O monte de São Silvestre constituiu o ponto mais alto do concelho de Mesão Frio, limite da Região Demarcada do Douro, na sub-região do Baixo Corgo. Daqui avistam-se numerosas povoações incluindo Mesão Frio e Vila Jusã, e inúmeras quintas rodeadas por vinhas debruçadas sobre o Douro. Foi o lugar escolhido para venerar São Silvestre, primeiro Papa de Roma e contemporâneo de Constantino, em honra de quem se ergueu uma capela a cerca de 520 metros de altitude, que embora se desconheça a data precisa da sua construção, sabe-se que já existia no século dezoito, tendo possivelmente origem muito anterior. Mais tarde, pelas vistas privilegiadas e abrangentes que o lugar oferece, foi aproveitado como miradouro.

A capela de Santo António e o Miradouro de Santo António localizam-se na sub-região do Baixo Corgo, num dos montes sobranceiros à cidade da Régua, separada a capela do miradouro cerca de duzentos metros.

O miradouro localiza-se na estrada que conduz de Peso da Régua a Loureiro, a cerca de 420 metros de altitude, dominando uma vasta paisagem com numerosos montes e povoados, com destaque para a cidade da do Peso da Régua e a abrangência sobre o rio Douro, com as suas três pontes e a barragem de Bagaúste.

A Capela de origem setecentista localiza-se mais acima, na continuação da mesma estrada, a cerca de 460 metros de altitude, envolvida por vegetação de grande porte, que impede umas vistas mais abrangentes.

O Monte de São Leonardo localiza-se na aldeia da Galafura, na sub-região do Baixo Corgo, a cerca de 640 metros de altitude, o seu ponto mais alto, e foi escolhido para venerar São Leonardo, Eremita e abade, fundador do Mosteiro de Noblac, que terá vivido nos séculos V e VI, tornando-se padroeiro dos prisioneiros, parturientes, ferreiros e serralheiros.

A capela, erguida no cimo do monte, de costas voltadas para o rio, era descrita no século dezoito, como sendo uma obra de arquitetura sem relevância, desconhecendo-se a sua data exata de construção e o início do culto a São Leonardo no local.

O cenário que daqui se avista é majestoso, modelado pela beleza dos vinhedos recortados em socalcos, intercalados por vários povoados e quintas que emolduram a paisagem partilhada pelas águas serenas do Douro.

Serviu este local de grande beleza inúmeras vezes de inspiração a Miguel Torga, que lhe dedicou alguns dos seus poemas, transcritos no local, e que tão bem descrevem o vasto panorama paisagístico que se avista “O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso de natureza...”

Anualmente no penúltimo fim-de-semana do mês de agosto, decorre a festa a São Leonardo, acolhendo o local, um elevado número de pessoas.

O miradouro da Senhora do Viso localiza-se na vertente oriental da freguesia de Fontes, que faz parte da sub-região do Baixo Corgo. A sua posição privilegiada, a cerca de 720 metros de altitude, permite visualizar uma ampla paisagem, sobre o Douro e a Serra do Marão. No local venera-se Nossa Senhora do Viso, provavelmente desde o século dezasseis, estando possivelmente a invocação associada ao local sobranceiro que ocupa no cimo do monte.

É considerado o local de maior peregrinação no concelho, realizando-se anualmente um cortejo com representações vivas do sagrado, a que não falta o fogo-de-artifício e a festa popular, que se prolonga durante um fim-de-semana.

O Miradouro de S. Pedro localiza-se no lado oposto ao miradouro da Senhora do Viso, na mesma freguesia e sub-região, no topo de uma elevação, a cerca de 641 metros de altitude, permitindo sem qualquer obstáculo, com 385 graus de amplitude, descobrir panoramas dos mais deslumbrantes da Região do Douro.

No local foi erguida uma capela dedicada ao apóstolo São Pedro, que provavelmente remonta ao século dezassete. No entanto, alguns vestígios arqueológicos postos a descoberto denunciam uma ocupação no local que recua ao período romano.

Santuário implantado a 737 metros de altitude, ao longo de uma colina localizada a cerca de 100 metros da freguesia de Sanfins do Douro, concelho de Alijó, na sub-região do Cima Corgo.

O culto no local teve origem no século dezasseis, com a construção de uma capela no topo do monte dedicada a Santa Bárbara, protetora contra as trovoadas, raios e trovões, que foi substituída no século dezoito pela invocação a Nossa Senhora da Piedade. No entanto, os vestígios de ocupação humana no local remontam à pré-história, tendo o Santuário sido construído sobre as estruturas de um extenso castro. Atualmente o local expõe um conjunto monumental de imagens do século dezanove, da Via-Sacra, esculpidas em grandes dimensões.

Dada a posição elevada a que se encontra, dali desfruta-se de umas amplas vistas sobre a Serra do Marão, a Serra da Cabreira, a Serra do Leomil e as várias povoações envolventes.

A romaria é uma das maiores do norte do país e tem duração de quatro dias, com uma forte componente religiosa e festiva.

No topo aplanado do designado Monte de São Domingos, Localizado na sub-região do Cima Corgo, na freguesia de Fontelo, a cerca de 730 m de altitude, foi construída durante a baixa idade média, uma capela dedicada a São Domingos, Mártir de Córdova, que viveu no século décimo. No entanto, sabe-se, que o local foi escolhido, já no período romano, para adorar outras divindades, como a deusa da fecundidade, levando a que vários monarcas se deslocassem ao local, pedindo interceção para obtenção de descendência.

A elevada altitude a que se localiza, permite apreciar um soberbo quadro da vasta e diversificada paisagem duriense, pincelada por várias povoações dos concelhos de Resende, Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Sabrosa Alijó, São João da Pesqueira Moimenta da Beira, Tarouca, Lamego e Armamar, enquadradas pelos vinhedos dispostos de várias formas, delimitados por carreiros de oliveiras.

O monte de são Domingos acolhe duas festas ao longo do ano. Na sexta semana após a Páscoa, decorre a festa da bênção das culturas, reunindo-se a população á volta da capela, para rezar e pedir ao santo que interceda para que o ano seja fértil e abundante. Durante o mês de agosto festeja-se São Domingos, tendo a festa duração de três dias.

Miradouro e capela de construção recente, localizados, no cimo de um monte, a Este do lugar de Sarzedinho, na Freguesia de Ervedosa do Douro, sub-região do Cima Corgo, a cerca de 360 m de altitude. Do topo do monte dominam-se umas abrangentes vistas sobre o vale e encostas do Rio Torto, com seus povoados e quintas vinhateiras dispersos. A capela coroa o topo do monte.

No ponto mais alto da freguesia de Soutelo do Douro, localizado a Sudoeste, foi construída recentemente a capela de Nossa Senhora das Neves, a cerca de 670 metros de altitude, permitindo-lhe a sua posição sobranceira e privilegiada desfrutar de um miradouro com grandioso e abrangente cenário até se perder de vista, sobre encostas recortadas por grandes áreas de vinhedos, e pontuadas por manchas de olival e amendoal, pinceladas por povoados dispersos que dão cor ao cimo dos montes das duas margens do rio.

O miradouro e capela de Nossa Senhora de Lurdes localizam-se a cerca de um quilómetro e meio da freguesia de Nagoselo do Douro, no topo de um monte agreste e elevado, a 390 metros de altitude, em plataforma adaptada.

A capela, de estrutura simples, terá sido construída no século dezanove e reconstruída no século vinte.

Do adro/miradouro obtêm-se um imponente panorama paisagístico, sobre as encostas escarpadas e agrestes existentes a Norte e Noroeste, sobre um abrangente curso do rio Douro e vários montes desenhados por socalcos de vinhedos que caracterizam a sub-região do Cima Corgo.

A romaria de a Nossa Senhora de Lurdes decorre na segunda-feira de Páscoa, com festa religiosa e popular.

A capela de Santo António localiza-se no extremo E. da freguesia de Nagoselo do Douro, na sub-região do Cima Corgo, em plano elevado, a cerca de 342 m de altitude, determinando um miradouro com magníficas vistas sobre as quintas e vinhedos que povoam as encostas circundantes, enquadradas pelas águas do rio Douro que banham as margens a norte. Na capela, datada do século dezoito, venera-se Santo António de Lisboa, o Maior Santo Português.

Considerado o maior santuário do Alto Douro Vinhateiro, o Santuário de São Salvador do Mundo situa-se na margem esquerda do Rio Douro, na fronteira da sub-região do Cima Corgo com o Douro Superior, num imponente monte contornado pelo Rio Douro, sobranceiro ao local designado Cachão da valeira, a aproximadamente 500 m de altitude. A sua posição privilegiada permite visualizar uma vasta paisagem sobre o Douro e suas encostas escarpadas e agrestes que contrastam com os retalhos de vinhas, oliveiras e pomares, moldados pelo homem. Daqui também se descobrem alguns povoados e outros santuários que dão cor a alguns pontos mais altos dos montes. Junto às margens do Rio descobrem-se várias quintas recortadas pelas águas serenas do Douro.

Os vários vestígios arqueológicos que se encontram no local testemunham a existência de ocupação humana pelo menos desde o período pré-romano. O Santuário de São Salvador do Mundo inscreve-se, embora numa escala diferente, nos exemplares dos "Montes Sagrados", cujo protótipo surgiu em Itália, apresentado um percurso cénico através das esculturas em tamanho natural, que figuram personagens da História Sagrada.

A romaria a São Salvador do Mundo, a mais concorrida na região do Douro, acontece no dia do Corpo de Deus (Corpus Christi), festa instituída pelo Papa Urbano IV em 1264.

O miradouro e capela de Santa Bárbara localizam-se na freguesia de Vale de Figueira, na sub-região do Cima Corgo, no topo de um monte localizado a norte da freguesia, a cerca de 300 metros de altitude, dominando uma vasta paisagem ribeirinha, encostas e montes, de rara beleza. Como escreveu Francisco Moita Flores é “uma paisagem grandiosamente bela! As montanhas entrelaçam-se, magníficas, para de repente, se escancararem em vales matizados com toda a paleta de verdes e castanhos que Deus Inventou. E pelas encostas, as quintas vão pintalgando de branco o silêncio majestoso por onde o rio serpenteia.”

A romaria ao local decorre durante o mês de maio de cada ano.

O Monte da Senhora do Viso, localizado na fronteira da sub-região do Cima Corgo com o Douro Superior, constitui, juntamente com a Serra da Lousa, onde se localiza o Miradouro e Capela de Santa Bárbara (v. PT010409110118), o ponto mais alto da presente rota, erguendo-se a capela secular, a cerca de 800 metros de altitude.

Do adro, devido à sua elevada altitude, abarca-se um amplo e grandioso campo de visão que “caminha por vales e montes, nas asas silenciosas do olhar.” É possível observar vários povoados do distrito da Guarda, Viseu e Bragança, incluindo o Castelo de Numão (PT010914110002), o Santuário de São Salvador do Mundo (PT011815080070) e o miradouro de S. Martinho de Seixas (PT010914150109).

O monte acolhe a romaria à Senhora do Viso, que se realiza no segundo domingo de agosto e o festival “Metac in Viso” que decorre durante dois dias no mês de Julho.

O monte de São Martinho localiza-se na freguesia de Seixas, concelho de Vila Nova de Foz Côa, na sub-região do Douro Superior, e aí venera-se desde tempos muito remotos a imagem de São Martinho de Tours, “amigo e protetor”, a quem ergueram uma capela, reconstruída e deslocada várias vezes ao longo dos séculos. Desconhece-se a data exata de construção do templo primitivo, mas sabe-se que no século dezoito aqui acorriam muitos peregrinos, na crença que o Santo os protegesse das sezões, trazendo-lhes como recompensa duas telhas. A localização elevada e desprotegida, aliada à construção precária da capela, levavam a que frequentemente o seu telhado ficasse danificado.

Já no século vinte a capela foi reconstruída no ponto mais alto, um penhasco rochoso que o padre António da Fonseca, no século dezoito, descreveu como sendo um penhasco em forma de castelo, com um recinto plano no topo. Daqui, avista-se sem qualquer obstáculo uma paisagem única e soberba, assinalada pelas encostas moldadas pelo homem, que formam um mosaico diversificado de culturas e cores, com principal predomínio da vinha, oliveira e amendoeira, tornando estas últimas a paisagem ainda mais deslumbrante na época das amendoeiras em flor.

Do topo do monte avista-se para além do Rio Douro, o Castelo de Numão (v. PT010914110002), a Capela de Nossa Senhora do Viso / Miradouro da Senhora do Viso, em Custoias (v. PT010914050065) e a Capela de Santa Bárbara / Miradouro de Santa Bárbara em Mós (v. PT010914080072), e Capela de Santa Bárbara / Miradouro de Santa Bárbara (PT010409110118).

A romaria a São Martinho decorre no dia do Santo, a 11 de novembro, com uma festa religiosa seguida da popular, que se estende até ao final do dia com um almoço convívio, o habitual magusto e música.

A capela e miradouro de Santa barbara localizam-se na freguesia de Mós, concelho de Vila Nova de Foz Côa, na sub-região do Douro Superior, na coroa do designado Monte de Santa Bárbara, situado a noroeste da povoação, a 423 metros de altitude, permitindo observar uma vasta paisagem de grande beleza, com uma extensão sobre o rio superior à que se tem nos miradouros de Nossa Senhora do Viso e São Martinho, do mesmo concelho.

Dos vários pontos do miradouro descobrem-se várias povoações, destacando-se a povoação de Mós que se abriga na encosta a sudoeste, o Monte Meão, totalmente contornado pelo rio e as capelas / miradouros de São Martinho (v. PT010914150109) e Nossa Senhora do Viso (v. PT010914050065).

No topo do Monte de São Gabriel, a cerca de 550 m de altitude, encontra-se a capela com o mesmo nome, desconhecendo-se a data de construção do primitivo templo. Sabe-se no entanto, que no século dezoito a romaria a São Gabriel se encontrava bastante esmorecida, tendo a capela sido reconstruída no século dezanove. Ao Anjo São Gabriel pedia-se proteção contra as trovoadas, as maleitas e as más colheitas. A sua posição elevada e sobranceira permite descobrir extensos horizontes que abarcam terras de Portugal e Espanha.

A romaria a São Gabriel decorre anualmente no mês de Abril.

O miradouro e capela de Santa Bárbara, localizados no topo da Serra da Lousa, a 805 metros de altitude, permitem visualizar uma extensíssima paisagem pedregosa e granítica, marcada por vegetação densa e espontânea, intercalada por vastas parcelas moldadas pelo braço do homem. Aqui venera-se Santa Bárbara, a protetora contra as trovoadas e raios, sendo a veneração mais repetida ao longo desta rota.

Do miradouro é possível observar outras capelas, como a Capela de Santa Bárbara, em Mós (v. PT010914080072), a Capela de São Martinho em Seixas (v. PT010914150109) e a Capela de Nossa Senhora do Viso, em Custoias (v. PT010914050065), entre outras.