Forte de São Brás de Sanxete / Farol do Cabo Raso

IPA.00025757
Portugal, Lisboa, Cascais, União das freguesias de Cascais e Estoril
 
Arquitectura militar, seiscentista. Pelo traçado e dimensões, integra-se na tipologia dos pequenos fortes da Restauração.
Número IPA Antigo: PT031105030183
 
Registo visualizado 4867 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Militar  Forte    

Descrição

Acessos

Cabo Raso, Estrada do Guincho

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Militar: forte

Utilização Actual

Comunicações: farol

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Época Construção

Séc. 17 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 17 - construção do forte; 1693 - data da primeira planta do forte; tinha planta quadrangular, com bateria virada ao mar tendo nas suas três faces parapeito à barla, e o quartel virado a terra, composto por três compartimentos abobadados: os laterais ocupados pelos alojamentos, casa da palamenta e paiol, este tipo nicho escavado na espessura da caixa murária; ao centro da cortina virada a terra, rasgava-se o portal de entrada que acedia ao compartimento central, onde existia cisterna e se localizava a escadaria de acesso à bateria; 1720, 29 Junho - estava em bom estado de conservação e tinha tido obras recentes; tinha 4 peças de ferro de calibre 12 sem préstimo, tal como os reparos em que estavam montadas; a bateria tinha capacidade para as 4; possuía pólvora e balas e o necessário para a serventia das peças; a guarnição era de 3 soldados e 2 artilheiros; 1735 - precisava de pequenas reparações exteriores e interiores; possuía 5 peças de artilharia, mas todas inoperacionais; 1751 / 1758 - datas correspondentes a duas inspecções que confirmam o bom estado de conservação do forte, referindo apenas a necessidade de colocar algumas portas; 1767 / 1776, entre - o forte tinha 8 peças de ferro de calibre 16, desmontadas e absolutamente incapazes; 1777 - no mapa de inspecções que então foi elaborado, o forte tinha 6 peças de calibre 12 em funcionamento, ainda que os seus reparos precisassem de rodas adequadas; era ainda necessário pequenas reparações como betumar a cisterna e a montagem de portas nos armazéns e no paiol; 1793 - construção de merlões e abertura de 6 canhoeiras na bateria, 3 viradas ao mar, 1 a N. e duas a S.; reorganização do espaço existente no compartimento destinado a quartel, criando-se duas dependências inter-comunicantes; construção de 4 guaritas nos ângulos das paredes dos alojamentos virados a terra e nos da bateria; 1808 - reforço da guarnição durante as invasões franceses, albergando 2 soldados artilheiros, 1 sargento e 8 soldados de infantaria; 1814, cerca - o forte estava ao abandono; 1829 - apresenta sinais de ruína na porta de entrada, quartel, armazém e paiol; recomenda-se reduzir a artilharia para 4 peças, por ser suficiente; 1834 - fica desocupado, desprovido de artilharia e a ao abandono; 1850 - é projectada a sua reedificação, mas não como espaço fortificado; 1854 - relatório da inspecção do forte refere a existência de lápide inscrita sobre o portal, então bastante sumida, mas onde ainda se podia ler que o forte fora edificado no "Reinado de El-Rei D. João 4º, no ano de 1658"; 1893, 24 Julho - cedência do forte ao Ministério da Marinha e Ultramar para instalação de um farol; 1894 - foi equipado com um aparelho transferido do farol de Olhão, que projectava uma luz vermelha com alcance de 5 milhas *1; 1915 - construção de torre metálica para o farol em ferro e instalação de aparelho de maior alcance luminoso (9 milhas), ocupação de parte da antiga bateria e terraço com casa do faroleiro e armazéns; reorganização da entrada e dos antigos aquartelamentos, que passa a funcionar como casa das máquinas; posteriormente, no exterior do forte, procede-se à construção de dois edifícios de um piso para alojamento dos funcionários do farol, suas famílias e oficinas; 1922 - substituição do aparelho luminoso do farol por outro mais moderno proveniente de oficinas parisienses; 1947 - electrificação do farol electrificado, aumentando o seu alcance; 1969 - ligação à rede pública de distribuição de energia, o que permitiu aumentar de novo o alcance do farol, para 22 milhas; 1985 - instalação de aparelho automático, que dispensa a presença continua de faroleiros.

Dados Técnicos

A torre do farol tem uma altura de 13 m, a luz encontra-se a 23 m de altitude e o seu alcance luminoso é de 20 milhas (c. 37 km), com uma característica luminosa de três relâmpagos brancos, com um período de 15 segundos.

Materiais

Bibliografia

BOIÇA, Joaquim Manuel Ferreira, BARROS, Maria de Fátima Bambouts de, RAMALHO, Margarida de Magalhães, As fortificações marítimas da costa de Cascais, Lisboa, Livros Quetzal, S.A., 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IPPAR: pº nº 75 6.09.7.2/23-05

Intervenção Realizada

1762 / 1763 - pequenas obras de manutenção com melhoramentos ao nivel dos madeiramentos e ferragens; 1831, finais - obras de reparação; 1893, Setembro / Dezembro - obras de adaptação e transformação em alguns espaços para instalação do farol.

Observações

EM ESTUDO. *1 - O farol instalado em 1894 no Forte de São Brás assentava numa estrutura metálica, cujo mecanismo era colocado e retirado diariamente através de um carreto e transportado por meio de carris.

Autor e Data

Curso Inventariação KIT01 (2.ª ed.) 2009

Actualização

Teresa Deus Ferreira 2014
 
 
 
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