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Conjunto arquitetónico Edifício Residencial multifamiliar Habitação económica Promoção pública estatal (FFH)
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Descrição
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Conjunto residencial com traçado regular de média densidade, composto por quarteirões abertos com esquema de implantação variável, formando alinhamentos em banda e implantação isolada, sendo constituído por 18 edifícios. As principais vias estruturantes do bairro são, no sentido N/S a Rua das Margaridas e a Avenida Diogo Cão e no sentido O/E a Avenida Vasco da Gama e a Rua Pedro Álvares Cabral. O bairro é constituído por 220 frações habitacionais distribuídas por 18 edifícios multifamiliares. Originalmente 1/3 (80) dos fogos destinava-se a arrendamento e 2/3 (162) à venda. Dos 18 edifícios 8 encontram-se agrupados em 3 bandas, estando os restantes isolados. Edifícios de planta retangular com a área de implantação de 101 m2, sendo todos os fogos de tipologia T3. Fachadas com marcação da estrutura, re-entrante em relação aos panos de alvenaria dos alçados. A estrutura, bem como os tubos de queda pelo exterior, encontra-se pintada a branco. Os paramentos, pintados a cinzento claro nos edifícios do Instituto e a branco nos outros, apresentam janelas de correr metálicas com duas folhas. Os vãos das salas possuem porta de batente com uma folha para acesso à varanda. Em alguns vãos do piso térreo foram aplicadas grades de proteção e todos possuem estores de PVC com caixa embutida. As varandas apresentam guarda metálica tendo em alguns casos sido construídas marquises para aproveitamento do espaço. A platibanda, com pormenor construtivo que resguarda o início dos tubos de queda, e o topo das lajes da zona central do edifício apresentam pintura na cor laranja acastanhado. As zonas de entrada nos edifícios do IHRU foram personalizadas com cores diferentes lote a lote através de uma barra vertical sobre a zona da entrada. As empenas são cegas. A escada interior de acesso aos fogos possui uma bomba com dimensões que preveem a possibilidade da posterior instalação de um elevador. No piso térreo, no desvão da escada existe uma pequena arrecadação. Os lotes 23, 24, 25 e 26, são edifícios de 4 pisos, com 2 fogos por piso, em banda. Os lotes 27 e 28, também com 4 pisos, e com 2 fogos por piso, formam uma segunda banda. Os lotes 29 e 30, são edifícios de 3 pisos, com 2 fogos por piso, e formam a terceira banda. Estes edifícios em banda perfazem um total de 60 fogos. Os restantes 10 edifícios estão isolados. Apresentam 4 pisos e 4 fogos por piso, perfazendo 16 fogos por edifício e um total de 160 fogos. Edifícios com área coberta de 291,74 m2, com 2 fogos de tipologia T1 no piso térreo sendo os restantes de tipologia T2. Planta quadrangular, com elemento central saliente numa fachada, com marcação da estrutura, re-entrante em relação aos panos de alvenaria dos alçados. A estrutura, bem como os tubos de queda pelo exterior, encontra-se pintada a branco. Os paramentos, pintados a amarelo muito claro nos edifícios do IHRU e a branco nos outros, apresentam janelas de correr metálicas com duas folhas. Os vãos das salas possuem porta de batente com uma folha para acesso à varanda. Em alguns vãos do piso térreo foram aplicadas grades de proteção e todos possuem estores de PVC com caixa embutida. As varandas apresentam guarda metálica tendo em alguns casos sido construídas marquises para aproveitamento do espaço. O piso térreo e a zona central das fachadas dos edifícios do IHRU foram pintados a cinzento. A platibanda, com pormenor construtivo que resguarda o início dos tubos de queda, e o topo das lajes das varandas apresentam pintura na cor laranja acastanhado. As zonas de entrada nos edifícios do IHRU foram personalizadas com cores diferentes lote a lote. A escada interior de acesso aos fogos possui uma bomba com dimensões que preveem a possibilidade da posterior instalação de um elevador. No piso térreo, no desvão da escada existe uma pequena arrecadação. |
Acessos
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Rua das Margaridas |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Periurbano, rodeado por zona residencial e rural de terrenos incultos. O Vale da Amoreira surge como área de expansão urbana de Alhos Vedros e do núcleo mais antigo da Baixa da Banheira. Equidistante de dois braços de rio, encontra-se delimitado a Norte pela Avenida Vasco da Gama, a Este por caminho pedonal que delimita o espaço urbano da mata existente, a Sul pela Rua Infante Dom Henrique e a Oeste pela Rua das Margaridas. A Norte encontram-se os edifícios do Mercado Municipal do Vale da Amoreira (v. PT031506060049) e a sede da Junta de Freguesia do Vale da Amoreira, a Escola EB 1/4, a Este e a Sul zonas rurais com mata e a Oeste o Conjunto Habitacional do Vale da Amoreira (v. IPA.00029400). A S. do bairro implanta-se o Bairro CAR da Baixa da Banheira II, 2.ª fase (v. IPA.00035274), constituído por 22 casas em banda térreas. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Não aplicável |
Utilização Actual
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Não aplicável |
Propriedade
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Privada: Pessoas singulares / Pública: estatal de administração indireta |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: José Aguiar e João Pernão (estudo de cor - 2009); CONSTRUTOR: Materiais Novobra SARL (1980). |
Cronologia
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1969, 28 maio - criação do Fundo de Fomento da Habitação (FFH), contribuindo para a resolução do problema habitacional dos indivíduos não beneficiados pelas Caixas de Previdência ou outras instituições semelhantes, e face à crescente afluência de população migrante a viver em construções precárias; 1976 - projeto de arquitetura dos edifícios e início da construção do bairro, com o intuito de apoiar famílias carenciadas; 1976, 3 março - Despacho conjunto dos Ministérios da Habitação, Urbanismo e Construção e dos Assuntos Sociais, criando "um grupo interministerial (denominado Comissão para o Alojamento de Refugiados - CAR) com a finalidade de coordenar e desenvolver as acções que, dentro da problemática geral da habitação, permitam encontrar as soluções indispensáveis para a devolução das unidades hoteleiras à sua função específica"; este despacho visa solucionar o problema habitacional dos refugiados das ex-colónias africanas, que foram alojados de emergência em "unidades hoteleiras concentradas nas áreas de Lisboa e do Algarve"; 1987 - construção do Bairro CAR da Baixa da Banheira II, constituído por 22 fogos; 1977 - construção dos 67 edifícios do "Conjunto Habitacional da Baixa da Banheira" *1; durante a construção do bairro as obras avançaram em 3 fases: na primeira fase de construção foi edificado o Bairro das Descobertas com 242 frações habitacionais; na segunda e terceira fases foram construídas 652 frações que constituem o Conjunto Residencial do Vale da Amoreira (v. PT031506060045); 1978, 17 junho - integração, pela Resolução n.º 99/78, dos programas de habitação desenvolvidos pela Comissão para o Alojamento de Refugiados (CAR) (...), no âmbito das atividades do Fundo de Fomento da Habitação [FFH], "que abrirá uma conta especial para o financiamento daquele programa, (...) a designar-se "Ex-Programa CAR"; 1982, 29 maio - o Decreto-Lei n.º 214/82 extingue o FFH; o processo prolonga-se até 1987, período durante o qual a gestão do património do FFH está a cargo da Comissão Liquidatária do Fundo de Fomento da Habitação; 1983, 2 agosto - pelo Despacho conjunto A-23/83-IX, dos Ministérios da Finanças e do Plano e do Equipamento Social, e na sequência da extinção do FFH, "fica autorizada a Comissão Liquidatária do Fundo de Fomento da Habitação a transmitir para as câmaras municipais interessadas os fogos de pré-fabricação ligeira construídos ou em construção nos terrenos dessas câmaras e oriundos dos programas CAR (...)"; 1988, 22 julho - da totalidade das frações habitacionais são selecionados para arrendamento 80 fogos distribuídos por 3 edifícios isolados, os restante estão destinados a venda direta (6 T1 + 42 T2 nos edifícios nºs 9, 10 e 17) e 4 edifícios em banda (32 T3 nos edifícios nºs 1 a 4); 1997, 11 dezembro - preparação do lançamento da empreitada nº 24/DGHL/97 - "Recuperação dos Espaços Exteriores, Construção Civil, do Bairro das Descobertas e Zonas A, B, C, D, E do Bairro CDH - Contrato de Desenvolvimento para Habitação (v. IPA.00029404) do Vale da Amoreira; 2002, 5 novembro - fusão do IGAPHE com o Instituto Nacional da Habitação (INH); 2007, julho - com a criação do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) a propriedade do IGAPHE passa para este novo organismo; 2010, fevereiro - início das obras de requalificação dos espaços exteriores do Bairro das Descobertas, no âmbito da iniciativa "Bairros Críticos" e do protocolo de colaboração técnica e financeira entre a Câmara Municipal da Moita e o IHRU. |
Dados Técnicos
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Prefabricação pesada. Edifícios com paredes exteriores em betão com 0,15 m e paredes divisórias interiores em betão com 0,09 m. Moradias com paredes exteriores simples com 0,20 m de espessura, paredes divisórias interiores com 0,10 m de espessura, janelas de duas folhas com 1,50 m e janelas de uma folha com 0,60 m. |
Materiais
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Betão armado, tijolo cerâmico, argamassa de cimento, guardas em ferro pintado, tubos de queda exteriores, estuque, tinta plástica, estores em PVC, vidros simples transparentes. |
Bibliografia
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Caracterização socioeconómica dos moradores no Bairro das Descobertas na Moita: relatório global, Lisboa, IGAPHE, 1998; Caracterização socioeconómica dos moradores no Bairro das Descobertas: relatório síntese, Lisboa, IGAPHE, 1998; Manual da Habitação. Lisboa, IGAPHE, 1995; Portaria nº 500/97, de 21 de julho de 1997; , 2010-03-24. |
Documentação Gráfica
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IHRU |
Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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IHRU (Bairro nº 3055) |
Intervenção Realizada
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FFH: 1980, década - o FFH empreendeu com a Câmara Municipal da Moita e alguns parceiros o primeiro Plano de Recuperação Urbano-Paisagística dos espaços exteriores/zonas verdes com construção de algum equipamento (centro de dia para idosos, escola primária, cemitério e parque desportivo) tendo a CMM conservado e mantido as zonas verdes e construído o mercado e o IGAPHE reabilitado os edifícios e fazendo a Gestão Habitacional; IGAPHE: 1998, início - recuperação dos espaços exteriores; IHRU: 2008 - empreitada nº 3/DAGP/08, Conservação e Recuperação de 10 edifícios do Bairro; 2009 - reparação de rotura de redes de água de pressão; reparação de infiltrações; reparações diversas; finais - reabilitação dos lotes pertencentes ao IHRU com aplicação do estudo de cor; Câmara Municipal da Moita: 2010, fevereiro - requalificação dos espaços exteriores. |
Observações
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*1 - Em 1988, com a criação da Freguesia do Vale da Amoreira esta designação deixou de existir. Com a atribuição da toponímia relativa aos descobridores portugueses o núcleo adotou o nome de Bairro das Descobertas. |
Autor e Data
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Teresa Ferreira 2010 |
Actualização
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