento das naves, encimado por pinturas murais (um Nascimento de Cristo, inscrito na moldura em estuque do "mihrab", que, assim, servia de moldura compositiva, e, sobre o arco, uma saudação de Nossa Senhora), dois altares de alvenaria mantinham as antigas evocações a São Cristóvão e uma Petencostes, uma imagem da Virgem com o Menino ao colo e, na ala norte, um quarto altar presidido pela imagem de Cristo na Cruz; 1526 - 1565 - uma contenda opõe o comendador da Ordem de Santiago ao concelho de Mértola no que à responsabilidade da reparação da torre sineira diz respeito; 1527 - as mesas de altar são revestidas a azulejo de aresta; é levantado um coro-alto na nave central, onde se instala um órgão que o concelho adquirira a expensas próprias; num canto do recinto figurava a pia batismal pétrea, quadrangular, na mesma ala ainda existia uma das portas do templo almóada, entretanto desaparecida, que facilitava o acesso ao campanário; 1530 - D. João Mascarenhas, cavaleiro de Santiago, herói das guerras de África, manifesta intensão de beneficiar a igreja, nomeadamente, com a execução de novos retábulos; 1532 - D. João Mascarenhas é nomeado comendador de Mértola; iniciam-se as campanhas de obras da igreja, impulsionadas por este senhor, e que têm por objetivo enobrecer e unificar o espaço interno do templo, até então muito seccionado; a acentuar a nova homogeneidade e coesão espacial está o facto de a descarga da abóbada junto aos muros portantes se exercer em mísulas e não em colunas, como também acontecia na Igreja da Luz, em Tavira (v. IPA.00005652); na intervenção foram aproveitadas as paredes que definiam o perímetro do templo, no seu interior arrasaram-se os arcos islâmicos, para o que se apearam as vinte colunas da antiga mesquita; a cobertura foi unificada mediante a criação de uma ogiva única de cruzaria simples, toda à mesma altura, para o que se levantou a cobertura em cerca de 1,60 metros; foi diminuído o número de colunas (de vinte para doze, e, aproveitando o material pétreo proveniente desta redução, a sua altura foi acrescida proporcionalmente), e aumentado o espaço intercolúnio, o que se reflete na redução do número de tramos de seis para quatro; no delinear das naves e dos tramos foi mantida a planta em "T", assim como a existência de cinco naves; o tramo fronte ao altar-mor foi distinguido dos demais com a presença de uma ogiva mais elaborada, configurando uma estrela de quatro pontas, sendo incrustado no fecho da abóbada o brasão dos Mascarenhas e, nas duas mísulas de descarga dos arcos que ladeiam a capela-mor, esculpidos uma face e o letreiro "IOANE", numa glorificação do comendador impulsionador da intervenção; no conjunto das chaves de abóbada e das mísulas são observados, para além de motivos zoomórficos e fitomórficos, símbolos do Sol, da Lua e uma estrela, normalmente utilizados nas ladainhas a Nossa Senhora (orago do templo) e, simultaneamente, presentes na iconografia de Santiago de Espada (ordem a que o templo estava afeto); na intervenção foi mantida a zona do antigo "mihrab", que desde o final do século 15 servia como capela-mor, mas entaiparam-se com reboco os frescos tardogóticos e os estuques islâmicos, tendo sido pintados sobre o reboco quadrifólios dourados; foi aberto, no lado esquerdo, um nicho para o sacrário, encimado com uma pintura com uma cruz e um anjo de cada lado; a anteceder a capela-mor, no arco triunfal são encastrados dois colunelos com capitéis de motivos enlaçados, sendo a parte superior do arco preenchida com um elemento radial com o efeito de uma vieira; para os altares foram encomendados novos retábulos, com telas pintadas e "bordos dourados", retomando as temáticas já consagradas pelos fiéis: a "Anunciação" no retábulo-mor, "Calvário", a antiga tela de São Cristóvão (que haveria de ser apeada pelo seu estado de degradação) e um Santo António (esta era uma novidade justificada pela importância que o culto a este santo assumiu); figuravam, ainda, pintadas na parede nordeste, as figuras de São Miguel, São Bento, São João, os Cosmos (São Cosme e São Damião), São Brás, Nossa Senhora, São Roque e São Bartolomeu; um grande crucifixo de vulto ocupava lugar de destaque perto da pia batismal; foi, igualmente, substituído o coro-alto; exteriormente com esta intervenção desapareceram os cinco telhados de duas águas para serem substituídos por uma única cobertura telhada a duas águas, o edifício passou a estar cintado por contrafortes, na cimalha passou a figurar um cordão cingido a ritmo regular por anéis decorativos, pináculos cónicos e merlões escalonados; na área frente à igreja foi criada uma plataforma artificial sustida por uma parede grossa com botaréus que esteve na origem do atual adro; 1535 - encontrava-se já, no interior da igreja, reunida muita predaria destinada à construção de um portal monumental, cuja edificação se encontrava prevista desde o início da intervenção; do mesmo modo se guardava na igreja muita madeira para os retábulos; D. Violante Henriques, mãe do comendador da vila, doa um cálice com a gravação dos brasões dos Mascarenhas e dos Henriques à igreja; 1544, 08 março - de acordo com o texto das Visitações espadárias, realizadas pelo cavaleiro Diogo Carvalho e pelo prior de Colos, Brás Nunes, os retábulos e seus painéis já estariam iniciados, devendo estar terminados no espaço de um ano; iniciava-se a construção do portal; 1549, agosto - as Visitações eclesiásticas realizadas pelo Arcebispado de Évora relatam que já existiriam na igreja os painéis e pinturas de três retábulos, faltando uma "Anunciação" que deveria figurar no altar-mor (SERRÃO, 2018, p. 79); 1554 - o visitador dá conta de que a igreja se acha feita do mesmo modo da Igreja da Misericórdia de Lisboa, a qual teria sido erguida em 1534, tendo ruído com o terramoto setecentista (BARROS, 2018, p. 68); o portal encontrava-se por concluir; os visitadores referem ainda a presença de pinturas velhas, mal pintadas, que mandam caiar; mencionam, todavia, a presença de quatro painéis, uma "Petencostes" (hoje no Museu da Porta da Ribeira), uma "Anunciação" e uma "Pregação de Santo António" (estes dois, desaparecidos) e um "Calvário", encimando "Santiago combatendo os Mouros" (tela que se encontra hoje no Museu da Porta da Ribeira), considerados pelos visitadores espadários como sendo de "boa mão"; a estas telas faltava ainda o douramento das molduras; 1555 - morre D. João Mascarenhas, comendador de Mértola; 1565 - de acordo com os relatos de D. Rodrigo de Meneses e João Fernandes Borregão, visitadores da Ordem de Santiago, os retábulos já estariam dourados e colocados nos seus locais de culto; organização das paróquias e comendas da região de Mértola, seguindo os novos princípios conciliares de Trento; o estado de degradação da torre sineira, nascida do aproveitamento do antigo minarete almóada, tornara impossível a sua utilização, pelo que a Ordem de Santiago chama a si a responsabilidade pela ereção de uma nova torre no ângulo sul, na continuidade da fachada principal, com coroamento com merlões, de autoria atribuída a Fernão Pires; na Visitação desta data os visitadores encontram a igreja com uma distribuição retabular diferente daquela que a intervenção de 1530 deixara; o retábulo-mor e os dois colaterais, todos de madeira, estavam novamente colocados na parede norte, contrariando o sentido das naves, apenas o retábulo de azulejo evocativo de Santo António se mantinha no mesmo lugar, assim como o Cucifixo de vulto que fora recolhido para o arco da antiga capela-mor; sécs. 17 - 18 - remate da torre sineira; 1949 - 1953 - uma intervenção da DGEMN deslocou a sacristia para a fachada nordeste, repôs o eixo primitivo da igreja e despojo-a de grande parte do seu espólio figurativo; 1969, 02 fevereiro - danos causados pelo sismo; 2010 - 2011 - escavações arqueológicas realizadas no adro da igreja, no exterior do muro da "quibla" revelaram um antigo cemitério e a estrutura de um possível templo paleocristão, posteriormente adaptado a mesquita, anterior à edificação do templo almóada.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Estrutura de alvenaria rebocada. Portal de mármore. Cobertura em telha cerâmica. Tijoleira no pavimento

Bibliografia

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Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN/DSID / DGLAB: AN/TT

Intervenção Realizada

DGEMN: 1947 - reparação da cobertura e de rebocos; 1949 - reparação de rebocos; 1952 - demolição de vários anexos nas imediações do edifício; sondagens arqueológicas; desentaipamento de elementos da antiga mesquita entretanto encontrados, portas, contrafortes e "mihrab", e restauro dos mesmos; demolição do coro; demolição de diversos altares; substituição do pavimento de madeira por outro de pedra e tijoleira; limpeza das colunas de cantaria; consolidação dos contrafortes exteriores sem ocultação dos primitivos em tijolo; construção de três altares de pedra; arranjo do acesso à torre; construção de uma pequena sacristia; regularização do adro; reboco e caiação de paredes e pintura de portas; instalação elétrica; 1961 - reparação da cobertura, reparação de rebocos e de pinturas; 1974 - reconstrução da cobertura, execução de rebocos; 1979 - consolidação da fachada; 2007 - decorrem escavações arqueológicas junto à fachada lateral direita, tendo sido levantado o lageamento de pedra do adro e posto a descoberto diversas estruturas.

Observações

Autor e Data

Paula Tereno 2019

Actualização

Rosário Gordalina 2007
 
 
 
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