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Edifício e estrutura Edifício Militar Forte
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Descrição
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Planta pentagonal irregular, o perimetro do edifício é definido pela articulação de 3 corpos rectangulares (com as faces de perfil circular, voltadas para o rio ) - com pátios simétricos nos extremos O. e E. -, apresentando volumetria paralelepipédica e cobertura em telhados a 1 água. Adaptada à morfologia do local onde está implantada, observa-se muralha circundante a S., com extremos articulados com guaritas de planta circular. Esta é pontuada interiormente por 10 dependências de planta trapezoidal para armazenamento de munições, peças Krupp e vários morteiros. O forte apresenta o alçado principal virado a N., no qual se abre o portal de cantaria com aparelho de junta fendida, em arco de volta perfeita e cornija destacada sobre a qual se eleva pano de muro rematado em ática e animado por emblema heráldico régio sobre panóplia. INTERIOR: ao longo dos alçados voltados para o interior dos pátios, diversas dependências de apoio ao forte registando-se a existência de uma compartimentação intercomunicante cuja distribuição é assegurada por corredor longitudinal. Os espaços apresentam genéricamente planta rectangular e são servidos por janelas de peito de verga recta, localizando-se, a O., a caserna, cozinha e refeitório, e a E. as antigas dependências dos oficiais.*1 |
Acessos
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Avenida de Brasília |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Proteção da Torre de Belém (v. IPA.00004065) |
Enquadramento
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Urbano, destacado, implantado na margem direita do Rio Tejo a jusante da Torre de São Vicente de Belém (v. PT031106320024). O acesso efectua-se por caminho lateralmente defendido por muretes, no contexto do jardim que se desenvolve diante do forte e da Torre. No espaço fronteiro a E. ergue-se o Monumento aos Combatentes da Guerra do Ultramar. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: forte |
Utilização Actual
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Assistencial: associação de beneficiência |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIRO: General Vallerée (1780) / Capitão de Engenharia Domingos Pinheiro Borges (séc.19 ) |
Cronologia
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1780 - construção do forte, com projecto do engenheiro e general francês Vallerée ( segundo o sistema do marquês de Montalembert ), o mesmo ficava ligado à Torre de Belém por meio de um passadiço; 1798 - as obras ainda prosseguem, então sob a direcção do coronel Alincourt (na sequênia da morte de Vallerée, ocorrida em 1796); 1807 - Junot desloca-se ao forte; 1808 - Junot determina que a bateria seja ligada à Torre de Belém por uma bateria corrida, chamada Bateria Nova do Bom Sucesso ou do Flanco Esquerdo, artilhada com 47 peças e 10 morteiros e casamata ; a bateria é entregue pelos franceses às tropas inglesas; 1812 - ruina sobre parte da muralha da bateria e dos 3 paióis construídos; 1815 - construção da bateria do flanco direito; 1817 - demolição de casamatas arruinadas; 1820 - início da construção da Bateria Nova, por ordem do Ministro da Guerra, General Azevedo; 1821 - os trabalhos são suspensos pelo general Teixeira Rebello; 1822 - a bateria nova encontra-se ainda incompleta e a antiga arruinada, procedendo-se também à reconstrução da muralha (em nova posição), canhoneiras e merlões desmantelados; 1830 - a bateria é comandada pelo coronel graduado e governador Manuel Gomes da Silva Villar, nesse mesmo ano verifica-se a queda do ripado que fazia a divisão entre os paióis; 1831 - realização de obras, das quais é encarregado o major comandante do batalhão de Artífices Engenheiros José António de Abreu; nesse ano são transferidas 3 peças de calibre 36 da Torre de Belém para o forte, bem como de carretas da Marinha para o forte; 1832 - conclusão das obras da bateria nova e início da construção de uma bateria provisória para obuzes; 1835 - obras que asseguram a comunicação da bateria do Bom Sucesso com o forte da Areia; 1836 - o forte encontra-se em ruinas; 1870 - início dos trabalhos de construção da nova bateria (com capacidade para 45 bocas de fogo, 30 nas casamatas e 15 a barbete) no local do antigo forte do Bom Sucesso, com projecto do capitão de engenharia Domingos Pinheiro Borges e sob a orientação do brigadeiro graduado Filipe Folque, seguindo em parte o sistema do general Gribauval; 1874 - conclusão das obras (ficando a bateria com c. 220m de comprimento), e equipado na altura com seis peças Krupp, dez peças para salvas e vários morteiros; 1876 - início da construção das plataformas e paióis; 1992 - construção do Monumento aos Combatentes do Ultramar (segundo projecto do Arqto. Guedes de Carvalho), diante do forte, por iniciativa da Liga dos Combatentes, a qual projecta instalar no forte um Museu do Combatente. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira, vidro |
Bibliografia
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ARQUIVO HISTÓRICO MILITAR, Arquivo Particular de Carlos Callixto, Fundo 38, Série 8, Caixa 550, Nº 148 ; A.H.M., 3ª Divisão, 9ª Secção (Fortificações), Caixa 43 ; LEAL, A. Barbosa de Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Vol. I, Lisboa, 1874 ; A Bateria Marítima do Bom Sucesso, in O Exército Português, Nº 26, 1879 ; O Occidente, Vol. V, 1880 ; FERREIRA, Ricardo Santos, A Memória dos Combatentes, in Público, 1992 ; FREITAS, Eduardo, CALADO, Maria, FERREIRA, Vítor Matias, Lisboa : Freguesia de Belém, Lisboa, 1993 ; SANTOS, Nuno Valdez dos, Bom Sucesso, Bateria ou Forte do, in SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo, (dir. de), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1994 |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRELisboa; CML; AHM, 3ª Divisão, 1ª Secção, Caixa 7, Nº 23 |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRMLisboa |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH |
Intervenção Realizada
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PROPRIETÁRIO: 1992 - obras de conservação e beneficiação geral (pinturas de paramentos e limpeza de cantarias), arranjo da envolvência no contexto da realização do Monumento aos combatentes. |
Observações
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*1- todas estas estruturas referenciadas não pertencem à traça original do edifício, tendo sido construídas na segunda metade do século 20 |
Autor e Data
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Teresa Vale, Maria Ferreira e Sandra Costa 2001 |
Actualização
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