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Conjunto urbano Setor urbano Unidade morfológica Contemporânea / Habitação económica Casas Económicas Promoção pública estatal (DGEMN)
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Descrição
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Bairro grande homogeneidade, constituído por 234 moradias geminadas, unifamiliares, das classes A e B, tipos 1, 2, 3, organizadas simetricamente em torno de três triângulos bem definidos, servidos por quatro artérias principais de circulação, a Rua Navas de Tolosa, A Rua de Alvalade, A rua do Ameixial e a Rua do Buçaco, e por várias arruamentos secundários e pedonais, praças e jardins. As moradias de dois pisos, apresentam planta rectangular simples, com coberturas homogéneas de quatro águas, e grande simplicidade arquitectónica, variando um ou outro pormenor construtivo que distingue a classe A da B. Na sua maioria, os vãos são de verga recta, simples, no entanto, na classe B também podem surgem portas em arco de volta perfeita com moldura larga, em cantaria de granito aparente e vãos de janelas definidos por molduras recortadas e destacadas por tonalidade diferente, alpendre ou telheiro e varanda redonda ou rectangular. Nalguns casos surgem floreiras sob as janelas. A existência de jardim e logradouro é comum a todas as classes e tipos. Interiormente divide-se em cozinha, sala e vestíbulo, despensa, casa de banho e número de quartos variável, consoante a tipologia. |
Acessos
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Rua de Navas de Tolosa; Estrada da Circunvalação (Rio Tinto); Estrada de Contumil; Rua de Gama Barros; Rua do Salado |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Conjunto urbano localizado na zona Oriental da cidade do Porto, organizado segundo um trapézio com três triângulos internos, circundado pela estrada da circunvalação a Nordeste e pela linha de caminho de ferro, com a estação de Contumil a Noroeste, o Mercado Abastecedor e o Estádio do Dragão a Sudoeste. A Sul situa-se o Bairro de Casas Económicas do Ilhéu e a Sudeste o Bairro do Cerco do Porto. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Privada: pessoas singulares |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Luís Amoroso Lopes; CONSTRUTOR: Empresa de Melhoramentos Citadinos do Norte, Sociedade Anónima de Responsabilidade Lda. |
Cronologia
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1933, 23 setembro - o decreto n.º 23052 estabelece as condições segundo as quais o governo participa na construção de casas económicas, das classes A e B, em colaboração com as câmaras municipais, corporações administrativas e organismos corporativos (art.º 1.º); as Casas Económicas, como passam a ser designadas, são habitações independentes de que os moradores se tornam proprietários ao fim de determinado número de anos (propriedade resolúvel), mediante o pagamento de prestação mensal que engloba seguros de vida, de invalidez, de doença, de desemprego e de incêndio (art.º 2º); as atribuições do governo em matéria de casas económicas são partilhadas pelo Ministério das Obras Públicas e Comunicações (MOPC) e o Subsecretariado das Corporações e Previdência Social (art.º 3.º); ao MOPC compete a supervisão da construção de casas económicas (aprovação de projetos e orçamentos, escolha de terrenos e sua urbanização, promoção e fiscalização das obras, administração das verbas cabimentadas e fiscalização de obras de conservação e benfeitorias) (art.º 4.º); é criada a Secção de Casas Económicas na Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) (art.º 4.º); 1938, 11 maio - aprovação do projeto para construção da 1.ª fase do agrupamento de moradias, num total de 115 da classe A, pelo valor de 1.626.150$00; 1940 - contrato para execução da empreitada de construção da escola Tipo Douro de quatro salas; 1941 - obras de melhoramentos e reparação de diversas moradias; inauguração da 1.ª fas, que contemplou a construção de 115 moradias da classe A, sendo 73 do Tipo 2 e 42 do Tipo 3; estudo de ampliação do bairro, da autoria do arquiteto Alberto da Silva Bessa; 1942 - construção de posto médico, parque infantil e abrigo; 1944 - 1947 - ampliação do bairro com a construção de mais 119 moradias, 90 das quais da classe B; 1948 - construção da esquadra de Polícia de Segurança Pública, nas traseiras da escola. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Alvenaria rebocada e pintada de cores variadas, cobertura em estrutura de madeira e revestimento exterior em telha; molduras dos vãos simples nas moradias da classe A e em cantaria de granito aparente nas portas da classe B; grades de algumas janelas e gradeamentos de vedação em ferro; caixilharias e portas de madeira ou alumínio; pavimentos de madeira e cerâmica, paredes interiores e tectos estucados. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Paulo - Bairros Económicos do Porto: a casa como arma política. http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10715.pdf, [consultado em 27-05-2014]; BAPTISTA, Luís Vicente - Cidade e Habitação Social. O Estado Novo e o Programa das Casas Económicas. Oeiras: Celta, 1999; Casas Económicas. Lisboa: Secretariado da Propaganda Nacional, 1943; Casas Económicas. Lisboa: Ministério das Corporações e Previdência Social, Direcção-Geral da Previdência e Habitação Económica, 1966; GROS, Marielle Cristine - O Alojamento Social Sob o Fascismo. Porto: Afrontamento, 1982; IDEM - "Pequena História do Alojamento Social em Portugal". Sociedade e Território, 1994, pp. 80-90; HOWEL, Margarida Sousa Lobo - Casas Económicas. Um Programa Emblemático da Politica Habitacional do Estado Novo, Caminhos do Património - 1929-1999, DGEMN, 1999, pp.151-158; LOUREIRO, Fátima de Matos - A Habitação no Grande Porto: uma perspetiva geográfica da evolução do mercado e da qualidade habitacional desde finais do séc. XIX até ao final do milénio. Porto: Universidade do Porto, Faculdade de Letras, 2001; Mais Melhoramentos, Mais Trabalho, 1928-1953, Vinte e Cinco de Valorização Regional. Lisboa: Ministério da Obras Públicas, Comissariado do Desemprego, 1953, vol. II; Quinze Anos de Obras Públicas, 1932-1947, Exposição e Congressos de Engenharia e de Arquitectura. Lisboa, 1949, 2.º volume, pp. 148-153; PIMENTA, Manuel; FERREIRA, José António; FERREIRA, Leonor Vasconcelos - Estudo Socioeconómico da Habitação Social. Porto: Câmara Municipal do Porto, Pelouro da Habitação e Acção Social, 2001; Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1961. Ministério das Obras Públicas, 1º Volume, Lisboa, 1962; RESENDE, Feliciano Tomás de - Habitações Económicas, Legislação atualizada coordenada e anotada. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1961; TRINDADE, Cachulo da - Casas Económicas. Casas de Renda Económica, Casas de Renda Limitada e Casas para Famílias Pobres. Legislação Anotada. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1951. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DREMN; CMP |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DREMN; IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMN, DGEMN/DSARH - Pessoal - 0045/20; CMP |
Intervenção Realizada
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1962 - Obras de conservação das moradias n.º 177 e 214 |
Observações
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O arquiteto Luís Amoroso Lopes prestou serviço na Secção de Estudos e Projetos desde 1937 a 1945. Ainda trabalharam na elaboração dos "Projectos-Tipo" de casas económicas outros arquitetos como Raul Lino, Eugénio Correia, Rebelo de Andrade, Couto Martins, Alberto Cruz e Rogério de Azevedo. A existência de quintal permitia sempre que necessário proceder à ampliação da habitação. |
Autor e Data
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Ana Filipe 2010 |
Actualização
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