Edifício do Serviço Sub-Regional de Segurança Social de Setúbal / Edifício sede do centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo - Serviço Sub-Regional de Setúbal/ Caixa de Previdência de Setúbal
| IPA.00015861 |
Portugal, Setúbal, Setúbal, União das freguesias de Setúbal (São Julião, Nossa Senhora da Anunciada e Santa Maria da Graça) |
|
Arquitectura administrativa modernista. Este edifício foi o ponto de partida para o estudo dos edifícios da Segurança Social do Funchal (v. PT062203100151) e Angra do Heroísmo (v. PT071901140051). A concepção funcional e organização interna destes últimos decorrem da experiência realizada na obra de Setúbal. Verifica-se a separação de acessos e circulação dos funcionários e utentes, a compartimentação dos espaços de trabalho é feita de forma a permitir a natural expansão dos serviços, ou seja, é feita com elementos amovíveis, determinando-se apenas os elementos rígidos essenciais, como escadas, elevadores, corredores, sanitários, vestiários, etc. Arquitectura recreativa - jardim modernista na sua concepção sendo evidente a preocupação do bem estar dos utentes a partir da parede envidraçada, oferecendo uma vista panorâmica sobre os jardins e terraços aos funcionários e do público. A vista dos terraços ajardinados é também oferecida aos funcionários a partir dos corredores dos três andares. Trata-se do primeiro edifício projectado por Chorão Ramalho para sede de Caixa de Previdência, ao qual sucederam o do Funchal [PT062203100151], em 1970, e do de Angra do Heroísmo [PT071901140051]. No seu conjunto, os três edifícios definem uma tipologia de interpretação deste programa de serviço público, que toma como base de estruturação: os volumes definidos pelos núcleos das instalações sanitárias e dos acessos verticais; a separação dos circuitos de utência; a possibilidade de reajustamentos futuros ou eventuais ampliações; a libertação do espaço de trabalho, sem compartimentação interna; a recepção do público ao nível do pavimento de entrada. Exteriormente as fachadas são em betão aparente estriado, obtido a partir da cofragem de ripas de madeira, dispostas verticalmente. O edifício foi concebido no sentido de facultar melhores condições de conforto aos utentes, introduzindo uma nova experiência na relação utente-funcionário através da supressão de barreiras físicas onde os tradicionais guichés são substituídos por lugares sentados separados por baías em madeira, junto aos balcões. A abertura do ângulo de visão do jardim até ao céu pelo recuo progressivo dos terraços ajardinados, aumenta consideravelmente o conforto do utente deste espaço. O chilrear da água do tanque, oferecido pelos repuxos contribuem também muito favoravelmente para o aumento deste conforto. |
|
Número IPA Antigo: PT031512030090 |
|
Registo visualizado 3789 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Político e administrativo central Repartições públicas
|
Descrição
|
Edifício definido por um volume de configuração paralelepipédica, vazado ao centro por um pátio interior, ajardinado, em torno do qual se desenvolve o programa funcional, distribuído em três pisos. As paredes interiores viradas para o referido pátio são totalmente envidraçadas, tendo nas paredes mais extensas a marcação dos pisos por floreiras salientes. A escadaria que faz a ligação entre os pisos, desenvolve-se a E. deste pátio, no eixo da porta principall. Estrutura de betão armado aparente. Janelas protegidas por persianas de réguas móveis de alumínio lacado. EXTERIOR: O desenho do edifício contempla no seu interior um jardim de nível e um jardim suspenso constituído por uma sucessão de três terraços ajardinados e U aberto a S., cuja largura vai diminuindo à medida que a sua cota aumenta, alargando-se as vistas para o céu. Ao nível do solo o jardim apresenta uma planta rectangular apresentando o eixo maior uma direcção S.-N., vista oferecida a partir do patamar da escada frente ao grande átrio de entrada, local privilegiado para observar o quadro exterior, já que a parede S. do pátio é envidraçada até praticamente ao topo do edifício. Assim, entrando neste local a S. encontramos um caminho que conduz até meio do comprimento do jardim, ladeado por duas banquetas em buxo, delimitando até aos limites do espaço, um canteiro de cada lado. Este caminho conduz a um tanque de planta quadrada, sobrelevado cerca de 1 m,. Junto deste caminho, a poente, encontra-se um elemento escultórico em mármore cinzento apresentando várias tiras verticais sobrepostas. O tanque está rodeado por tufos de hotênsias (Hydrangea macrophylla) e apresenta também uma espécie vegetal, na natureza habitante dos sistemas húmidos, o papiro (Cyperus papyrus). Nos canteiros estão representadas outras espécies tais como a lantana (Lantana camara), a rosa (Rosa ssp.), a ave-do-paraíso (Strelitzia nicolai), os clorofitos (Chlorophytum comosum), o polipódio (Nephrolepis exaltata) e o hibisco (hibiscus rosa-sinensis) entre outras. A poente deste caminho, junto ao tanque, está plantada a única árvore deste jardim, uma palmeira da espécie (Archontophoenix alexandrae). Na sua proximidade encontra-se a glicínia (Wisteria sinensis), uma espécie trepadora. No que diz respeito aos terraços ajardinados, o que fica ao nível do primeiro andar tem cerca 3 m de largura, ao nível do segundo cerca de 2 m e ao nível do último 1 m. Em termos de vegetação dos terraços encontramos herbáceas de revestimento como a margaçinha (Erigeron mucronatus), e outras de pequeno porte de que são exemplo o clorofito (Chlorophytum comosum) e a bergénia (Bergenia crassifolia), existindo ainda herbáceas de maiores dimensões como o agapanto (Agapanthus praecox), a rosa (Rosa ssp.) e o polipódio (Nephrolepis exaltata) entre outras. Como arbustos estão representados espécies como o aloé (Aloe arborescens), a yuca (Yucca filamentosa) , o cordiline (Cordyline australis), a lantana (Lantana camara), a estrelícia (Strelitzia reginae), o hibisco (hibiscus rosa-sinensis), o euvonimos (Euonymus japonica) e as hortênsia (Hydrangea macrophylla). Encontra-se ainda representada uma trepadeira, a bougainvilea (Bougainvillea glabra). Nestes terraços não existem caminhos definidos pelo que se conclui que eles foram concebidos para ser vistos e não para serem percorridos. |
Acessos
|
Praça da República, Rua Cláudio Lagrange, Rua Regimento de Infantaria, nº 11 |
Protecção
|
Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 664/2012, DR, 2.ª série, n.º 215 de 07 novembro 2012 |
Enquadramento
|
Urbano. Situado na zona de aterro junto ao rio Sado. O edifício é rodeado por canteiros longitudinais e árvores de arruamento. Algumas árvores encontram-se plantadas nos próprios canteiros e outras em caldeiras abertas no passeio envolvente. |
Descrição Complementar
|
O tanque sobrelevado é alimentado nos seus quatro lados por esguichos de água quase invisíveis produzindo o som de um murmúrio. |
Utilização Inicial
|
Política e administrativa: repartições públicas |
Utilização Actual
|
Política e administrativa: repartições públicas |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
ARQUITECTO: Raul Chorão Ramalho (1914-2002); ARQUITECTO PAISAGISTA: António Viana Barreto; AZULEJOS: Carlos Calvet; ESCULTOR: Espiga Pinto; ENGENHEIROS: Herculano Chorão de Carvalho (fundações e estrutura); Sebastião Sanfins, Gastão Ricou e Pereira Gomes (instalações e equipamentos eléctricos); PINTOR: Álvaro Perdigão. |
Cronologia
|
1960 - criação da Comissão das Novas Instalações do Ministério das Corporações e Previdência Social, iniciando e desenvolvendo estudos diversos no sentido da construção de novas sedes para as antigas Caixas de Previdência e Abono de Família Distritais; 1965, Maio. - estudo prévio da autoria de Chorão Ramalho; 1968, Jul. - projecto de execução; 1969, 25 Junho - memória descritiva que acompanha o Plano Geral de Decoração e Mobiliário; 1969 - projecto de Arquitectura Paisagista dos jardins do edifício; 1969, Novembro / Dezembro - a revista Arquitectura, dirigida por Carlos Santos Duarte, dedica um artigo ao "novo edifício da Caixa de Previdência de Setúbal", no qual se tece o seguinte comentário: "cremos que a principal razão do interesse deste projecto reside no espírito inovador com que o seu autor interpretou o programa de um serviço público"; 1970 - conclusão da obra; 2005, 29 Setembro - despacho do Presidente do IPPAR determinando a abertura do procedimento administrativo relativo à eventual classificação do imóvel; 2005, 08 março - despacho do Presidente do IPPAR a determinar a instrução do processo de classificação; 24 agosto - proposta de abertura do processo de classificação da DRLisboa; 29 setembro - despacho de abertura do processo de classificação do Presidente do IPPAR; 2011, 17 novembro - proposta da DRCLVTejo para a classificação como Monumento de Interesse Público e fixação da Zona Especial de Proteção; 05 dezembro - parecer favorável da SPAA do Conselho Nacional de Cultura relativo à classificação e fixação da Zona Especial de Proteção; 2012, 14 março - Anúncio n.º 5709/2012, DR, 2.ª série, n.º 53, do projeto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público e fixação da respectiva Zona Especial de Proteção. |
Dados Técnicos
|
Sistema porticado em betão armado; Sistema de drenagem dos terraços - A água é recolhida junto à berma dos terraços e drenada por orifícios que a conduzem, escorrendo sobre uma corrente metálica, para uma caleira colocada em posição perpendicular ao comprimento do terraço, esculpida em bloco de pedra, com início junto à parede do terraço inferior, local onde pende a referida corrente, terminando junto à sua berma. Isto acontece sucessivamente até ao piso térreo - o do jardim, em que uma corrente conduz a uma pedra semelhante às anteriores mas que em vez de comunicar com caleira, conduz directamente a água para um sumidouro. Este sistema não parece suficiente já que este jardim apresenta problemas de drenagem. |
Materiais
|
Caixilharia em ALUMÍNIO ANODIZADO; pavimentos em LADRILHO VINÍLICO, ALCATIFA, CALÇADA DE VIDRAÇO E BASALTO; MÁRMORE BRUNIDO; MOSAICO CERÂMICO, tacos em MAGNO; paredes rebocadas e pintadas com Tinta de água e revestidas a AZULEJOS, E LADRILHO CERÂMICO ESMALTADO
Madeira (mogno, mutene, teca), mámore brunido, ladrilhos vinílicos, azulejo, alcatifa, mosaico cerâmico, betão, placas para correcção acústica.Inertes: Pedra - caleira; Metal - corrente e guarda dos terraços ajardinados; Vidro- simples. Parede do edifício que limita a S. o jardim; material vegetal: árvores - palmeira da espécie (Archontophoenix alexandrae); arbustos - hotênsia (Hydrangea macrophylla), aloé (Aloe arborescens), yuca (Yucca filamentosa) , cordiline (Cordyline australis), lantana (Lantana camara), estrelícia (Strelitzia reginae), hibisco (hibiscus rosa-sinensis) e o euvonimos (Euonymus japonica); herbáceas - de revestimento, margaçinha (Erigeron mucronatus), outras de pequeno porte de que são exemplo o clorofito (Chlorophytum comosum) e a bergénia (Bergenia crassifolia), existindo ainda herbáceas de maiores dimensões como o agapanto (Agapanthus praecox), a rosa (Rosa ssp.) e o polipódio (Nephrolepis exaltata). Como trepadeiras encontram-se representadas a bougainvilea (Bougainvillea glabra) e a glicínea (Wisteria sinensis). |
Bibliografia
|
Arquitectura, n.º 112, Nov.-Dez. 1969, pp. 276-281; PEREIRA, Nuno Teotónio, As Sedes dos Serviços Regionais 1965/1993, Lisboa, [1997]; AAVV, Exposição Raul Chorão Ramalho Arquitecto, Almada, Casa da Cerca, 1997 |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal Raul Chorão Ramalho, DGEMN/Arquivo Pessoal de António Viana Barreto |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal Raul Chorão Ramalho |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal de António Viana Barreto |
Intervenção Realizada
|
|
Observações
|
Extiste apenas a memória descritiva do mobiliário e decoração. Informação do site do IGESPAR: Procedimento prorrogado até 31 de Dezembro de 2011 pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30 de Dezembro. |
Autor e Data
|
Rute Figueiredo 2006 / Teresa Camara 2008 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |