Ermida de Santo António

IPA.00000966
Portugal, Beja, Alvito, Vila Nova da Baronia
 
Arquitectura religiosa, maneirista. Ermida maneirista de planta longitudinal escalonada, composta por nártex, nave única e capela-mor rectangulares e abobadadas; enquadra-se na arquitectura religiosa alentejana, mostrando grandes afinidades com a Ermida de São Pedro de Alvito (v. PT040203010022). Ao invés da austeridade do exterior, o interior exibia grande riqueza decorativa, já setecentista, através de azulejaria, entretanto desaparecida *3, e de pinturas murais maneiristas, jque revestiam a capela-mor e das quais restam apenas vestígios *2, enquadráveis num pequeno, mas significativo núcleo de pintura mural popular, da região (Catarina VILAÇA, 1999, p.117). As pinturas maneiristas de carácter ornamental e com passos da vida do orago e anjos músicos na abóbada da capela-mor.
Número IPA Antigo: PT040203020021
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal, escalonada, composta pelo nártex, nave ( 7,80 x 4,90 )e capela-mor ( 3,75 x 2,75 ), a que se adossa, do lado N., a sacristia quadrada *1. Cobertura diferenciada em telhado de três águas no nártex, duas na nave e capela-mor, cúpula revestida de telhas de canudo na sacristia. Fachada principal a E., com nártex de um só pano delimitado superiormente por cornija e beirado, enquadrado por pilastras salientes com pináculos piramidais no remate, com acesso por arco de volta perfeita; corpo da nave com frontaria de pano único, em empena, delimitada por contrafortes de secção quadrangular, com pirâmides nos acrotérios e coroada por pequeno campanário arruinado; portal simples de cantaria, tendo, do lado direito, uma janela. Alçado N. de três volumes escalonados correspondentes ao nártex, de um só pano rasgado por arco de volta perfeita; à nave, de dois panos com arcos de volta perfeita, cegos, atingindo 1/3 da altura do paramento murário, delimitados por contrafortes e rematados por pináculos piramidais; à sacristia, de pano único, rasgado ao centro por janela quadrada, delimitado por pilastras rematadas por pináculos piramidais; os três volumes são delimitados superiormente por cornija e beirado; Alçado S. sensivelmente idêntico, correspondendo aqui o 3º volume à capela-mor cega e tendo adossada, no 2º pano do corpo central, uma capela lateral; Alçado O. formado pelos volumes da capela-mor, e da nave, este recuado, com remates em empena, e pelo volume da sacristia, ligeiramente recuado, adossado a N., com remate em cornija e beirado; pináculos piramidais nas extremidades laterais da nave e da sacristia; capela-mor rasgada ao centro por janela em arco redondo. INTERIOR: nártex com cobertura em abóbada ogival; nave única com cobertura em abóbada de berço e cornija saliente; do lado do Evangelho rasga-se arco de volta perfeita, assente em pilastras, enquadrando altar de alvenaria sobrepujado por nicho; do lado da Epístola, junto ao arco triunfal, subsistem vestígios de púlpito em cantaria, com três degraus de acesso. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras, sobrepujado por grande composição de pintura mural, representando Santo António e o Menino, enquadrada por volutas e elementos vegetalistas. Capela-mor, mais estreita, com cobertura em abóbada ogival de nervuras que se prolongam até ao pavimento e com chave de cantaria lavrada; toda a abóbada e nervuras são decoradas por frescos representando anjos músicos e putti envolvidos por elementos vegetalistas e querubins, segurando o livro de Santo António; nas paredes laterais, ao nível do arranque da abóbada, inúmeros vestígios de pinturas murais*2; nas paredes laterais rodapé pintado a enxaquetado oblíquo, em azul e branco; pequeno nicho arruinado, rasgando a parede fundeira; porta de verga recta comunicando com a sacristia que é coberta por abóbada de cruzaria.

Acessos

Rua Joaquim António Gião, a c. de 600ma NO. da vila, à mão direita, com acesso por caminho de terra batida, na Herdade de São Sebastião.

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 219/2013, DR, 2.ª série, n.º 72 de 12 abril 2013

Enquadramento

Rural, destacado, isolado em planície, entre terras de cultivo, na Herdade de São Sebastião, nos arredores de Vila Nova da Baronia. É antecedida por um cruzeiro truncado de cantaria.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: ermida

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 16, finais - data provável de construção; séc. 17, inícios - pinturas murais e acrescento do nartex; 1898 - apresentava já sinais de negligência; Séc. 20, inícios - em abandono; 1982, 09 de Agosto - proposta a classificação do imóvel pelo do Instituto José de Figueiredo; 2009, 16 de Março - proposta de encerramento do processo de classificação pela DRCAlentejo, por não ter valor nacional; 2009, 30 de Abril - Parecer do Conselho Consultivo do IGESPAR propondo a abertura urgente do processo; 2009, 07 de Maio - Despacho de abertura do processo de classificação pelo Director do IGESPAR; 2009, 20 de Novembro proposta a classificação como IIP e de criação de ZEP pela DRCAlentejo; 2010, 11 de Fevereiro - processo devolvido à DRCAlentejo por despacho do Director do IGESPAR, para aplicação do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23-10-2009; 2010, 15 de Março - nova proposta de ZEP pela DRCAlentejo; 2010, 30 de Dezembro - Procedimento de classificação prorrogado até 31 de Dezembro de 2011 pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252; 2011, 14 de Dezembro - publicado no DR, nº 238, 2ª série, o Anúncio nº 18519/2011 de Projecto de Decisão relativo à classificação como MIP e à fixação da respectiva ZEP.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma; estrutura mista (nave)

Materiais

Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas; chave de cantaria.

Bibliografia

ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, XII-Distrito de Beja, vol. 1, Lisboa, 1992; GONÇALVES, Catarina Valença, A pintura mural no concelho de Alvito - séculos XVI a XVIII, Alvito, 1999; VALÉRIO, António João, Arte e História no Concelho de Alvito. Guia para uma Visita, Alvito, 1994.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo Mural da História

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - inicialmente, a nave tinha quatro capelas colaterais volumetricamente salientes, conservando-se hoje apenas o volume da primeira no lado do Evangelho e os arcos de acesso das restantes três; *2 - a capela-mor era decorada por duas grandes composições alusivas a Santo António pregando aos peixes em Rimini e outra cena truncada, hoje muito delidas; *3 - destacava-se o frontal de altar, na desaparecida Capela de São João Baptista, de azulejaria policroma do Séc. 17, de inspiração oriental, de ramagens e aves exóticas. Incluído no Plano de Acção para as Terras da Baronia de Alvito, CMA, 1999.

Autor e Data

José Falcão e Ricardo Pereira 1996

Actualização

 
 
 
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