Castelo de Mogadouro
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Portugal, Bragança, Mogadouro, União das freguesias de Mogadouro, Valverde, Vale de Porco e Vilar de Rei |
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Castelo construído no séc. 12, pela Ordem do Templo, a norte do rio Douro, possivelmente sobre uma fortificação mais antiga e elementar, para defesa da fronteira leste de Portugal com o reino de Leão e Castela, formando linha com os castelos de Algoso, da Ordem do Hospital, Outeiro, da Coroa, e com o de Penas Róias e Longroiva, também dos Templários. Constitui um bom exemplo de castelo roqueiro românico, com planta ovalada, de que conserva alguns troços de muralha, por vezes fruto de reconstrução moderna, mas os primitivos com aparelho em escama, conservando apenas a torre de menagem, no interior do recinto, com paramentos aprumados, rematados em parapeito ameado e rasgada por seteiras, e, no piso térreo de duas faces, por vãos retilíneos ou abatidos, resultantes da adaptação das casas do castelo que a ela se adossaram para paço dos comendadores, no séc. 14. Segundo Mário Barroca, a torre de menagem, pelas suas características tipológicas, pode ser atribuída à "fase templária" do castelo de Mogadouro, atribuída a cerca de 1172-1174, podendo incluir-se dentro dos primeiros exemplares portugueses deste tipo de construções, não devendo estar muito desfasada da construção da torre de menagem do Castelo de Penas Róias, com inscrição de 1172. Os afloramentos rochosos sobre a qual se ergue a torre sofreram cortes artificiais, que melhoraram as condições de defesa do local, sendo evidentes na vertente voltada ao Largo da Misericórdia. Junto à torre conserva-se pano de muro com a porta do antigo castelo, em arco. Os desenhos de Duarte de Armas representam o castelo com várias torres, uma delas, pentagonal, e cubelos semicirculares, revelando diferentes épocas construtivas, nomeadamente posteriores à fase Templária. Conserva ainda cubelo prismático a poente, o antigo poço ou cisterna e pequeno troço da barbacã, que era bastante extensa. Apesar da Ordem ter tomado posse dos castelos de Mogadouro, Penas Róias e Longroiva em 1145, parece que só depois de ter concluído o castelo de Tomar, que a absorveu completamente durante uma década (1160-1169), é que investiu na sua reformulação arquitetónica. |
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Número IPA Antigo: PT010408100007 |
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Edifício e estrutura Edifício Militar Castelo
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Descrição
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Do castelo subsistem alguns troços da antiga muralha, especialmente a norte, de planta ovalada irregular, a torre de menagem, as bases dos paramentos do paço, a sul e sudeste, com uma parede do mesmo encostada por sul à torre, e um cubelo trapezoidal a nascente. As estruturas possuem paramentos aprumados em xisto, de aparelho irregular nas zonas mais modernas ou reconstruídas, ou em espinha, onde ainda conserva vestígios antigos, com cunhais em cantaria ou alvenaria de granito. A torre de menagem, erguida sobre grande afloramento rochoso, tem planta retangular e paramentos rematados em parapeito ameado, com ameias de corpo largo; na face virada a ocidente rasgam-se ao centro duas seteiras sobrepostas, na face oriente, vão de arco abatido, entaipado, acedido por escada de pedra contornando o afloramento rochoso, com guarda em ferro, e uma fresta no piso superior; na face virada a norte abre-se, em plano sobrelevado, porta de acesso ao interior, de verga reta, com moldura e pano de peito em cantaria, e uma fresta superior. À torre de menagem adossa-se, recuado cerca de 1,5 m, pano de muro, igualmente assente no afloramento rochoso, com o arranque e o cunhal direito em silhares de cantaria, rasgado por portal em arco de volta perfeita, de aduelas em cantaria, assente sobre o pé direito (direita) e os afloramentos rochosos (esquerda), tendo atualmente acesso por escada de ferro lançada sobre os afloramentos. A partir deste pano de muro, em cuja face interna ainda existem vestígios de reboco, desenvolve-se troço de muralha até ao cubelo trapezoidal, sem remate e com acesso por escada de ferro. A partir deste desenvolve-se parte do antigo circuito das muralhas, mas sem revelar a marcação de torres ou cubelos, definindo um pátio ovalado onde existe, perto da torre de menagem, a boca do poço ou cisterna, quadrangular, com tampa metálica. Da antiga barbacã, cujo traçado deve ter sido respeitado no desenvolvimento urbano e que constituem hoje os arruamentos envolventes do cabeço, subsiste pequeno troço a sudeste. |
Acessos
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Mogadouro, Largo da Misericórdia. WGS84 (graus décimais): lat.: 41.338276; long.: -6.720292 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 35 443, DG, 1.ª série, n.º 1 de 02 janeiro 1945 *1 / ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2.ª série, n.º 29 de 04 fevereiro 1966
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Enquadramento
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Urbano, isolado, a norte do rio Douro, próximo da antiga via romana que traspassava o planalto mirandês, construído num cabeço, de afloramentos graníticos relativamente destacados, a cerca de 750 m, dominando um amplo espaço entre o rio Douro e o Sabor, e tendo no horizonte visual os cerros onde se erguem os castelos de Penas Róias (v. IPA.00001073), Algoso (v. IPA.00001078) e Outeiro (v. IPA.00002118). A sudoeste ergue-se a Torre do Relógio, de planta quadrangular, e três registos, separados por cornija, com acesso por porta de verga reta a oeste, e tendo no último, em cada uma das faces, duplo vão retilíneo; tem cobertura piramidal enquadrada por pináculos sobre plintos. O núcleo urbano medieval desenvolveu-se extramuros do castelo, com uma distribuição radial, definindo um semicírculo em torno da fortificação, localizando-se a norte, junto à entrada principal do castelo a Igreja Paroquial (v. IPA.00023867). Na Época Moderna, a vila passa a desenvolver-se ao longo de dois eixos viários estruturantes que partem do castelo em direção ao Convento de São Francisco (v. IPA.00002692). Na proximidade ergue-se ainda um palácio em ruínas, a Igreja da Misericórdia de Mogadouro (v. IPA.00021542), o Pelourinho de Mogadouro (v. IPA.00000196) e um passo da Via Sacra. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Militar: castelo |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009 |
Época Construção
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Séc. 12 / 14 / 15 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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EMPREITEIROS: Francisco Pinto Loureiro (1952), José dos Reis Lopes (1975), Manuel Domingos Chaves (1955-1961, 1970), Oliveira, Pereira & Valente, Ldª (1980-1982), Saul de Oliveira Esteves (1950-1952). |
Cronologia
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Proto-história - primitiva ocupação do local onde se ergue o castelo de Mogadouro; época Romana - continuação da ocupação humana do local, comprovada pelas escavações arqueológicas junto à Igreja Paroquial; séc. 06 - Mogadouro surge integrado no "pagus Asiático" do Paroquial Suevo; séc. 12 - Mogadouro pertence à "Terra de Miranda", estendendo-se até Lagoaça, inclusive; época provável da construção de uma primitiva fortificação; 1145, cerca - o tenens D. Fernão Mendes de Bragança, casado com D. Sancha Henriques, irmã de D. Afonso Henriques, doa à Ordem do Templo o castelo de Mogadouro, juntamente com o de Penas Róias, estando ambos ligados à defesa da fronteira leste de território nacional, confinante com o reino de Leão e Castela; 1160 - 1165 - construção do castelo de Mogadouro pelos Templários ou introdução de melhoramentos no mesmo, nomeadamente a construção da torre de menagem e torres semicirculares ao longo da muralha; 1186 - Mogadouro é referido nas doações feitas pelo "Braganção" Fernão Mendes aos Templários; 1197, 23 janeiro - D. Sancho I confirma a doação de Idanha-a-Velha e seu termo aos Templários, sendo Mestre da Ordem D. Lopo Fernandes, recebendo em troca os castelos de Mogadouro e de Penas Róias, que voltam à posse do monarca; 1199, 05 julho - D. Sancho I doa a herdade de Açafa com seu amplo termo, junto à margem norte do Tejo, correspondendo hoje a Vila Velha de Ródão, em troca das Igrejas de Mogadouro e Penas Róias; 1223 - Mogadouro deve ter regressado à posse dos Templários; 1230, abril - constituição da comenda de Mogadouro, da Ordem do Templo; 1239 - escritura de concórdia entre o comendador de Mogadouro e Penas Róias, e o comendador de Algoso, da Ordem do Hospital, para se extinguirem todas as "malfeitorias, questões e deshonras", que reciprocamente se tinham praticado; os juízes determinam que o comendador de Mogadouro desse ao de Algoso, até ao dia de São Martinho, 233 maravedis e 3 soldos, e que este desse àquele 1:660 maravedis, "et duas luricas, et unum lorigom"; 1258 - segundo as Inquirições, os castelos de Mogadouro e Penas Róias, então do rei, teriam sido entregues aos Templários "in encomenda et in prestimonio", a título precário portanto, devendo ser devolvidas ao rei quando esse o solicitasse; 1260 - documentos mencionam o Comendador de Mogadouro e de Penas Róias em contendas entre a população local e com o Arcebispo de Braga; 1272 - D. Afonso III outorga foral a Mogadouro e Penas Róias, não possuindo, no entanto, qualquer alusão aos Templários; 1273, 18 novembro - confirmação da concessão do foral a Mogadouro por D. Afonso III; 1297 - constituição da Comenda de São Mamede de Mogadouro que é doada à Ordem do Templo e elevada à categoria de priorado da Ordem; concessão de novo foral por D. Dinis; 1307, 12 agosto - o papa Clemente V, pela bula "Regnans in ecclesis triumphans", dirigida a D. Dinis, convida o rei a acompanhar os prelados de Portugal ao Concílio de Viena, onde se procuraria determinar o que fazer da Ordem do Templo e dos seus bens, por causa dos erros e excessos que os seus cavaleiros e comendadores haviam cometido; 1312, 22 março - extinção da Ordem do Tempo, pela bula "Vox clamantis"; 1319, 14 março - bula "Ad ea ex quibus" de João XXII institui a Ordem de Cavalaria de Jesus Cristo, ou a Ordem de Cristo, para quem passam todos os bens e pertenças da Ordem do Templo; 1321 - a Comenda de São Mamede de Mogadouro e Santa Maria de Castelo Branco, bem como o padroado das Igrejas de São Mamede e Santa Maria de Penas Róias passam para a Ordem de Cristo; 1357, 26 novembro - carta régia manda entregar a D. Gil Martins, o primeiro Mestre da Ordem de Cristo, todos os bens, rendas e direitos que foram dos Templários; 1359, 11 junho - ereção da comenda de são Mamede de Mogadouro, nas casas da Ordem de Cristo em Lisboa; séc. 14 - como comenda da Ordem de Cristo, o castelo é adaptado a residência dos comendadores, produzindo grandes transformações na estrutura original; amplia-se o perímetro muralhado, que é reforçado por várias torres, permitindo o flanqueamento do "tiro" e a diminuição dos ângulos mortos; no seu interior procede-se à construção de novos edifícios para a guarnição e armazenamento; 1382 - carta de doação de D. Fernando e D. Leonor Teles a Fernando Afonço de Çamora, Senhor de Valença, por herdade, livre e pura doação para sempre, dos lugares de Mogadouro, Bemposta, Penas Róias, Castro Vicente, Alfândega, Mirandela, Freixo de Espada à Cinta, com montes, fontes, rios, jurisdição civil e criminal, conservando para si o senhorio; 1383 - 1385 - durante as guerras fernandinas, que opõem D. Fernando a Henrique de Trastâmara (1334-1379) pela sucessão ao trono de Castela, o castelo de Mogadouro permanece fiel a D. Beatriz, casada com o rei D. João de Castela; 1397, dezembro - D. Henrique de Castela invade a província de Trás-os-Montes, e apodera-se do castelo de Mogadouro; 1400, 01 junho - com a assinatura do tratado de paz de Segóvia, o castelo de Mogadouro regressa à posse de Portugal; 1401, 21 outubro - D. João I doa Mogadouro, com todos os direitos, foros, rendas, tributos a Pedro Lourenço de Távora, 9º Senhor de Távora, e nomeia-o alcaide de Miranda do Douro; o novo alcaide procede a obras no castelo; 1433, 20 novembro - D. Duarte doa a Álvaro Pires de Távora, cujo pai já fora alcaide do castelo, as terras de Mogadouro e Mirandela, com todos os seus termos e direitos e jurisdições; 1475 - confirmação desta doação por D. Afonso V; 1495 - confirmação da doação por D. Manuel; 1483, outono - segundo a Crónica de Rui de Pina, D. João II visita a povoação de Mogadouro; séc. 16, início - o valor estratégico e militar do castelo é reduzido; 1503 - é requerido um Tombo à Comenda de Mogadouro; 1507, 20 novembro - visitação à Comenda de Mogadouro por Fr. D. João Pereira e Fr. Diogo do Rego, que fazem a descrição do imóvel *2; 1509 - 1510 - incumbido por D. Manuel de vistoriar toda a primeira linha de fortificações do reino e inteirar-se do seu estado de conservação, Duarte de Armas, escudeiro da Casa Real, visita e desenha o castelo de Mogadouro *3; 1512 - concessão de Foral Novo por D. Manuel; 1536, 12 junho - instituição do morgado dos Távoras na vila de Mogadouro, no castelo e pousada, onde pousam Luís Álvares de Távora e sua mulher D. Filipa de Vilhena; séc. 17 - construção da torre do relógio; 1758 - início do inventário e sequestro dos bens da Casa de Távora na sequência do atentado contra D. José a 3 de setembro, pelo Doutor António Luís Pragana, Corregedor da Comarca de Mogadouro, e tendo por escrivão Simão Pedro de Moraes e por meirinho Custódio José Ribeiro *4; 08 abril - segundo o pároco Luís Rodrigues de Carvalho nas Memórias Paroquiais da freguesia, a vila não é murada, não tem praça de armas ou torre, exceto o que se acha no palácio dos Marqueses de Távora, "vulgo castello, que se diz obra dos Templários e se verifica por certo por alolegia da dita vila ser da Ordem de Cristo; da vila vislumbra-se o castelo de Penas Róias, Algoso e Outeiro; 1759 - conclusão do sequestro dos bens da Casa dos Távora; 13 janeiro - após o processo dos Távoras, os seus senhorios regressam à Coroa, que destina o edifício do castelo de Mogadouro para residência dos juízes de fora; 1762 - data do "Plano de la Villa de Mugadouro y sus contornos"; 1796 - nomeado juiz de fora de Mogadouro o Dr. Pedro Barbosa Marquês do Couto, que viria a ser o último; 1834 - extinção da comenda de Mogadouro; com a extinção dos juízes de fora, o castelo e a residência passam ao abandono; 1835 - segundo o Dr. Bernardo Teixeira de Morais Leite Velho, o teto do grande salão abate, constituindo o sinal da ruína de todo o edifício; segundo o mesmo, mais tarde a Câmara permite remover pedra do local e "mais tarde querendo ella demolir para aproveita-la para obras municipais, teve de abandonar o intento porque sahia mais cara dp que extraída das pedreiras (...)"; 1990, década - a torre é alvo de vandalismo, tendo sido destruído o corrimão, a porta de entrada e o material arqueológico depositado no interior; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1993 - o grande rigor do inverno provoca estragos na torre do relógio. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de xisto argamassado com barro e alvenaria ou cantaria de granito; moldura da porta em cantaria de granito; porta de madeira; escadas, guardas e tampa da boca do poço em ferro. |
Bibliografia
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Documentação Gráfica
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DGPC: DGEMN:DREMNorte/DM, DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, DGEMN:DREMNorte, SIPA |
Documentação Administrativa
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DGPC: DGEMN:DSID (DGEMN:DSID-001/004-0386, DGEMN:DSID-001/004-0387/1, DGEMN:DSID-001/004-0387/2), DGEMN:DSARH (DGEMN:DSARH-010/152-0001, DGEMN:DSARH-010/152-0002, DGEMN:DSARH-010/152-0003, DGEMN:DSARH-010/152-0004, DGEMN:DSARH-010/152-0005, DGEMN:DSARH-010/152-0006, DGEMN:DSARH-010/152-0007, DGEMN:DSARH-010/152-008, DGEMN:DSARH-010/152-0009, DGEMN:DSARH-010/152-0011, DGEMN:DSARH-010/152-0012, DGEMN:DSARH-010/152-0010, DGEMN:DSARH-010/152-0014, DGEMN:DSMN-001-0626/16) |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1950 - obras de consolidação no castelo pelo empreiteiro Saul de Oliveira Esteves, com consolidação das paredes da torre e dos restos de muralha, incluindo o fornecimento de alvenaria necessária e seu assentamento com alvenaria hidráulica; 1951 - obras de consolidação por Saul de Oliveira Esteves, com consolidação da parede sul da torre e dos restos de muralha, incluindo o fornecimento de alvenaria necessária e seu assentamento com alvenaria hidráulica, construção e assentamento de uma tampa na boca da cisterna, em chapa, e regularização do terreno circundante; 1952 - diversos trabalhos de consolidação da muralha, por Francisco Pinto Loureiro, compreendendo a construção de parede da torre para tapar o rombo, mantendo as ombreiras existentes e o aparelho igual ao do lado, e apeamento da muralha há anos reconstruída com alvenaria a seco e reconstrução com aparelho igual ao primitivo, devidamente argamassado, fazendo entregas para travação; 1955 / 1956 / 1957 / 1958 - trabalhos de restauro e de consolidação por Manuel Domingos Chaves, incluindo escavação de terras para desobstrução do antigo terreiro, reconstrução de panos da antiga muralha com alvenaria da região, assente com argamassa de cimento e areia, na feição da existente; 1958 - elevação de parte da muralha poente sobre os paramentos executados anteriormente e execução de muralha com pequena altura, sobre os vestígios encontrados nas sondagens dos anos anteriores; 1959 / 1960 - prosseguimento dos trabalhos de restauro por Manuel Domingos Chaves, com escavação de terras para desobstrução do terreiro, restauro das ameias da torre de menagem e consolidação das suas paredes, construção da armação da cobertura, em madeira de carvalho, e assentamento da telha do tipo romana, e execução e assentamento da porta no vão de acesso à torre; 1961 - obras de beneficiação da torre, por Manuel Domingos Chaves, com lajeamento à antiga do pavimento inferior com pedra irregular de cantaria de xisto, refechamento das juntas, construção da porta da entrada em madeira de castanha e da janela com "tapa-luzes", pintura da porta e janela; 1970 - obras de conservação da torre, por Manuel Domingos Chaves, com reparação da porta e portadas de madeira de duas folhas, existentes no vão da entrada e janela de tapa-luz, construção de uma tampa de madeira de castanho chapeada para a armação de telhada para acesso ao adarve, reconstrução da cobertura do telhado com telha nacional dupla de fabrico patinado, pintura do vão da janela, porta e tampa; 1975 - trabalhos de conservação e trabalhos urgentes de reparação da torre, por José dos Reis Lopes, com recuperação e beneficiação do telhado e claraboias, reparação de fenestração e porta principal incluindo ferragens e recuperação e beneficiação de escadas interiores; 1980 - reparação geral na torre, por Oliveira, Pereira & Valente, Ldª, com recuperação e beneficiação do telhado e estruturas e claraboias, reparação de fenestração e porta principal, incluindo ferragens, recuperação e beneficiação de escadas interiores e consolidação de pavimentos; 1981 - limpeza e beneficiação da muralha, por Oliveira, Pereira & Valente, Ldª; 1982 - diversos trabalhos de reparação e conservação, por Oliveira, Pereira & Valente, Ldª, com consolidação das fundações da torre, colocação de alvenaria de xisto, sobreposta no topo da escada de acesso, zona dos degraus e patamares de acesso à torre com alvenaria de xisto regular, reparação geral da abertura, incluindo limpeza de vegetação, desobstrução de caleiras, substituição de telhas em falta, e assentamento de grade metálica martelada à antiga; IPPAR: 2003 - relocalização / identificação do sítio arqueológico, por António Luís Pereira; 2007 - estudo, conservação, valorização e restauro do castelo, bem como dos seus acessos, com apoio de fundos comunitários; definição de percurso na ligação entre o adarve e a torre de menagem; revisão do sistema de iluminação exterior do castelo e zona envolvente; reabilitação da torre do relógio; remoção da cisterna municipal construída nas imediações da torre de menagem e da torre do relógio. |
Observações
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*1 - DOF: Castelo da Vila. *2 - O Tombo da Comenda da Ordem de Cristo, de 1507, descreve a alcáçova como "uma casa que se diz ser já em outro tempo aposentamento do prior e ora é estrebaria de Álvaro Pires de Távora, e parte ao levante e poente com casas do dito Álvaro Pires, ao aguião (norte) entesta no muro e ao avrego (sul) parte com o pátio do dito castelo. É térrea e leva de longo quatro varas e meia de medir pano e outras tantas de largo". *3 - Duarte de Armas desenha o castelo de Mogadouro com planta irregular, sensivelmente sub-retangular, com uma torre pentagonal, no ângulo sudoeste da muralha, com 3 varas (3,3 m), sem aberturas e acessível por escada, viradas a noroeste, uma torre retangular, de 2 varas e 3 passos, e um cubelo semicircular, todos com paramentos ameados; a nordeste tem torre quadrangular com a anotação "esta torre he comecada", a qual não é representada na vista panorâmica. Desenvolvida no interior, surge a torre de menagem, de planta retangular, "toda vã e fundada sobre penedo", com 16 varas de altura (17,6 m), terminada em parapeito ameado e interiormente iluminada por seteiras. À torre adossam-se os "aposentamentos sobradados" da alcáçova, o Paço dos Távoras, composto por três corpos retangulares, de alturas diferentes. A vista do lado poente representa a fachada sul do paço, evoluindo em dois pisos, com o corpo central mais alto, rematado em parapeito ameado, e rasgado por dois vãos sobrepostos, em arco com balcão de madeira; o corpo esquerdo, encostado à torre, o mais baixo, tem o piso superior rasgado por cinco vãos, um em arco e os restantes retilíneos, e o corpo direito, também ameado, rasgado por duas janelas no piso inferior e duas retilíneas em cada um dos pisos. O acesso à alcáçova era feito por meio de escada de dois lanços em ângulo reto sob a qual se abria a passagem para o pátio, criado pelas construções, retangulares e trapezoidais, algumas constituindo "pardieiros", que se adossavam à face interna das muralhas, quase em toda a extensão; perto das escadas existia um poço circular, com 4 varas de alto. Sobre as coberturas do paço e das outras dependências surgem chaminés cilíndricas. Na vista de nascente, vê-se o acesso principal do castelo, com porta em arco, encimado por janela em arco descentrada, tendo, à esquerda, pano de muralha rasgado por vão retilíneo gradeado e superiormente com um corpo avançado, que Nuno Villamariz denomina de hurdício, suportado por traves de madeira, rasgado por porta e janela em arco, e ainda uma torre. O castelo tinha ainda uma barbacã extensa, de planta irregular, com acesso por vão retilíneo, terminada em merlões, ainda visíveis na gravura do lado este, ou sem ameias e já meio derrubada, conforme representada na vista de oeste, onde tem a legenda "uma barreira derribada a mor parte e sem ameias e assi é o muro de dentro"; num dos ângulos integra uma pequena torre quadrangular avançada. Na liça existiam coelhos. Extramuros, desenvolvia-se, no sentido sul e sudeste, a vila com o seu pelourinho de gaiola, entre o núcleo habitacional e o castelo, erguendo-se a igreja paroquial, com campanário de dupla sineira, junto à porta principal do castelo, no lado oposto; mais afastado, existia um cruzeiro. *4 - O inventário e sequestro da Casa dos Távoras descreve as casas do castelo de Mogadouro, residência dos marqueses de Távora e seus trastes do seguinte modo: casas formadas no castelo da vila que constam de cinco casas altas médias e dois sobrados, um segundo andar com três quartos baixos, cozinha térrea, casa da copa, cavalariças, picadeiro, pombal, com todas as suas entradas e saídas e tudo situado na torre do castelo. Dentro destas casas estavam os seguintes trastes: 17 bancas de pau castanho, umas redondas e outras quadradas sendo algumas de nogueira; uma estante pequena de por livros; 2 cómodas de três gavetas, cada uma com suas fechaduras; 38 cadeiras de muscóvia dobradiças; tamboretes de palhinha do norte; 5 tamboretes de pau de castanho e sua barra de choupo; um quadro com uma pintura de Nossa Senhora da Conceição; um oratório; uma imagem de Nossa Senhora da Conceição com uma coroa de prata; 3 bancas mais, quadradas e outra com estâncias de por a copa; uma barra de pau de olmo; 3 tamboretes de pau de olmo, tudo da própria casa da copa; tudo foi confiado à guarda de João Lopes de Oliveira que ficou como fiel depositário. |
Autor e Data
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Paula Noé 2016 |
Actualização
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