Monumentos 23: Centro Histórico de Silves
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Dossiê: Centro Histórico de Silves
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Setembro 2005; 24x32cm, 204 pp. (<2Kg.)
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Silves: cidade mediterrânica — cidade muçulmana
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Manuel C. Teixeira
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A bacia do Mediterrâneo apresenta idênticas características naturais que conduziram ao desenvolvimento de uma civilização com semelhantes formas de relação com o território. Simultaneamente, o Mediterrâneo foi sempre um local de confluência de culturas, um mundo policêntrico com diferentes línguas, grupos étnicos, nações e religiões. No entanto, é naquela base civilizacional comum, mais do que nas suas diversidades culturais, que se encontra a identidade mediterrânica. No que respeita à cidade, essa identidade está presente na escolha das localizações, nas estratégias de adaptação ao sítio, no traçado e na organização geral da cidade, na arquitetura, nos materiais e nas cores. Assim, a propósito de Silves, podemo-nos questionar se as características que normalmente atribuímos à cidade muçulmana ibérica, não serão antes características da cidade mediterrânica, enraizadas na civilização material deste espaço geográfico? Ou seja, se a identidade morfológica que encontramos nas cidades muçulmana e portuguesa, se deve à influência do Islão sobre a nossa cultura urbana, ou, antes, ao facto de ambas pertencerem a esse quadro civilizacional mais geral e mais profundo que é o Mediterrâneo?
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Silves e a sua paisagem
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Fernando Pessoa
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Falar da paisagem envolvente de Silves não é, infelizmente, tão agradável como poderia ser se a qualidade ambiental fosse outra. Erguida numa colina na margem direita do rio Arade, no limite entre o barrocal e a serra, ocupando uma elevação constituída por uma estreita faixa de grés vermelho, Silves foi célebre capital do Garb–Al-Andaluz, um essencial centro de comércio, graças à sua situação no centro de uma importante região agrícola, a poucos quilómetros da foz do rio. O seu concelho é muito diversificado, indo do litoral ao barrocal e à serra do Caldeirão, que, em grande parte, cobre e onde a paisagem não se distingue das restantes panorâmicas serranas algarvias e alentejanas. Os fogos florestais têm sido o maior inimigo destas paisagens, deixando-as calcinadas, cheias de esqueletos negros das árvores ardidas. A situação não é, porém, irreversível, mas serão necessários muitos anos, muito bom senso e muita sensibilidade dos responsáveis, em ação concertada, para que se possa voltar a elogiar a bela paisagem envolvente de Silves.
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Da Silves islâmica à Silves da Expansão: a evidência arqueológica
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Rosa Varela Gomes
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As escavações arqueológicas realizadas em Silves ofereceram importantes testemunhos para o conhecimento da evolução da cidade e da sua vivência quotidiana entre os séculos VIII e XVI. A grandeza da Silves islâmica, documentada literária e arqueologicamente, resultou de uma evolução lenta e gradual, tendo antecedentes que podem remontar à Proto-História. Com a conquista islâmica, em 713, medina Xelb cedo se tornou capital (hadra) da cora (kura) algarvia. Por altura da Reconquista Cristã o seu núcleo urbano ocupava cerca de 25 hectares, em grande parte fortificados e organizados em três grandes áreas com valor hierárquico: a alcáçova, a medina e os arrabaldes. A sua atual estrutura urbana data dos séculos XV-XVI, altura em que se executaram grandes campanhas de obras, como o alargamento da rede viária e a construção de importantes monumentos (como as igrejas de Nossa Senhora dos Mártires e da Misericórdia, a Cruz de Portugal, e as remodelações na Sé), demonstrativas do forte poder económico dos seus habitantes, como o são também os espólios importados das principais oficinas europeias da época e as requintadas e dispendiosas porcelanas chinesas legadas.
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Silves no século XIX: a indústria corticeira e a cidade
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Manuel F. Castelo Ramos
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No século XIX, especialmente na sua segunda metade, Silves tornou-se a capital corticeira do país. A partir de então, a cortiça e a sua transformação marcaram profundamente a história e a vida de sucessivas gerações de silvenses. A repentina evolução da cidade oitocentista e do seu tecido económico e social, catalisados por uma indústria transformadora que dava então os seus primeiros passos é interessante, permitindo-nos reconhecer os efeitos do impacto da industrialização oitocentista num pequeno meio de vocação agrícola, ao mesmo tempo que torna possível compreender e, assim, preparar a futura história e o desenvolvimento industrial de um produto cujo valor e potencialidade estão, ainda hoje, longe de se ter esgotado.
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Silves na transição dos séculos XIX-XX: aspetos urbano-arquitetónicos
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José Manuel Fernandes
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Silves constitui uma das cidades algarvias com mais caráter e dimensão estética. A sua implantação em colina isolada, do período islâmico; as sucessivas muralhas no grés avermelhado da região, bem como a imagem do perfil arquitetónico, desenhado pelo castelo e pela impressiva igreja da sé, contribuem no seu conjunto para lhe dar uma expressão inconfundível e bela. No entanto, há uma outra Silves, decorrente da primeira, e mais recente: nos finais do século XIX e no primeiro quartel do século XX a povoação recebeu um novo influxo de atividades com o surgir da indústria da cortiça, que se tornou num claro motor de crescimento populacional e de expansão urbana. Este crescimento efetuou-se no âmbito da Regeneração, depois de 1851, e teve alguns agentes locais de importância assinalável, que contribuíram decisivamente para a redefinição da sua imagem urbana e arquitetónica. São estes temas, respeitantes ao crescimento do período histórico de transição dos séculos XIX-XX, do ponto de vista dos seus efeitos na imagem urbana, na arquitetura e nas formas da cidade, que o texto pretende abordar.
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O(s) centro(s) histórico(s) de Silves
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Teresa Valente
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A cidade de Silves tem conhecido, ao longo das décadas, para o seu Centro Histórico, limites e abordagens diferentes. Dos quais se assinalam, como principais: um primeiro momento de abordagem, no âmbito de um estudo realizado pela administração central em 1970, inspirado pelo pioneirismo do arquiteto Cabeça Padrão, com objetivos de (...) prospecção, preservação e recuperação de elementos urbanísticos e arquitetónicos notáveis (...) em toda a região do Algarve; um segundo, na sequência de um plano de pormenor desenvolvido pelo Gabinete Técnico Local, em 1993, com objetivos de salvaguarda patrimonial, mas firmemente ancorado na realidade socioeconómica local e que pretendia constituir-se como um documento com enquadramento legal. Atualmente encontra-se em fase de elaboração, pela Câmara Municipal de Silves, um Plano de Urbanização, que integra uma área significativa da cidade histórica. São assim enumeradas algumas condições que terão de ser reunidas e assumidas no novo programa, pois delas dependerá, um resultado que se pretende coerente e autêntico.
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A taipa do castelo
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Fernando Pinto
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Pouco resta da fábrica original do castelo e muralhas de Silves. Segundo os dados históricos disponíveis, a sua construção inicial será de origem romana ou nessa época reconstruída. Durante a longa ocupação moura e árabe, Silves foi terra de grande importância, sabendo-se que, então, se reforçaram e ampliaram as muralhas existentes, introduzindo provavelmente as torres albarrãs que hoje conhecemos. É crível que se tenha mantido a técnica romana de execução de alvenarias, dispondo a pedra como uma cofragem em cujo “miolo” se terá batido taipa. Estaremos, assim, perante muralhas árabes e mouras com técnica parcialmente romana de construção. Da mesma forma, após a Reconquista Cristã, e dada a existência de alvanéis mouros, é natural que os primeiros restauros das muralhas tenham seguido essas mesmas técnicas, tornando mais fácil a sua execução. A interpenetração cultural e até militar dos diferentes povos que tomaram parte da história de Silves torna particularmente complexa a identificação rigorosa dos materiais e das técnicas utilizadas na fábrica das suas muralhas, tarefa que as sucessivas reconstruções ocorridas vieram agravar.
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A cisterna árabe e a sua possível ligação à mesquita maior da cidade
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Teresa Júdice Gamito
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A cisterna Árabe de Silves (rua do Castelo) está, provavelmente, ligada ao período Omeiida e associada à Mesquita Maior de Silves. A sua datação, no entanto, não se afigurou tarefa fácil. Trata-se de uma construção extremamente cuidada, cujos pormenores só foi possível observar detalhadamente quando se procedeu à sua conservação e restauro, pois encontrava-se completamente atulhada de terras e de fragmentos de diversos materiais de várias épocas, sem qualquer estratigrafia nítida. Inicialmente pensámos tratar-se de uma construção dos primeiros tempos da fixação dos Árabes no território hoje português, mas faltavam-nos paralelos para termos uma maior segurança. Mais tarde, pela semelhança que apresentava com outras cisternas construídas em Marrocos, considerámos que, tal como essas, seria do período Almorávida. Neste momento, e perante todos os dados da investigação de que dispomos, julgamos que podemos, com segurança, voltar a recuar a sua construção à época Árabe, ao período Omeiida. Esta e outras questões serão discutidas neste trabalho.
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A ponte “velha”
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João Pedro Bernardes e Maria José Gonçalves
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A tradição, mas também muita bibliografia, mais ou menos especializada, têm insistentemente atribuído uma origem romana à ponte velha de Silves. As características da fábrica da ponte, com os seus arcos de volta perfeita e a utilização massiva de blocos pétreos bem esquadrilhados, aliada à robustez, porte e expressiva antiguidade, têm justificado tal atribuição sem quase nunca se questionar a argumentação em que a mesma se baseia. Se atentarmos, porém, nas características definidoras de pontes romanas e medievais, depressa nos inclinamos a negar a sua pretensa origem romana. A ausência de referências à ponte nas descrições das fontes árabes da cidade apontam também para uma fundação posterior aos períodos romano e islâmico. A documentação das épocas medieval e moderna acaba, finalmente, por esclarecer a cronologia do monumento bem como diversas fases de reconstrução a que foi sujeito.
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Os monumentos do século XV
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Mário Tavares Chicó
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No ano em que se comemoram cem anos sobre o nascimento de Mário Tavares Chicó, a revista Monumentos decidiu re-editar um excerto do capítulo IV da obra A Arquitetura Gótica em Portugal, onde, a propósito dos monumentos do século XV, é analisada a Sé de Silves, a atualidade e a qualidade do texto justificam, por si só, a homenagem a este nome cimeiro da História da Arte em Portugal. O excerto reproduzido corresponde às páginas 171-180, de: A Arquitetura Gótica em Portugal. 1.ª ed. Lisboa: Editorial Sul, 1954. Edição de apenas 100 exemplares. A obra foi posteriormente editada pela Livros Horizonte, em 1968, 1981 e 2005, atual detentora dos direitos de autor desta obra, e a quem se ficou a dever a autorização para a republicação do referido excerto.
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As inscrições funerárias da Sé: estudo epigráfico e biográfico dos sepultados
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Filipa Gomes do Avellar e Miguel Maria Telles Moniz Côrte-Real
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A Sé de Silves reúne um importante conjunto de trinta e oito inscrições gravadas em tampas sepulcrais datado dos séculos XV e, sobretudo, XVI, do maior interesse para a epigrafia portuguesa e para a história da cidade. Neste estudo de caráter interdisciplinar, as inscrições são abordadas pela primeira vez numa perspetiva epigráfica, tendo-se procedido à revisão e retificação das leituras anteriormente realizadas, descrevendo e interpretando a heráldica dos oito exemplares armoriados, e recorrendo à investigação documental e genealógica com vista a uma reconstituição da identidade dos sepultados e suas famílias. De acordo com as respetivas áreas de especialização, Filipa Avellar elaborou o corpus epigráfico, Miguel Côrte-Real teve à sua responsabilidade a investigação biográfico-genealógica, cabendo a ambos o que diz respeito à heráldica.
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A talha da Sé
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Francisco Lameira
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Este artigo tem por objecto o estudo das diversas manifestações em madeira entalhada que foram construídas para a igreja da Sé de Silves durante o Antigo Regime. Destacamos contudo duas intervenções de grande valor artístico, ambas inexistentes. Por um lado, o cadeiral manuelino do coro alto, obra realizada nos finais do século XV com o objetivo de permitir a celebração das exéquias da trasladação dos restos mortais do rei D. João II para o Mosteiro da Batalha, falecido pouco tempo antes em Alvor e sepultado provisoriamente na capela-mor da Sé de Silves. Por outro, a ornamentação barroca da Capela do Santíssimo Sacramento, cujo retábulo foi iniciado nos princípios do século XVIII, prolongando-se o revestimento em talha das paredes laterais e do arco de entrada pelas décadas seguintes.
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As sete obras corporais de Misericórdia pintadas no retábulo maneirista da Misericórdia de Silves
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Vítor Serrão
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Embora muito modificado por adições sofridas no século XVIII, o retábulo da Igreja da Misericórdia de Silves sobreviveu, no essencial, até aos nossos dias e, depois do restauro recente, passa a testemunhar um dos poucos casos conhecidos de obra de talha e de pintura da fase epimaneirista, datável do segundo quartel do século XVII, existente no Algarve. As oito pinturas, que representam as Sete Obras Corporais de Misericórdia e um Calvário, no remate, de nível plástico discreto, apresentam um programa iconográfico assaz curioso, por se inspirar numa série de gravuras executadas, em 1552, pelo artista protestante Hans Volkertsz, o Coornhert, segundo modelos do pintor Maerten van Heemskerck, um dos corifeus do Maneirismo nórdico. O recurso a um tão ousado programa iconográfico mostra a falta de preparação dos mercados religiosos do Sul, em tempo de Contra-Reforma, para entender as fontes de informação estética a que recorriam. Regista-se, por fim, a similitude destas tábuas com algumas das seis telas do retábulo da Misericórdia de Faro (de muito melhor qualidade) pintadas cerca de 1677 pelo pintor João Rodrigues Andino, e que seguiram os mesmos gravados.
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O estado de conservação da talha da Sé
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Manuela Rocha
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Descrição concisa do atual estado de conservação da talha da antiga Sé de Silves, onde se pode verificar, de forma clara, o resultado das alterações do “gosto” e da política interventiva nos monumentos. O trabalho de levantamento ocorreu apenas sobre os retábulos atualmente existentes na Sé, respetivamente: Capela das Almas; Capela do Senhor Jesus; Capela dos Evangelistas e sacrário, que havia pertencido ao retábulo da Capela do Santíssimo até à década de cinquenta do século XX. É referido o seu estado de conservação quer relativamente ao suporte, madeira entalhada, quer ao douramento e policromia da sua decoração.
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Os trabalhos de manutenção, conservação e restauro da Sé
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Teresa Valente
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Desde 1938 que a Sé de Silves tem vindo a ser objeto de uma série de intervenções de conservação e restauro, levadas a cabo pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. Numa primeira fase, aquilo que identificámos como a primeira campanha de intervenção, decorrente entre 1938 e 1953, no âmbito da qual foram realizados, para além dos trabalhos de conservação necessários, outros, decorrentes de um estudo de restauro que, viabilizou a demolição e a reposição de alguns elementos construídos. Numa fase seguinte, onde se registam, até à década de noventa, apenas pequenas intervenções de manutenção. Tal situação permite identificar a necessidade de uma nova campanha, conforme o comprova a Carta de Risco, elaborada pela Divisão de Serviços de Inventário e Documentação da Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
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Igreja da Misericórdia de Penafiel: espaço museológico
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Ana Filipe, Artur Jaime Duarte e Miguel Malheiro
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A ideia de musealização surge na sequência dos trabalhos de recuperação e revitalização dos espaços que foram caindo em desuso e como solução para a salvaguarda, valorização e divulgação do património móvel existente no imóvel. A intervenção arquitetónica levada a cabo pautou-se pela demolição dos diversos espaços degradados e pela criação de espaços amplos e interligados que permitissem a perceção de todo o espaço disponível para a exposição das peças artísticas.
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Pontes românicas sobre o rio Sousa
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Hugo Monte
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No âmbito do projeto Rota do Românico no Vale do Sousa procedeu-se à recuperação das pontes de Espindo e Vilela. As intervenções consistiram, essencialmente, na conservação e consolidação do construído, na limpeza dos paramentos e na regularização do pavimento de assentamento, no tratamento da envolvente próxima e no percurso de acesso, incluindo a iluminação do acesso e do imóvel.
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A Capela das Portas de Ródão
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Maria Fernandes
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Ao longo da história, as capelas e outros imóveis comunitários de caráter popular foram conservados pelas populações, numa lógica de continuidade e de posse coletiva — a herança de todos e que a todos pertencia. Nas sociedades onde, por via das tradições culturais, não existiu o corte com o passado, os sítios históricos viveram em uso contínuo, com poucas alterações, somente as que decorriam da manutenção regular e do uso. Em Vila Velha de Ródão, os mestres construtores e a existência dos materiais tradicionais, garantiram a continuidade e a compatibilidade construtivas, enquanto as romarias e a crença popular asseguraram a função e a razão de ser desta pequena e discreta capela. Nos últimos anos a capela deixou de ser mantida, tendo sido objeto de roubos vários e as pequenas patologias, vulgares neste tipo de construção frágil, transformaram-se em problemas graves de conservação. O artigo descreve a intervenção neste imóvel, onde o uso das técnicas e dos materiais tradicionais foram os protagonistas e onde a delicadeza do existente mereceu uma atenção redobrada.
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Intervenção na antiga capela e “esprital” do Espírito Santo dos Mareantes, em Sesimbra
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João Seabra Gomes
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A construção do Hospital (esprital) do Espirito Santo de Sesimbra remonta ao reinado de D. João II e ao período de desenvolvimento da povoação ribeirinha, mercê do declínio da primitiva vila, constituída em torno da Igreja de Santa Maria do Castelo, desde os fins do século XII. Na sequência do terramoto de 1755 o hospital é definitivamente esquecido e entulhado, vindo a ser re-encontrado nas escavações arqueológicas realizadas, entre 1979 e 1981, na pequena capela anexa. Para além da compartimentação primitiva, a revelação mais original consistiu no aparecimento de grafitos de navios antigos pintados nas paredes de alguns compartimentos do hospital, atribuídos aos mareantes que pernoitavam no local em Seiscentos. Por solicitação do executivo camarário, a Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais desenvolveu um projeto, e posterior intervenção, de recuperação total do imóvel e sua adaptação museológica, a qual possibilitou a integração de uma coleção permanente de arte sacra na área da antiga capela e a visita e interpretação do antigo hospital.
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Rebocos tradicionais: propriedades das argamassas e aplicação
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Vítor Sousa, Fernando Dias Pereira e Jorge de Brito
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Neste trabalho são abordados os principais requisitos a exigir na elaboração de rebocos a aplicar em edifícios históricos, tanto ao nível das propriedades das argamassas que os compõem como das condições de execução da intervenção. Referem-se ainda os procedimentos habituais na formulação das argamassas e as principais características das argamassas à base de cal aérea, cal hidráulica e cimento.
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O Centro de Assistência Social Polivalente de Loulé no arquivo do arquiteto Manuel Laginha
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Ricardo Agarez
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A propósito da entrega do Arquivo Pessoal do Arquiteto Manuel Laginha ao cuidado da DGEMN, formalizada no início de 2004, apresenta-se aqui o resultado de uma investigação desenvolvida tomando como base documentação nele contida, e até agora inédita. Pretendeu o autor evidenciar, a partir do exemplo de uma importante obra da arquitetura moderna portuguesa — o Centro de Assistência Social Polivalente de Loulé, hoje Casa da Primeira Infância/Creche Silvina Boniche —, a importância do recurso aos arquivos pessoais dos autores contemporâneos, enquanto fontes de importância crescente na construção, que se deseja sempre mais rigorosa e fértil em interpretações cruzadas, da história da arte e da arquitectura contemporâneas. Nesse sentido, enfatiza-se a relevância de autores menos divulgados e trabalhados — no caso presente, traduzida pelo especial significado que pode ser encontrado nos escritos que acompanharam a elaboração dos projetos realizados —, ao mesmo tempo que se reitera a importância do trabalho desenvolvido pela DGEMN no campo da recolha, salvaguarda e disponibilização de arquivos pessoais.
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