Pelourinho de Arcos de Valdevez
| IPA.00002221 |
Portugal, Viana do Castelo, Arcos de Valdevez, União das freguesias de Arcos de Valdevez (Salvador), Vila Fonche e Parada |
|
Arquitectura político-administrativa e judicial, manuelina. Pelourinho de gaiola circular, com soco de quatro degraus quadrangulares, de onde evolui um fuste composto por três colunelos torsos, que se enrolam em torno de um esteio central liso. Remata em pináculo aberto, com três colunelos que convergem para o remate em esfera armilar. Constitui um dos poucos pelourinhos com o nome do canteiro gravado na pedra e constitui uma tipologia de remate muito pouco comum. De grande riqueza decorativa, não só na formação do fuste, mas também no capitel e remate, é talvez um dos melhores pelourinhos do distrito de Viana do Castelo. Apresenta duas esferas armilares, uma numa das faces da gaiola e a segunda no remate. |
|
Número IPA Antigo: PT011601340005 |
|
Registo visualizado 2540 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Estrutura Judicial Pelourinho Jurisdição senhorial Tipo gaiola
|
Descrição
|
Estrutura em cantaria de granito, composta por soco formado por quatro degraus quadrangulares escalonados, onde assenta base com pequeno toro e fuste constituído por coluna espessa à volta do qual se enrolam adossados três colunelos, entre os quais surge, no topo, friso com legenda: "IOANS / LOPEZ / MEFEZ". Capitel em taça tendo exteriormente, no alinhamento dos colunelos, três escudos de Portugal, intercalados por molduras ovaladas e sendo encimado por três hastes que, no mesmo alinhamento dos colunelos, convergem para o alto separando-se por esferas armilares. Uma outra, maior, remata o conjunto *1. |
Acessos
|
Largo do Pelourinho. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,846394, long.: -8,418190 |
Protecção
|
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 26 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 125 de 26 maio 1964 |
Enquadramento
|
Urbano, isolado, implantação harmónica. Ergue-se no núcleo histórico da vila, num largo de nível mais baixo à fachada S. da Igreja Matriz e tendo junto 2 bancos de pedra. |
Descrição Complementar
|
|
Utilização Inicial
|
Judicial: pelourinho |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
Autarquia Local, Artº 3º, Dec. 23 122 de 11 Outubro 1933 |
Época Construção
|
Séc. 16 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
PEDREIRO: João Lopes (séc. 16). |
Cronologia
|
1476, 04 Março - concessão do título de Visconde de Vila Nova de Cerveira a D. Leonel de Lima, por D. Afonso V; este torna-se senhor de Arcos de Valdevez; 1515, 2 Junho - D. Manuel I concede foral à vila, construindo-se posteriormente o pelourinho, pelo mestre João Lopes; 1700 - até cerca desta data, o pelourinho estava no centro da Praça Municipal; posteriormente foi transferido para a Valeta *2, sítio à margem do rio Vez; 1706 - povoação dos Viscondes de Vila Nova da Cerveira; na praça, em frente à Câmara, um pelourinho dourado, que foi mudado para a beira-rio, com acesso por poldras; tem juiz ordinário de vara branca, 3 vereadores, um procurador; tem 6 tabeliães do judicial e notas, um juiz dos órfãos, com escrivão, meirinho, 2 porteiros, escrivão da Câmara, sendo alguns oficiais apresentados pelo rei e outros pelo Visconde; 1758, 20 Abril - segundo o abade Miguel de Sousa nas Memórias Paroquiais, a freguesia era um julgado e pertencia à comarca de Valença; tinha 135 vizinhos e cerca de 480 pessoas; 1895 - por iniciativa do então Presidente da Câmara, Pedro Pereira de Sousa e Brito, foi colocado no local onde ainda hoje se implanta, perdendo, no entanto, os ferros de sujeição. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural autónomo. |
Materiais
|
Estrutura em cantaria de granito. |
Bibliografia
|
ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa 1987; AURORA, Conde d', Roteiro da Ribeira Lima, Porto, 1959; CAPELA, José Viriato, As freguesias do distrito de Viana do Castelo nas Memórias Paroquiais de 1758, Braga, Casa Museu de Monção / Universidade do Minho, 2005; CARDOSO, Nuno Catarino, Pelourinhos do Minho e Douro, Lisboa, 1935; CHAVES, Luís, Os Pelourinhos, Lisboa, 1938; CHAVES, Luís, Os Pelourinhos do Distrito de Viana do Castelo, Lisboa, s.d.; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza…, vol. I, Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706; CRESPO, José, Pelourinhos. Cruzeiros Forcas in Cadernos Vianenses, vol. 6, Viana do Castelo, 1981, p. 97 - 112; GOMES, José Cândido, Terras de Valdevez, Arcos, 1899; MALAFAIA, E.B. de Ataíde, Pelourinhos Portugueses - tentâmen de inventário geral, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda; 1997; SOUSA, Júlio Rocha e, Pelourinhos do Distrito de Viana do Castelo, Viseu, 2001. |
Documentação Gráfica
|
|
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Intervenção Realizada
|
PROPRIETÁRIO: 1973 - colocação de dois bancos de pedra no patamar do pelourinho; 1982 - obras de conservação: limpeza geral, abertura e refechamento de juntas com argamassa de cimento e areia. |
Observações
|
*1 - segundo o conde d'Aurora o pelourinho foi antigamente dourado, mas não existem grandes confirmações do facto. *2 - durante a sua permanência no sítio da Valeta, onde as raparigas se juntavam para lavar, folgar e namorar, surgiram algumas quadras populares de que apenas transcrevemos uma: "Pelourinho da Valeta / vai-te deitar e dormir, / não sejas alcoviteiro / das criadas de servir". |
Autor e Data
|
Paula Noé 1992 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |