Edifício, Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Alvito e Capela de Nossa Senhora das Candeias
| IPA.00000990 |
Portugal, Beja, Alvito, Alvito |
|
Arquitectura religiosa, manuelina, maneirista. Igreja da Misericórdia de espaço unificado, com a zona da capela-mor apenas diferenciada por pavimento mais elevado, tribuna da sala da irmandade no alçado lateral direito; capela de Nossa Senhora das Candeias de proporções médias, de espaço diferenciado, com abóbada de cruzaria de ogivas na nave e abóbada estrelada na capela-mor, ambas assentes em mísulas. Sistema de abobadamento, mísulas e fechos com relevos e elementos decorativos característicos do manuelino; portais com frontões de cariz maneirista. |
|
Número IPA Antigo: PT040203010006 |
|
Registo visualizado 1828 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Edifício de Confraria / Irmandade Edifício, igreja e hospital Misericórdia
|
Descrição
|
Conjunto formado por 4 espaços longitudinais rectangulares adossados, a igreja da Misericórdia, no extremo O., com anexos a N., a sacristia e a Sala da Irmandade, a capela de Nossa Senhora das Candeias e a Casa do Despacho no extremo E.. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhado de 2 águas sobre os 4 corpos. Frontespício principal virado a S., de 2 andares, composto pelo conjunto dos 4 corpos, cada um encimado por uma empena angular unificada por cornija, com sineira sobre a empena do 2º corpo; portais de verga recta encimada por frontões de volutas rasgam os 1º e 3º corpos, sobrepujados por óculo e janela quadrangular respectivamente; o 2º corpo é rasgado por porta e janela rectangulares, o 4º por janelas também rectangulares, a do piso superior com sacada com grade em ferro. No 1º corpo, no tímpano do frontão, um escudo com as chagas de Cristo; sobre o frontão um calvário; no mesmo eixo do portal uma cartela e decoração de fitas dos lados do óculo, ambas em massa; cunhal apilastrado a SO., sobre a cornija um murete com bolas nos acrotérios e cruz no ápice da empena; no 2º corpo um registo em azulejo polícromo recente, com as armas da Misericórdia; no 3º corpo, no tímpano do frontão, um nicho com uma imagem da Virgem com o Menino, em pedra. INTERIOR: espaço unificado comportando a nave e a capela-mor (12,85 x 5,80 m), de pavimentos diferenciados, com cobertura em abóbada de berço, dividida em 5 tramos por arestas, estribadas sobre cimalha envolvente, decorada com pintura de carácter popular, datada de 1842, representando caixotões pintados, mísulas e sanca com grinaldas; marmoreados revestindo as arestas das abóbadas e as paredes da nave; púlpito em mármore do lado O.. Coro-alto em madeira. A E., no 2º piso abrem as janelas da contígua Sala da Irmandade, com sacada de balaústres; cadeiral da irmandade encostado à parede E., sob as janelas da sala da irmandade, de inícios do séc. 19. Retábulo-mor em talha dourada barroco, estilo nacional, com tribuna, feito pelo mestre entalhador Inácio de Faria (ESPANCA). CAPELA DE NOSSA SENHOR DAS CANDEIAS: de espaço diferenciado, de nave única (9,80 x 6,15 m) de 2 tramos cobertos por abóbada de cruzaria de ogivas sobre mísulas, decorada por estuque decorativo rococó; coro-alto com balaustrada de mármore sobre abóbadas de aresta; paredes da nave totalmente revestidas a azulejo polícromo de padrão seiscentista, enquadrando pequenos quadros devocionais em azul e branco, setecentistas, no piso superior; nas paredes que rodeiam o arco triunfal inserem-se painéis de azulejo com representações ingénuas de cariátides e meninos ladeando nichos e o arco da capela do Senhor dos Passos, estes em parte restaurados, em azulejo polícromo seiscentista; no nicho do Senhor dos Passos, pinturas murais nas paredes, representando a cidade de Jerusalém com soldados romanos e o grupo das cinco Marias do Gólgota. Arco triunfal em arco quebrado revestido a azulejo de padrão. Capela-mor (3,30 x 2,70 m) com pavimento alteado e cobertura de abóbada estrelada, também apoiada em mísulas, decorada com pinturas murais perspectivadas com as cenas da Anunciação e da Epifania, envolvidas por albarradas, cariátides e anjos; paredes revestidas por azulejos de padrão em silhares e pinturas murais. Retábulo pictórico seiscentista, enquadrado por talha polícroma, centrando edícula com a imagem do orago; frontal de altar polícromo, figurando aves e ramagens enquadrando cartela maneirista com a representação do orago (restaurado ou feito recentemente). |
Acessos
|
Rua da Misericórdia |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 44 675, DG, 1.ª série, n.º 258 de 09 novembro 1962 (Igreja da Misericórdia e Capela de Nossa Senhora das Candeias) |
Enquadramento
|
Urbano. Implantadas num largo rodeado de casario e em parte ajardinado, junto à fachada posterior da igreja matriz. Adossadas a construções várias do lado N.. |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Religiosa: edifício de confraria / irmandade |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: museu / Funerária: casa mortuária / Assistencial: lar |
Propriedade
|
Privada: Misericórdia |
Afectação
|
Sem afetação |
Época Construção
|
Séc. 16 / 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
PEDREIRO: João Álvares; PINTOR: Luís Nunes, Francisco Nunes (atr.). |
Cronologia
|
Séc. 16, inícios - Data provável da construção da capela de Nossa Senhora das Candeias, primitiva capela do Espírito Santo ou da Senhora do hospital, inicialmente ligada ao hospital e albergaria de peregrinos; 1532 - o pedreiro João Álvares dá quitação ao provedor e irmãos da Misericórdia por ter feito obras na igreja; séc. 16, 2ª metade - construção da igreja da Misericórdia e da fachada unificadora do conjunto; séc. 17 - construção da tribuna e campanha decorativa do interior da capela de Nossa Senhora das Candeias; 1673 - pintura do tecto da igreja com brutescos, possivelmente por Luís Nunes ou pelo irmão Francisco Nunes; 1677 - sendo provedor Bento Dias Lobo, é feita uma encomenda a um mestre pintor para realização das pinturas das paredes laterais da capela-mor; o pintor dourou, pintou e "tingiu" o coro por quarenta e sete mil setecentos e cinquenta réis; 1682 - revestimento azulejar; realização do retábulo-mor da igreja da Misericórdia; séc. 18 - inclusão dos registos em azul e branco na nave da capela, possivelmente de António Pereira, revestimento a estuque da abóbada; séc. 19 - pintura da abóbada da igreja, construção do cadeiral; 1969, 2 Fevereiro - danos causados pelo sismo. Frontespício unificado por cimalha contínua, integrando 4 fachadas de corpos com diferentes empenas angulares num todo harmónico. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Alvenaria rebocada em estruturas; cantaria e tijoleira em pavimentos; azulejo; madeira; vidro. |
Bibliografia
|
ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Beja, Lisboa, 1993; MANIQUE, Luís de Pina, A arte manuelina na arquitectura de Alvito, Lisboa, 1949; GONÇALVES, Catarina Valença, A Pintura Mural no concelho de Alvito - séculos XVI a XVII, Alvito, 1999; VALÉRIO, António João Feio, Alvito: o espaço e os homens (1251 - 1640), (texto policopiado, tese de mestrado apresentada à Faculdade de Letras de Lisboa) Lisboa, 1993. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID, União das Misericórdias Portuguesas |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
|
DGEMN: 1969 - consolidação do edifício, reparação da cobertura, refechamento de fendas; 1971 - reconstrução das coberturas dos anexos, reparação de pavimentos, rebocos e caixilhos; 1979 - reconstrução da cobertura de um anexo, consolidação do arco da capela, substituição de portas, reparação do cabeçote do sino. |
Observações
|
|
Autor e Data
|
Isabel Mendonça 1993 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |