Pelourinho de Foz Côa
| IPA.00001530 |
Portugal, Guarda, Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de Foz Côa |
|
Pelourinho quinhentista, de tabuleiro, com soco octogonal de quatro degraus, com fuste composto por feixe de colunelos, com capitel lobulado e remate com tabuleiro encimado por pináculos. Apresentando afinidades com os pelourinhos de Sortelha (v. PT020911330005) e Valhelhas (v. PT020907470005). Fuste com colunas embebidas decorado por motivos entrançados, encordoados, esferas, losangos, vieiras, quadrifólios. Capitel e pináculos decorados por motivo encordoado, folhas de acanto, esferas. Esfera armilar rematada por flor-de-lis. |
|
Número IPA Antigo: PT010914170003 |
|
Registo visualizado 3289 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Estrutura Judicial Pelourinho Jurisdição senhorial Tipo tabuleiro
|
Descrição
|
Estrutura em cantaria de granito, composta por soco octogonal de quatro degraus, sendo o inferior de aresta viva e os restantes de rebordo. Coluna com base octogonal formada por três molduras sobrepostas, num jogo de côncavos e convexos. Fuste de secção quadrada apresentando quatro colunas embebidas nos ângulos e sendo dividido a meia altura por moldura decorada por motivo entrançado e rematada na parte superior por motivo encordoado. As faces mediais do fuste são decoradas por elementos dispostos em fiadas verticais, tendo, na parte inferior, esferas a E. e a O., losangos alternados com esferas a S., vieiras a N.. Na parte superior, quadrifólios a E., losangos alternados com esferas a O. e a S. vieiras a N.. O capitel constitui o tabuleiro, antecedido por gola decorada por motivo encordoado. Sobre o tabuleiro, erguem-se quatro pináculos cantonais de forma cónica, de remate desigual, decorados com pétalas dispostas em escama, com escudo com as armas nacionais ou possuindo a superfície estriada e decorada por esferas. Entre esses pináculos existem quatro pináculos de menor dimensão formados pela sobreposição de peças de secção circular de diferente diâmetro no lado N. e S., por triângulo com os lados de maior altura, formado por peças sobrepostas, com superfície estriada e decorada por esferas e motivo encordoado, sendo encimado por esfera armilar rematada por flor-de-lis. |
Acessos
|
Largo do Município. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,083205; long.: -7,136336 |
Protecção
|
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, situa-se em local plano e amplo, na proximidade dos Paços do Concelho, da igreja Matriz (v. PT010914170001) e do Palácio da Justiça, de construção recente. |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Judicial: pelourinho |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Autarquia Local, Artº 3º, Dec. nº 23 122, 11 Outubro 1933 |
Época Construção
|
Séc. 16 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Desconhecido. |
Cronologia
|
Séc. 13 - era uma povoação reguengueira; 1299, 21 Maio - concessão de carta de foral por D. Dinis; 1305, 13 Maio - D. Afonso doa metade dos almudes de pão dos moradores de Foz Côa à Sé de Lamego; 1314, 24 Julho - renovação da carta de foral por D. Dinis; 1371, 01 Fevereiro - D. Fernando doou a povoação a Afonso de Zamora; 1373 - D. Fernando doou a povoação a Rui Vasques Fernandes; 1377, 15 Julho - D. Fernando concedeu a Torre de Moncorvo a adua (obrigação de servir na construção) de Vila Nova de Foz Côa nas fortificações da povoação, por carta a João Rodrigues Portocarreiro, meirinho de Trás-os-Montes; 1385 - D. João I doou a vila ao termo de Torre de Moncorvo; mais tarde, doou-a a Gonçalo Vasques Coutinho; séc. 15, início - no reinado de D. João I teria perdido algumas regalias, chegando a ser integrada no concelho de Moncorvo devido ao facto de ter sido partidária da causa castelhana em 1383 - 1385, segundo A. Sá-Coixão tal integração não foi efectivada; 1514, 16 Junho - concessão de foral novo por D. Manuel; provável edificação do pelourinho *1; considerável afluxo de Judeus; séc. 18 - referência às muralhas e castelo, de que apenas subsiste a Torre do Relógio; época de prosperidade económica relacionada com o incremento da cultura vinícola e promoção da instalação de cordoarias; hipotética construção do edifício dos Paços do Concelho; 1708 - a povoação, com 60 vizinhos, é do Conde de Vila Nova de Portimão; tem um ouvidor, 2 juízes ordinários, um dos órfãos, com o seu escrivão, 2 vereadores, um procurador, um escrivão da câmara, 2 tabeliães e 2 almotacés, com escrivão; 1758 - nas Memórias Paroquiais, é referido que a povoação, com 571 fogos, é da Coroa, tendo sido, anteriormente, do Conde de Vila Nova de Portimão; tem 2 juízes ordinários, 2 vereadores, um procurador do concelho, um escrivão da câmara, 2 tabeliães e um escrivão dos órfãos; 1829 / 1847 - lutas Liberais, marcadas por incêndios e motins, sendo particularmente conhecidos os episódios relacionados com os irmãos Marçal; 1853 - integração das freguesias do extinto concelho de Freixo de Numão; 1855 - integração das freguesias do extinto concelho de Almendra; 1858 - reedificação do edifício dos Paços do Concelho; séc. 19, meados - obras de restauro no pelourinho. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural autónomo. |
Materiais
|
Estrutura em cantaria de granito. |
Bibliografia
|
A. A., Pelourinho de Vila Nova de Foz Côa, in Occidente, Lisboa, 1882, vol. V, nº 115; ALMEIDA, José António Ferreira de, dir., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; AZEVEDO, Correia de, Património Artístico da Região Duriense, Porto, 1963; AZEVEDO, Correia de, Terras com Foral ou Pelourinho das Províncias do Minho, Trás-os-Montes, Alto Douro e Beiras, Porto, 1967; AZEVEDO, Joaquim de, História Eclesiástica da Cidade e Bispado de Lamego, Porto, 1877; BARROCO, Joaquim Manuel, Panoramas do Distrito da Guarda, Guarda, 1978; CARDOSO, Nuno Catarino, Pelourinhos das Beiras, Lisboa, 1936; CHAVES, Luís, Pelourinhos Portugueses, Porto, 1930; COIXÃO, António de Sá, dir., Notícias de Freixo de Numão, Freixo de Numão, 1982 - 1991; COIXÃO, António do Nascimento Sá e TRABULO, António Alberto Rodrigues, Evolução político-administrativa na área do actual concelho de Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de Foz Côa, 1995; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza, vol. II, Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1708; DIONÍSIO, Sant'Ana, Guia de Portugal, Lisboa, 1927; TRABULO, Márcia, Elementos para uma Monografia de Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova Foz Côa, 1984; GUEDES, Mário, Pelourinhos da Beira Alta, in Beira Alta, Viseu, vol. XXVIII, 1969; LEAL, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1873;MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1997; SARAIVA, Anísio Miguel Bemhaja, A Sé de Lamego na primeira metade do século XIV, [ dissertação de mestrado ], 2 vols, Coimbra, 2000; SOUSA, Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito da Guarda, Viseu, 1998. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais (vol. 16, n.º 183, fl. 867-868) |
Intervenção Realizada
|
|
Observações
|
*1 - M. G. Real coloca a hipótese do pelourinho ter sido construído pelo mestre do portal manuelino da Igreja Matriz. *2 - toponómio relacionado com anterior povoado no Castro do Monte Meão. |
Autor e Data
|
Margarida Conceição 1992 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |