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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Monumento e museu Museu
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Descrição
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Planta elíptica, desenvolvendo-se a partir de um pátio central quadrado em torno da qual se articulam as salas, conjugando-se com dois corpos dispostos transversalmente. Massa simples, volumes dispostos na horizontalidade. Cobertura em vidro montada em estrutura reticulada de ferro rematando com platibanda lisa. Fachada principal virada a O., enquadrado por dois corpos salientes ritmados por contrafortes, dispostos transversalmente, o pórtico em ressalto é constituido por seis colunas em que assenta uma longa platibanda recta com o nome do Museu inscrito, adossado a um amplo muro de altura superior com oito relevos verticais de Francisco Franco dispostos em ambos os lados flanqueando a entrada principal. Na fachada oposta, E., dois panos cegos com baixos relevos de Alberto Morais do Vale, figurando a Pintura e a Escultura ladeiam pano central em ressalto aberto por janelão. A N. e S. duas ábsides semi-circulares ritmadas por seis contrafortes e abertas por um janelão. A cabeceira S. tem adossado um lanço de escadas, que acompanha a sua curvatura de acesso à cave do volume perpendicular, onde funciona o Museu de Cerâmica. INTERIOR: espaço separado em três correntezas perpendiculares à porta através de painéis móveis. Sucessão de salas estruturadas em torno do claustro central ajardinado que envolvem as duas salas grandes centrais e que se interrompe nos volumes dispostos perpendicularmente à fachada principal. Pavimento em pinho, rodapé e guarnições dos vãos em madeiras do Brasil, paredes de reboco rústico e branco e tecto de vidro com estrutura reticulada de ferro, através do qual se filtra a luz das amplas clarabóias dos telhados. |
Acessos
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Parque D. Carlos I |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1.ª série-B, n.º 42 de 19 fevereiro 2002 / Incluído na Zona Especial de Proteção da Igreja Matriz das Caldas da Rainha (v. PT031006030001) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, implantação harmoniosa no frondoso Parque das Termas das Caldas da Rainha (v. PT031006030046), junto ao lago. Dentro da área do parque erguem-se várias construções, onde se destacam os Pavilhões do Parque, projecto de Rodrigo Berquó e o Clube de Recreio, cuja fachada principal forma uma meia laranja. A N. situa-se o Hospital Termal Rainha D. Leonor (v. PT031006030039), e a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo. A O. frente aos campos de ténis encontram-se as antigas instalações do Grande Hotel Lisbonense (v.PT031006030016).
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Descrição Complementar
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No frontispício, flanqueando o pórtico, os relevos da esquerda representam em réplica as imagens do monumento a Gonçalves Zarco no Funchal e os relevos da direita, imagens do exterior da Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Lisboa. Museológicamente, o espaço está diferenciado e destinado da seguinte forma: recepção com algum mobiliário que pertenceu a José Malhoa; sala1: o pintor José Malhoa; sala 2: Pintura Romântica. Paisagem. Costumes. Retrato. História. Pintura e escultura de observação realista; sala 3: Pintura do primeiro Naturalismo. O Grupo do Leão; sala 4: Pintura de José Malhoa. Paisagem. Costumes. História; sala 5: Pintura de José Malhoa: retrato; sala 6: Pintura do Primeiro Naturalismo; sala 7: o Naturalismo como metáfora; sala 8: Pintura e escultura do Segundo Naturalismo; sala 9: A família Roque Gameiro; sala 10: Actualizações Modernistas nas primeiras décadas do século XX; sala 11: o retrato na primeira metade do século XX. Henrique Medina e Eduardo Malta; sala 12: A Estatuária do Estado Novo; sala 13: Tardo-Naturalismo até à década de 1950; sala 14: Mudanças após 1945; cave: Rafael Bordalo Pinheiro. Cerâmica; Exterior, Parque: Escultura dos séculos XIX e XX. |
Utilização Inicial
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Cultural e recreativa: museu |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DRCCentro, Decreto-Lei n.º 114/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012 |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETOS: Paulino Montês (1940); Eugénio Correia (1940). CONSTRUTOR: Manuel Marques (1940-1942). |
Cronologia
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1924 - António Montês pede a José Malhoa um quadro para a sua terra natal; 1926 - o Retrato da Rainha D. Leonor peça número um do inventário, dá inicio à colecção do Museu; 1927 - criação da Liga dos Amigos José Malhoa, entidade através da qual muitas abras são adquiridas bem como ajudas financeiras para o desenvolvimento do projeto arquitetónico; 1932 - doações feitas por José Malhoa; 1933 - novas doações de pintura feitas por José Malhoa; 6 outubro - falecimento de José Malhoa; 1934 - é cedido pelo Hospital Termal, proprietário do Parque D. Carlos I, a Casa dos Barcos que tomando o nome de Pavilhão Rainha D. Leonor é o primeiro local onde terá lugar a exposição permanente da coleção; 1934, 28 abril - inauguração da Exposição; 1940, 11 agosto - inauguração do novo edifício de projecto inicial do arquitecto Paulino Montez (1897-1962) e desenvolvimento do arquitecto Eugénio Correia (1897-1985), sendo construtor Manuel Marques; 1942 - Francisco Franco oferece ao Museu obras originais suas, pelo que António Montês solicita à Junta da Província da Estremadura a ampliação do edifício; 1950, 13 agosto - inauguração da Exposição Nacional José Malhoa em que são abertas ao público novas salas de exposição, que vão alterar o sentido inicial de espaço circular tornando-o mais linear e fazendo a fachada ganhar mais horizontalidade; 1955, 15 maio - comemorações do centenário de José Malhoa. Descerramento de uma lápide na casa onde nasceu o pintor e exposição no Museu Malhoa de obras do pintor e seus contemporâneos; 1956 - inauguram-se mais duas salas de exposição exteriormente marcadas por volumes colocados em U perpendicularmente à fachada; 1957 - António Montês faz a "Exposição temporária de Escultura ao ar livre"; 1957 - duas salas deixam de funcionar como circuito expositivo, passando uma a ser ocupada pela Biblioteca de Arte oferecida pela Fundação Calouste Gulbenkian, e a outra para serviços técnicos; a exposição ao ar livre passa a permanente; 1960, julho - 1ª edição do Catálogo do Museu José Malhoa. Está definido quer o edifício quer a teoria museográfica; 1966 - António Montês inaugura na cave do edifício um "Museu de Cerâmica"; 1970, 27 outubro - a imprensa nacional e local chama a atenção para a "situação intrigrante" do Museu José Malhoa, "sem direcção, sem qualquer pessoa à frente da sua rotina. Não há director, não há conservador, não há sequer um escritório" (Jornal de Notícias); 1977, outubro - o Museu José Malhoa organiza a Expo-Caldas 77, exposição retrospectiva de Cerâmica Caldense, com cerca de 500 peças de colecções públicas e privadas; 1983 - sendo director o Dr. João Saavedra Machado, preparam-se projectos de ampliação do Museu, mas como tal sacrificaria grandes zonas verdes do parque, a administração do Centro Hospitalar, seu proprietário, não consentiu; 1982 - 1983 - benificiações diversas - substituição dos envidraçados da cobertura; 1991, 09 agosto - o museu é afeto ao Instituto Português de Museus, Decreto-Lei n.º 278/91, DR, 1.ª série-A; 1996, 31 maio - Despacho de classificação como Imóvel de Interesse Público; 2007, 29 março - o imóvel é afeto ao Instituto dos Museus e Conservação, I.P. pelo Decreto-Lei n.º 97/2007, DR, 1.ª série, n.º 63. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes ortantes. |
Materiais
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Betão, alvenaria de tijolo, ferro e vidro. |
Bibliografia
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HENRIQUES, Paulo, O Museu José Malhoa, in Monumentos 6, DGEMN,Lisboa, 1997; MACHADO, Saavedra, Evocando António Montês - o Homen e a Obra, in Caldas da Rainha - 55º aniversário de elevação a cidade, Caldas da Rainha, Maio, 1985; Museu José Malhoa, Guia-desdobrável, IPM; Museu de José Malhoa, Página Internet IPM; SERRA, João B., Introdução à História das Caldas da Rainha, col. Cadernos de História Local, Caldas da Rainha, 1991; Terra de Águas - Caldas da Rainha História e Cultura, Câmara Municipal das Caldas da Rainha, 1993; Tesouros Artísticos de Portugal, Selecções do Reader´s Digest, Lisboa, 1976. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMCentro; DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DREL/DRC; IPM; IPPAR; CMCaldas da Rainha |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; DGEMN/DREMCentro / DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID; CMCaldas da Rainha |
Intervenção Realizada
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1982 / 1983 - beneficiações diversas: substituição dos envidraçados da cobertura; DGEMN/DREMC: 2007 - trabalhos de remodelação e ampliação (em curso). |
Observações
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Os arquitectos José Daniel e João Santa-Rita foram convidados para intervir no edifício onde serão contempladas obras de climatização das salas excessivamente frias e húmidas no Inverno, reequipamento da zona de acolhimento ao público, ligação da sala semi-circular 3 com a cave (a que actualmente se acede pelo parque), abertura das portas axiais em janelões que permitam a vista, desde o interior do edifício, do parque envolvente e construção de outro edifício isolado e afastado do Museu, não interferindo com o seu enquadramento, para instalação de reservas e do quadro de pessoal técnico e administrativo. |
Autor e Data
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Lurdes Perdigão 2000 |
Actualização
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