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Edifício e estrutura Edifício Transportes Apeadeiro / Estação Apeadeiro ferroviário
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Descrição
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Paralelo à linha e implantado entre ela e a zona principal do aglomerado que serve, situa-se o edifício de passageiros. Do lado da povoação, o edifício de passageiros abre-se sobre um largo rodeado por árvores e com placa central ajardinada, no eixo perspéctico de uma via enquadrada por plátanos que conduz à povoação. Paralelos à linha, existem outros espaços verdes adjacentes à estação: a SO, confinando com o cais e ao nível deste, um alinhamento de plátanos com bancos em composição formal; a NE, uma zona mais vasta e de ocupação menos densa, com palmeiras, árvores e conjuntos de mesas e bancos para merendas. A SO existe uma passagem superior com estrutura metálica para a circulação de passageiros entre ambos os lados da via. O edifício de passageiros, com um só piso, tem volume articulado, massas de disposição horizontal e planta alongada, de contorno ortogonal quebrado, com orientação NE-SO; cobertura em telhado de águas múltiplas compostas rematada por platibanda contínua. Do lado da povoação, a platibanda é interrompida pelo paramento exterior do vestíbulo de passageiros, mais alto, que se afirma como elemento fundamental da composição, tanto em planta como volumetricamente. O vestíbulo tem telhado rematado por beirado e é enquadrado de forma simétrica por dois corpos parcialmente construídos em alvenaria de pedra calcária aparente, com estereotomia rectangular irregular de junta larga e aparelho rústico. O plano de fachada definido por este núcleo prolonga-se em ambos os sentidos por muretes baixos de desenvolvimento linear recto, que contêm canteiros com plantas, acentuando a ligação da construção ao solo e constituindo uma vedação entre o largo e o recinto da estação. Os restantes corpos do edifício agregam-se a este núcleo de modo assimétrico e em plano ligeiramente recuado: um corpo menor para SO (salas de espera), o mais longo para NE (serviços e instalações sanitárias). O alçado voltado para o largo é caracterizado pela opacidade: as janelas, com desenvolvimento horizontal alongado, estão colocadas acima do nível dos olhos e, através sua posição recuada, enfatizam a espessura das paredes; a porta do vestíbulo é a única para acesso ao interior. Um grande relógio circular colocado no paramento acima da porta acentua o destaque conferido à entrada e constitui uma referência à tipologia e ao próprio funcionamento da rede ferroviária. Do lado da via férrea, o alpendre sobre o cais dá continuidade à platibanda do corpo principal do edifício e toma a expressão de um pórtico adossado (como uma galilé), apoiado em 5 colunas em pedra com secção circular que lhe delimitam o perímetro. O telhado cobre este conjunto sem solução de continuidade e unifica toda a construção. No alçado sobre o cais, o edifício abre-se em 7 vãos de porta rectangulares regulares verticais, sendo o do vestíbulo mais largo que os restantes. As paredes exteriores do cais têm acabamento em reboco liso e rodapé em cantaria. O alçado do topo SO. tem porta central larga, enquadrada por duas janelas rectangulares verticais de peito baixo; o alçado do topo a NE, tem duas portas enquadrando conjunto de três óculos circulares altos. As molduras dos vãos rectangulares são em cantaria de pedra calcária aparelhada, de faces bujardadas a pico fino com golpe de aresta. INTERIOR: Vestíbulo de planta rectangular com as portas de acesso à via e à povoação em faces opostas; os alçados interiores laterais do vestíbulo têm também composição simétrica: de um lado portas de acesso às duas salas de espera, enquadradas pelos balcões da tabacaria e do posto de turismo; no lado oposto uma sequência de balcões: bilheteira, bagagens, despachos e guarda de volumes de mão. Tecto falso do vestíbulo com padrão geométrico em relevo (linhas rectas oblíquas cruzando-se, enquadrando campânulas moldadas, com armaduras eléctricas de iluminação. |
Acessos
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Curia |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, em planície, isolado. Situado na Linha do Norte, a cerca de 25 km a NO de Coimbra. O apeadeiro serve a estância termal da Curia. |
Descrição Complementar
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Letreiros exteriores em relevo, com letras de tipo linear, condensado, sem patilha: "Curia", "Senhoras - Homens". Paredes dos espaços interiores públicos com revestimento, até à altura das vergas dos vãos exteriores, em azulejo manufacturado de padrão ornamental em azul sobre fundo branco (xadrez, alternando estrela com flor). No vestíbulo, sobre as portas de acesso ao exterior: painéis figurativos em azulejo recortado e inscrições sobre as portas de acesso às salas de espera ("Sala de Espera de I e II Classes"; "Sala de Espera de III Classe"). Balcões de atendimento com inscrições em letras de tipo linear condensado, sem patilha, em metal cromado ("bilheteira", "despacho / volumes", "tabacaria", "turismo") sobre painel em chapa de metálica pintada; grades metálicas sobre os balcões com motivos historicistas. Os bancos das salas de espera, em madeira maciça, são de desenho exclusivo para este edifício. |
Utilização Inicial
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Transportes: apeadeiro ferroviário |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses (C.P.), Divisão de Via e Obras: arq. José Ângelo Cottinelli Telmo (1897-1948). Azulejo de padrão ornamental e inscrições sobre as portas concebidos por Cottinelli Telmo; painéis figurativos em azulejo recortado desenhados por Jorge Barradas (produção na fábrica Viúva Lamego). |
Cronologia
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1926 - cerimónia de inauguração do edifício de passageiros provisório do apeadeiro da Curia; lançamento da primeira pedra de um futuro edifício definitivo; 1937 - na Divisão de Via e Obras da CP são elaboradas 3 versões para um edifício de passageiros definitivo. As 3 variantes são caracterizadas à custa de elementos comuns, em inequívoca opção modernista: uma platibanda alta e contínua, ocultando completamente o telhado; vãos fundos, acentuadamente horizontais; a entrada marcada por um volume proeminente com pala frontal em betão a que se sobrepõe um relógio. O processo não passou da fase de anteprojecto. 1943, Março-Setembro - projecto do novo Edifício de Passageiros; 1944, 22 de Agosto - inauguração do novo Edifício de Passageiros. |
Dados Técnicos
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Estrutura mista: paredes exteriores autoportantes em alvenaria; vigas na cobertura sobre o cais de passageiros em betão armado; telhado sobre estrutura em asnas de madeira. |
Materiais
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Alvenaria de pedra, cantaria de lioz, reboco pintado; telha cerâmica; azulejo cerâmico vidrado manufacturado |
Bibliografia
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PINTO, Abel Leite, O Novo Edifício de Passageiros do Apeadeiro da Curia, Boletim da CP, n.º 182, Agosto 1944, pp. 145-146; MARTINS, João Paulo, Cottinelli Telmo. A Obra do Arquitecto (1897-1948). Dissertação de mestrado em História da Arte, Lisboa: FCSH, UNL, 1995. 2 vol.; MARTINS, João Paulo, Cottinelli Telmo. Arquitecto na CP, in Gilberto Gomes (ed.), O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996, Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses, 1996, pp. 126-134 |
Documentação Gráfica
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CP: Direcção Geral de Gestão de Infraestruturas, Arquivo Técnico |
Documentação Fotográfica
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DGEMN: DSID |
Documentação Administrativa
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CP: Direcção Geral de Gestão de Infraestruturas, Arquivo Técnico |
Intervenção Realizada
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Observações
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(*) Uma estação ferroviária, tal como a definem os tratados de técnica ferroviária, é um ponto de uma linha férrea onde os comboios param para tomar ou largar passageiros ou mercadorias; a estação é delimitada fisicamente pelo espaço compreendido entre as agulhas de entrada e de saída dos comboios e inclui o conjunto das vias e dos edifícios relacionados entre si para cumprir aquelas funções. A designação "apeadeiro" é aplicada a instalações de menor escala, com um reduzido trânsito de passageiros ou mercadorias e onde, como neste caso, não existem linhas de serviço e respectivas agulhas e onde as edificações de apoio se resumem à sua expressão mais elementar. |
Autor e Data
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JPaulo Martins 2002 |
Actualização
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