Forte do Bom Sucesso

IPA.00009896
Portugal, Lisboa, Lisboa, Belém
 
Arquitectura militar. Forte costeiro do tipo Vauban, em forma de estrela avançada sobre o rio.
Número IPA Antigo: PT031106320616
 
Registo visualizado 2423 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Forte    

Descrição

Planta pentagonal irregular, o perimetro do edifício é definido pela articulação de 3 corpos rectangulares (com as faces de perfil circular, voltadas para o rio ) - com pátios simétricos nos extremos O. e E. -, apresentando volumetria paralelepipédica e cobertura em telhados a 1 água. Adaptada à morfologia do local onde está implantada, observa-se muralha circundante a S., com extremos articulados com guaritas de planta circular. Esta é pontuada interiormente por 10 dependências de planta trapezoidal para armazenamento de munições, peças Krupp e vários morteiros. O forte apresenta o alçado principal virado a N., no qual se abre o portal de cantaria com aparelho de junta fendida, em arco de volta perfeita e cornija destacada sobre a qual se eleva pano de muro rematado em ática e animado por emblema heráldico régio sobre panóplia. INTERIOR: ao longo dos alçados voltados para o interior dos pátios, diversas dependências de apoio ao forte registando-se a existência de uma compartimentação intercomunicante cuja distribuição é assegurada por corredor longitudinal. Os espaços apresentam genéricamente planta rectangular e são servidos por janelas de peito de verga recta, localizando-se, a O., a caserna, cozinha e refeitório, e a E. as antigas dependências dos oficiais.*1

Acessos

Avenida de Brasília

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção da Torre de Belém (v. IPA.00004065)

Enquadramento

Urbano, destacado, implantado na margem direita do Rio Tejo a jusante da Torre de São Vicente de Belém (v. PT031106320024). O acesso efectua-se por caminho lateralmente defendido por muretes, no contexto do jardim que se desenvolve diante do forte e da Torre. No espaço fronteiro a E. ergue-se o Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: forte

Utilização Actual

Assistencial: associação de beneficiência

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

ENGENHEIRO: General Vallerée (1780) / Capitão de Engenharia Domingos Pinheiro Borges (séc.19 )

Cronologia

1780 - construção do forte, com projecto do engenheiro e general francês Vallerée ( segundo o sistema do marquês de Montalembert ), o mesmo ficava ligado à Torre de Belém por meio de um passadiço; 1798 - as obras ainda prosseguem, então sob a direcção do coronel Alincourt (na sequênia da morte de Vallerée, ocorrida em 1796); 1807 - Junot desloca-se ao forte; 1808 - Junot determina que a bateria seja ligada à Torre de Belém por uma bateria corrida, chamada Bateria Nova do Bom Sucesso ou do Flanco Esquerdo, artilhada com 47 peças e 10 morteiros e casamata ; a bateria é entregue pelos franceses às tropas inglesas; 1812 - ruina sobre parte da muralha da bateria e dos 3 paióis construídos; 1815 - construção da bateria do flanco direito; 1817 - demolição de casamatas arruinadas; 1820 - início da construção da Bateria Nova, por ordem do Ministro da Guerra, General Azevedo; 1821 - os trabalhos são suspensos pelo general Teixeira Rebello; 1822 - a bateria nova encontra-se ainda incompleta e a antiga arruinada, procedendo-se também à reconstrução da muralha (em nova posição), canhoneiras e merlões desmantelados; 1830 - a bateria é comandada pelo coronel graduado e governador Manuel Gomes da Silva Villar, nesse mesmo ano verifica-se a queda do ripado que fazia a divisão entre os paióis; 1831 - realização de obras, das quais é encarregado o major comandante do batalhão de Artífices Engenheiros José António de Abreu; nesse ano são transferidas 3 peças de calibre 36 da Torre de Belém para o forte, bem como de carretas da Marinha para o forte; 1832 - conclusão das obras da bateria nova e início da construção de uma bateria provisória para obuzes; 1835 - obras que asseguram a comunicação da bateria do Bom Sucesso com o forte da Areia; 1836 - o forte encontra-se em ruinas; 1870 - início dos trabalhos de construção da nova bateria (com capacidade para 45 bocas de fogo, 30 nas casamatas e 15 a barbete) no local do antigo forte do Bom Sucesso, com projecto do capitão de engenharia Domingos Pinheiro Borges e sob a orientação do brigadeiro graduado Filipe Folque, seguindo em parte o sistema do general Gribauval; 1874 - conclusão das obras (ficando a bateria com c. 220m de comprimento), e equipado na altura com seis peças Krupp, dez peças para salvas e vários morteiros; 1876 - início da construção das plataformas e paióis; 1992 - construção do Monumento aos Combatentes do Ultramar (segundo projecto do Arqto. Guedes de Carvalho), diante do forte, por iniciativa da Liga dos Combatentes, a qual projecta instalar no forte um Museu do Combatente.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro

Bibliografia

ARQUIVO HISTÓRICO MILITAR, Arquivo Particular de Carlos Callixto, Fundo 38, Série 8, Caixa 550, Nº 148 ; A.H.M., 3ª Divisão, 9ª Secção (Fortificações), Caixa 43 ; LEAL, A. Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. I, Lisboa, 1874 ; A Bateria Marítima do Bom Sucesso, in O Exército Português, Nº 26, 1879 ; O Occidente, Vol. V, 1880 ; FERREIRA, Ricardo Santos, A Memória dos Combatentes, in Público, 1992 ; FREITAS, Eduardo, CALADO, Maria, FERREIRA, Vítor Matias, Lisboa : Freguesia de Belém, Lisboa, 1993 ; SANTOS, Nuno Valdez dos, Bom Sucesso, Bateria ou Forte do, in SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo, (dir. de), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1994

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRELisboa; CML; AHM, 3ª Divisão, 1ª Secção, Caixa 7, Nº 23

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1992 - obras de conservação e beneficiação geral (pinturas de paramentos e limpeza de cantarias), arranjo da envolvência no contexto da realização do Monumento aos combatentes.

Observações

*1- todas estas estruturas referenciadas não pertencem à traça original do edifício, tendo sido construídas na segunda metade do século 20

Autor e Data

Teresa Vale, Maria Ferreira e Sandra Costa 2001

Actualização

 
 
 
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