Cidade romana de Conímbriga / Ruínas de Conímbriga
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Portugal, Coimbra, Condeixa-a-Nova, União das freguesias de Condeixa-a-Velha e Condeixa-a-Nova |
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Aglomerado urbano. Cidade romana / Civitas. Núcleo urbano romano integrando estruturas preexistentes da Época do Ferro e com continuidade ocupacional até ao século 05. Estrutura urbanística e respectivos espaços ordenadores resultantes de três intervenções fundamentais: no século 01 a.c., sob Augusto, datando desta fase o forum tardo-republicano (templo sobre criptopórtico, basílica, cúria e lojas comerciais), as termas ( de concepção pré-augustiana), o aqueduto e um primeiro traçado urbano regular que respeitou algumas estruturas arquitectónicas habitacionais pré-romanas; no século 01, com os Flávios, a cidade sofre uma renovação urbanística, sendo destruídos e de novo edificados o forum imperial, as termas vitruvianas, bem como traçada outra planificação urbana envolvente; no fim do século 3 a urbe é dotada com uma muralha, que lhe reduz o perímetro. No capítulo da arquitectura civil, residencial e de equipamento abundam numerosos exemplos de edificações levantadas, remodeladas e reutilizadas desde o século 01 a.c. até ao século 50. Na habitação dominam as insulae, prédios urbanos com mais de um piso, desenvolvidos em torno de um pátio interior, e as domus com peristilum (exemplo: Casa dos Repuxos e Casa de Cantaber). Tanto na arquitectura privada como na pública encontram-se abundantes materiais decorativos, com especial destaque para os mosaicos, escultura e pintura mural. Entre os vestígios da ocupação suévica, encontram-se as ruínas do que deve ter sido uma basílica paleocristã (séculos 05 / 06 ), fruto de transformação e reutilização de uma domus. A muralha, robusta, mas extremamente rústica, denota urgência na obra; a sua construção, feita de blocos grossos talhados irregularmente e mal paramentados, aproveita alguns materiais doutras construções. A altura das muralhas (5 a 6,5 metros) suscita algumas dúvidas sobre a sua funcionalidade militar. |
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Número IPA Antigo: PT020604050001 |
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Registo visualizado 5705 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Conjunto urbano Aglomerado urbano Povoado Povoado romano Civitas
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Descrição
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Conjunto muralhado, envolvendo núcleo urbano, constituído por forum, organizado com templo sobre criptopórtico, basílica, cúria e lojas comerciais, termas, aqueduto, insulae, prédios urbanos com mais de um piso, desenvolvidos em torno de um pátio interior, domus com peristilum, como é exemplo a Casa dos Repuxos e a Casa de Cantaber e uma basílica paleocristã. Cintura muralhada com cerca de 1 500 m. de extensão. A entrada seria feita por uma estrutura abobadada com duas portas; uma levadiça, outra sobre gonzos. Esta abertura era defendidapor dois torreões. A muralha é percorrida por duas passagens para evacuação de água, canalizada por uma escavação de modo a evitar infiltrações na base da muralha. |
Acessos
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Ramal da EN. 342, junto a Condeixa-a-Velha |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2.ª série, n.º 277 de 25 novembro 1971 |
Enquadramento
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Rural, assenta num planalto em forma de esporão triangular, lançado sobre duas profundas depressões, uma das quais a Ribeira dos Mouros. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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DGPC, Decreto-Lei n.º 115/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012 |
Época Construção
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Época romana |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Não aplicável |
Cronologia
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Séc. 09 a.C. - provável existência de um castro no local; 139 a.C. - os romanos chegam a Conímbriga durante as campanhas de Decimo Junio Bruto; a cidade sofre programas de urbanização com Augusto; 69 a.C. - 79 a.C. - durante o reinando de Vespasiano, Conímbriga recebe o epíteto de flávia e é elevada a municipium; a cidade sofre novos programas de urbanização; séc. 02 - construção da Casa dos Repuxos, possivelmente sobre outra pré-existente; séc. 03, finais - construção da actual muralha substituindo provavelmente uma que já existiriado tempo de Augusto; remodelação do balneário; construção da maioria das grandes casas da cidade; séc. 04 - construção provável da basílica paleocristã; 465 / 468 - invasões e ataques suevos causam a destruição da cidade, sendo os seus habitantes dispersos escravizados; 561/ 572 - início do bispado de Conímbriga, sendo Lucêncio, o seu primeiro bispo; 589 - Conímbriga deixa de ser sede episcopal, passando para Aeminium, que posteriormente passou a designar-se de Coimbra; 1519 - o rei D. Manuel manda integrar algumas inscrições de Conímbriga na fachada da Igreja Matriz de Condeixa-a-Nova (v. 0604040014); séc. 18 - Conímbriga é mencionada nas Memórias Paroquiais; 1869 - Hubner visita Conímbriga; 1873 - o então criado Instituto de Coimbra cria uma secção de um museu dedicado à arqueologia, dando início às escavações arqueológicas de Conímbriga; 1889 - são retirados mosaicos de uma das casas; 1899 - são feitas as primeiras sondagens de vulto, sendo executada a planta do oppidum, e levantados alguns mosaicos; 1911 - o Instituto de Coimbra cede as suas colecções ao Museu Machado de Castro (v. 0603250013), dando-se início ao seu estudo por Augusto Filipe Simões e pelo Mestre António Augusto Gonçalves; 1930 - por ocasião do XI Congresso Internacional de Arqueologia e Pré-história, em Portugal, o Estado adquire os primeiros terrenos e faz escavações no local; 1962 - inauguração do Museu Monográfico de Conímbriga; 1964 - colaboração entre o museu e a Missão Arqueológica da Universidade de Bordéus; sob a direcção de J. Bairrão Oleiro, Robert Étienne e Jorge de Alarcão, é descoberto o centro da cidade romana; 1985, Abril - inauguração de uma exposição permanente no recinto, com objectos encontrados no local; 1991, 09 agosto - o museu é afeto ao Instituto Português de Museus, Decreto-Lei n.º 278/91, DR, 1.ª série-A; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126;.2007, 29 março - o imóvel é afeto ao Instituto dos Museus e Conservação, I.P. pelo Decreto-Lei n.º 97/2007, DR, 1.ª série, n.º 63. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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Instituto Português dos Museus, Roteiros da Arqueologia Portuguesa, Ruínas de Conimbriga, Conímbriga, 1995; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Triénio de 1947 a 1949, Lisboa, 1950; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Oppidum romano de Conimbriga, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 52-53, Lisboa, 1948; Ruínas de Conimbriga: consolidação de mosaicos, Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 116, Lisboa, 1964; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70107 [consultado em 11 agosto 2016]. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/Arquivo Pessoal de Ilídio de Araújo, DRMC |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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1873 - trabalhos de escavação arqueológica; 1889 - remoção de alguns mosaicos; 1930 - desobstrução de duas portas da cidade voltadas a E.; DGEMN:1940 - início dos trabalhos de reconstrução e consolidação das ruínas; 1955 - continuação das obras de consolidação e restauro; 1956 - estudos de pesquisas arqueológicas do Oppidum Romano, pelos Serviços dos Monumentos Nacionais; 1964 - trabalhos de escavações arqueológicas; 1970 - trabalhos de consolidação de mosaicos; 1971-1973 - ampliação do Museu Monográfico, construção: cave, instalações para o guarda e alpendrado do pátio interior ao nível do r/chão; 1974 - obras de consolidação e restauro e continuação das obras de ampliação do Museu; 1975 - obras de consolidação nas zonas de prospecção arqueológica, pavimentações, arranjo e coroamento de paredes, drenagem de água e esgotos, limpeza de vegetação etc; 1976 - obras de beneficiação na cobertura e no interior da construção mais antiga do Museu Monográfico; 1977 - continuação da ampliação do edifício do Museu, remodelação das fachadas que ladeiam o largo, antigo pórtico de colunata é transformado em galeria interna, arranjo do átrio principal, criada uma valeta para dificultar o estacionamento sobre o pavimento dos passeios; 1978 - construção de uma cabine bilheteira em misto de betão e envidraçados com alumínio; 1979 - construção de cabines para um posto de transformação e para incineração de lixos; 1981/1982- electrificação, iluminação e climatização do museu; 1986 - cobertura da casa dos repuxos; 1990, década de - foram desenvolvidas obras de renovação do museu, valorização das ruínas e de diversas instalações de apoio aos visitantes sendo o projecto arquitectónico da autoria de "Cruz Alarcão, Arquitectos Lda"; 2004/2005 - em curso, empreitada de construção do da bilheteira e renovação integral das instalações sanitárias dos visitantes (projecto arquitectónico da autoria de "Cruz Alarcão, Arquitectos Lda"); início de valorização e construção de percursos de visita no forum Augustiniano e nas termas a S., do dito Forum, construção de uma pequena estrutura para espectáculos, constituída por estrado / palco e arquibancada moldada no terreno, junto às termas do aqueduto (projecto arquitectónico da autoria de "Cruz Alarcão, Arquitectos Lda"). |
Observações
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Antes da ocupação romana já era um oppidum de um povo que alguns autores referem como os Conii que se instalaram mais tarde no S. de Portugal. A designação Conímbriga, provêm do termo Conim, termo utilizado por indígenas pré-europeus, para designar o local eminência rochosa, e Briga, sufixo celta significando cidadela. Por aqui passava a via que ligava Olisipo a Bracara Augusta, passando por Aeminium (Coimbra). |
Autor e Data
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João Cravo / Horácio Bonifácio 1992 |
Actualização
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Carlos Amaral 2005 |
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