Convento dos Frades Trinos / Biblioteca Municipal de Miranda do Douro
| IPA.00009586 |
Portugal, Bragança, Miranda do Douro, Miranda do Douro |
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Arquitectura religiosa, barroca e contemporânea. Igreja trina, de planta longitudinal com nave de dois tramos com contrafortes exteriores, transepto saliente e capela-mor. Fachada principal rasgada por portal em arco abatido, enquadrado por colunas coríntias, sobrepujadas por entablamento, encimada por janela e dois nichos; remata em espaldar recortado e cornija, sobre entablamento. Fachadas laterais rasgadas por janelas de perfis diferentes, rectilíneo e em arco abatido, e por vãos de volta perfeita, a do lado esquerdo com sineira de duas ventanas de volta perfeita, com remate em empena curva com cornija. Interior com coberturas em abóbada de berço e aresta, com dois tramos definidos por pilastras toscanas e arco toral, Arco triunfal de volta perfeita e púlpito rectangular no lado do Evangelho. |
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Número IPA Antigo: PT010406080032 |
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Registo visualizado 1204 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem da Santíssima Trindade para a Redenção dos Cativos - Trinos
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Descrição
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Planta longitudinal, composta por nave de dois tramos, transepto e capela-mor rectangulares, de volumes articulados e escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas (nave) e quatro (transepto) águas. Fachada principal voltada a NO., rebocada e pintada de branco, com vãos e cunhais, formando pilastras toscanas, em cantaria de granito, tendo inscrição metálica: "BIBLIOTECA / MUNICIPAL"; possui embasamento saliente e remate em arquitrave, sobrepujada por espaldar contracurvado com cornija, encimado por acrotério volutado, entre pináculos; é rasgada por portal em arco abatido, apresentando pedra de fecho ornada com motivo ressaltado, decorado com volutas, e intradorso almofadado, assente em pilastras, estando enquadrado por pilastras e colunas de inspiração coríntia, sobre plintos almofadados, ornados com motivos vegetalistas, que são sobrepujados por entablamento com friso de gotas e cornija encimada, na projecção das colunas, por urnas embebidas. O conjunto é encimado por brasão da Ordem da Santíssima Trindade, sobrepujado por janela rectangular com moldura recortada e ladeado por dois nichos vazios, de remate em arco de volta perfeita, concheado, sobre pilastras toscanas, sobrepujados por cornija curva, tendo parapeito saliente semicircular e avental com borlas. Fachada lateral esquerda virada a NE., em alvenaria irregular de granito e rebocada e pintada de branco na zona do transepto, marcada por contraforte sobre pequeno vão entaipado, em arco de volta perfeita, e outra em arco abatido, também sobre vestígios de vão entaipado em arco de volta perfeita, sendo o transepto cego; apresenta, no lado direito, sobre a cornija, sineira de duas ventanas em arco de volta perfeita, sobre pilastras, encimada por cornija saliente que suporta frontão e cornija, sobrepujados por acrotério com pináculo bolboso e catavento. Fachada lateral direita virada a SO., em alvenaria irregular de granito e marcada por contraforte, sendo, na zona da nave, semelhante à fachada anterior e, no transpeto, rasgada por janela na face NO. e, na SO. três vãos em eixo, formando três registos, o inferior com janela em arco abatido *2 e os superiores de vão rectilíneo. Fachada posterior em alvenaria irregular de granito e rebocada e pintada de branco, rasgada, centralmente e a toda a altura do alçado, por envidraçado e, no lado direito, por porta de verga recta e dois óculos circulares. Em frente a este pano envidraçado, ergue-se o muro da fachada da cabeceira, em alvenaria irregular e parcialmente rebocado e pintado de branco, tendo, no intradorso, marcação de vão alto, em arco de volta perfeita. INTERIOR rebocado e pintado de branco, com pavimento lajeado, sendo a nave dividida em dois tramos, por arco toral assente em pilastras toscanas, e cobertura rebocada e pintada de branco, em abóbada de berço, no primeiro tramo, e de aresta no segundo. Nas pilastras da nave, são visíveis os arranques do coro-alto. Nas paredes laterais e confrontantes, quatro nichos de volta perfeita, tendo, no primeiro do lado da Epístola, tampa sepulcral epigrafada. Arco triunfal de volta perfeita, sobre pilastras toscanas, o do lado do Evangelho com púlpito rectangular, com friso decorativo inscrito com óvulos, sobre mísula pétrea decorada com volutas. Espaço do transepto e capela-mor rebocado e pintado de branco, com pavimentos soalhados, em linóleo, e em tijoleira, tendo coberturas estucadas; neste espaço, escadas de comunicação com a cave e os pisos superiores. |
Acessos
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Rua do Convento |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Protecção do Castelo de Miranda do Douro (v. PT010406080004) |
Enquadramento
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Urbano, isolado, com integração harmónica no interior do Castelo de Miranda do Douro, implantado na extremidade S. da cidadela, próximo de uma das suas entradas, defronte de rua calcetada com calçada à portuguesa e guia central em cantaria, sendo enquadrado pela Casa dos Magistrados, à esquerda, e pelo Quartel da GNR, à direita. |
Descrição Complementar
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Na nave, encontra-se tampa sepulcral com armas e a inscrição: "AQVI IAZ FRAN(cis)Cº / XAVIER OLDAS SARMENTO / CAVALEIRO DA ORDEM DE / CHRISTO CAVALEIRO DA CA / ZA RIAL CAPITAM DE CA / VALOS IVIS DE ORPHA / ONS DE PROPIRDADE D / ESTA CIDADE MORGA / DO DE FONTE DE ALDEA / A QVEM PERTENCE ES / TA SEPVLTVRA PELO DE / FVNTO DAR AS CAZAS PAR / A FVNDAÇÃ DESTE COMVE / NTO COMO CONSTA DA ESCRI / TVRA DE CONTRATO FALECEV / A 25 DE ABRIL DE 1744". A nave, onde funciona um átrio polivalente, está ligada por escadaria, de lanço único, com a cave, onde, a partir de corredor, se estabelece a comunicação com os sanitários, arrumos, bomba das escadas de serviço e do elevador, com sala de conto, sala infantil, axial, e, a partir desta, com o pátio exterior, de pavimento em lajeado de granito, rematado a SE. pela antiga parede da cabeceira da capela-mor. A partir da nave, estabelece-se a ligação, por intermédio de escada de lanço único, com o primeiro piso, onde funciona a zona de empréstimos, e, a partir desta, comunica-se com sanitários e bomba das escadas de serviço e elevador. O acesso ao terceiro piso efectua-se através das escadas de serviço, de dois lanços, onde, a partir de átrio, se comunica com sanitários, gabinete de trabalho e com o depósito. |
Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja / Cultural e recreativa: biblioteca |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro. |
Cronologia
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1718 - autorização de D. João V para se fundar o Convento da Ordem da Santíssima Trindade; 1718 / 1719 - início da construção, em casas doadas por Francisco Xavier Oldas Sarmento; 1728 - concessão, pelo bispo de Miranda do Douro, D. João de Sousa Carvalho, de um retábulo guardado na Sé de Miranda para ser colocado na igreja; 1744 - morte do fundador, sepultado na igreja; 1758 - reformulação e ampliação da igreja, por donativo do cónego Manuel Gonçalves Gamboa; 1834 - extinção da Ordem da Santíssima Trindade; 1998 - remodelação do edifício, transformando-o em Biblioteca Municipal, segundo projecto dos arquitectos Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro *2. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em granito e em betão, com paramentos em aparelho de alvenaria irregular de granito aparente, com vãos, cunhais e pavimento em cantaria de granito; sineira e púlpito em cantaria de granito; cobertura exterior em telha e a interior rebocada; pavimentos da zona mais recente soalhados, em linóleo e tijoleira; portas e escadas de madeira; janelas em alumínios envidraçado e gradeado; escadas com guardas de aço; cruz e catavento em ferro. |
Bibliografia
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MOURINHO (JÚNIOR), António Rodrigues, Arquitectura Religiosa da Diocese de Miranda do Douro - Bragança, Sendim, 1995, pp. 117-124. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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CMMD |
Intervenção Realizada
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CMMD: 1998 - obras de remodelação do edifício, adaptando-o a nova função. |
Observações
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*1 - esta janela corresponde a uma reformulação de um antigo portal. *2 - o imóvel, à data das obras de remodelação, encontrava-se profundamente degradado, sem cobertura e com a zona do transepto e capela-mor completamente arruinados, pelo que os projectistas delinearam um corpo rectangular no espaço correspondente ao primitivo transepto e do qual só restava a fachada SO., enquanto que o pátio que lhe está adjacente implanta-se na área da antiga capela-mor que só conservava a parede da cabeceira; segundo António Rodrigues Mourinho, a sacristia estaria adossada à fachada SO., enquanto que o corpo das dependências conventuais se implantaria a NE, do qual não resta qualquer vestígio; considera, ainda, que o transepto não estava individualizado, sendo parte integrante da capela-mor, indicando que, no centro do cruzeiro, se abria uma cúpula assente em quatro trompas. |
Autor e Data
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Miguel Rodrigues e Paulo Amaral 2002 |
Actualização
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