Igreja Paroquial de Boelhe / Igreja de São Gens / Igreja Velha
| IPA.00003908 |
Portugal, Porto, Penafiel, Boelhe |
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Igreja paroquial românica de planta retangular composta por nave e capela-mor, tendo coberturas interiores diferenciadas em vigamento de madeira, escassamente iluminada por frestas rasgadas nas fachadas laterais, interiormente formando arcos de volta perfeita. Fachada principal em empena, truncada por sineira de volta perfeita no lado direito, com os vãos rasgados em eixo, composto por portal escavado, de perfil apontado e com três arquivoltas, assentes em colunas com capitéis decorados, encimado por janela em arco apontado. Fachadas rematadas em cornija, sustentadas por cachorradas, as laterais com portas travessas em arcos apontados. Interior com arco triunfal de perfil apontado e simples mesa de altar. Antiga igreja paroquial, muito simples, completamente despida do seu património integrado, possuindo portal axial de capitéis côncavos, de grande originalidade no cesto e com uma decoração muito bem conseguida, cavada e quase gráfica, a qual se estende pelas impostas. Apresenta várias mísulas nas fachadas laterais, indiciando a existência de corpos adossados, as do lado direito ornadas por motivos antropomórficos. Os cachorros e cornijas apresentam decoração, bem como o óculo do arco triunfal. As frequentes siglas sugerem-nos uma obra feita por meia dúzia de artífices. A sineira, pela estrutura indicia ser do séc. 15 - 16 e possui pia de água benta no exterior. |
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Número IPA Antigo: PT011311020008 |
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Registo visualizado 2696 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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Planta retangular composta por nave e capela-mor mais baixa e estreita, de volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas, rematadas em beiradas simples. Fachadas em cantaria de granito aparente, as laterais rematadas em cornijas com frisos decorados, assentes em cachorradas decoradas por motivos vegetalistas, zoo e antropomórficos. Fachada principal virada a SO., rematada em empena sobrepujada por cruz de Malta e truncada, no lado direito, por sineira de volta perfeita e remate em cornija angular; é rasgada por portal escavado, de perfil apontado, de três arquivoltas em toros, ornamentadas e rodeadas por uma bordadura de quadrifólios, assentes em impostas decoradas por motivos vegetalistas, assentes em três pares de colunas, as intermédias oitavadas, com capitéis decorados com gramática zoo (leões), fantástica (esfinge) e fitomórfica, sendo as respetivas bases bolbiformes; o tímpano é liso e desprovido de ornatos, estando encimado por fresta em arco apontado, com duas arquivoltas e envolvida por decoração geométrica. No lado direito, pia de água benta, em cantaria de granito, composta por coluna facetada, assente em base tronco-piramidal, com taça de perfil curvo, mas facetado. Fachada lateral esquerda com cornija ornada por motivos fitomórficos, formando pétalas, marcada por duas mísulas que indiciam a existência de alpendre a proteger a porta travessa, retilínea e de ângulos superiores curvos, criando uma emposta, sobrepujado por tímpano liso, envolvido por moldura em arco de volta perfeita; possui duas frestas. Fachada lateral direita com o friso da cornija ornado por esferas, tendo vãos semelhantes aos da fachada oposta, mas marcado por uma sequência de mísulas decoradas por motivos fitomórficos. Fachada posterior em empena, rasgada por pequena fresta, tendo, sobre ela, a empena do arco triunfal, rasgado por óculo circular, com moldura de esferas. Os silhares apresentam uma grande quantidade de siglas alfabéticas e geométricas, quer internamente quer externamente. INTERIOR com paredes em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo, com tetos em vigamento de madeira, a da nave com tirantes do mesmo material, e pavimentos em lajeado de granito. As janelas são, interiormente, em arcos de volta perfeita e molduras em toro. Arco triunfal de perfil apontado, assente em impostas salientes, de acesso à capela-mor, com nichos interiores para alfaias. Tem uma simples mesa de altar de madeira e uma mesa para o sacrário. |
Acessos
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Boelhe, Largo da Igreja. WGS84 (graus decimais) lat.: 41,135016; long.: -8,242286 |
Protecção
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Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 14 425, DG, 1.ª série, n.º 228 de 15 outubro 1927 / ZEP, Portaria, DG, 1.ª série, n.º 15 de 18 janeiro 1951 |
Enquadramento
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Peri-urbano, isolado, implantado em zona elevada, mas em plataforma plana, envolvido por terreno relvado e possuindo pequeno corredor de circulação em lajeado, que rodeia o templo. Tem um pequeno adro, envolvido por murete em alvenaria de granito, onde se implantam a casa paroquial e a Igreja Nova (PT011311020029). |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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Religiosa: igreja *1 |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica (Diocese do Porto) |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 13 (conjectural) / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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CONSTRUTOR: Domingos Vieira (1930-1931); Francisco Pinto Loureiro (1935, 1950, 1971); Manuel Ferreira Morango (1936); Oliveira, Pereira & Valente, Lda. (1986). PEDREIRO: José Teixeira (1931). |
Cronologia
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Séc. 13 - provável construção da igreja; séc. 15 - 16 - construção da sineira; 1588, 15 fevereiro - primeiros registos de batismo e óbito na paróquia; 02 outubro - primeiro registo de casamento na paróquia; 1758, 03 maio - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco Agostinho Bernardo de Figueiredo Cardos, é referido que a paróquia é dedicada a São Gens, tendo a igreja o altar-mor com o Santíssimo e as imagens do padroeiro, de Nossa Senhora dos Anjos com o Menino, Santa Ana e Santo António; o colateral do Evangelho é dedicado a Nossa Senhora do Rosário, sendo o oposto dedicado ao Santo Nome de Jesus, com a imagem do Menino e confraria com festa no dia de Reis, tendo, ainda, a imagem de São Brás; tem a irmandade do Subsino; o pároco é reitor apresentado alternativamente pelo Papa, pelo bispo do Porto e pelo Convento de Vila Boa do Bispo, tendo de rendimento 250$000; 1941, 29 setembro - durante uma visita ao edifício de Joaquim Carlos do Rego Fronteira, constata-se que o edifício serve de oficina de carpintaria para as obras da residência paroquial; 1948 - falta na igreja a colocação de um vitral e uma mesa de altar; 1950, 30 maio - é solicitado um sino para colocar no campanário; 17 julho - informação da existência de dois sinos disponíveis na Igreja de Jesus de Setúbal; séc. 20, meados - construção da nova igreja e restauro purista da antiga igreja paroquial. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria de granito; cornijas, modinaturas, sineira, lavabo, pia de água benta, pavimentos em cantaria de granito; portas, armários, bancos, coberturas, mesa de altar de madeira; coro-alto de betão; guarda das escadas do coro-alto de metal pintado; coberturas exteriores em telha cerâmica. |
Bibliografia
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ALMEIDA, Carlos Alberto F. de, Primeiras impressões sobre a arquitectura românica portuguesa, Revista da Faculdade de Letras do Porto, 2, Porto, 1971, pp. 86, 93 - 94, 104; ALMEIDA, Carlos Alberto F. de, A Arquitectura Românica de Entre-Douro-e-Minho, dissert. de doutoramento, policopiado, Porto, vol. II, 1978, pp. 197 - 199; ALMEIDA, Carlos Alberto F. de, Geografia da Arquitectura Românica in História da Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1986, pp. 50 - 131; ALMEIDA, José António Ferreira de (org.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, pp. 140 - 141; CAPELA, José Viriato, MATOS, Henrique e BORRALHEIRO, Rogério, As freguesias do Distrito do Porto nas Memórias Paroquiais de 1758 - Memórias, História e Património, Braga, Universidade do Minho, 2000; DGEMN, Igreja de S. Gens de Boelhe, Boletim nº 62, Lisboa, 1950; GRAF, Gerhard N., Portugal / 1, Madrid, 1987, pp. 432 - 435; GUSMÃO, Artur Nobre de, Românico Português do Noroeste - alguns motivos geométricos na escultura decorativa, Lisboa, 1961; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; PASSOS, Carlos de, Penafiel Antiga. Igreja de S. Gens de Boelhe, Boletim da Câmara Municipal de Penafiel, Penafiel, 1931, p. 13 - 14; SANTOS, Reinaldo dos, O Românico em Portugal, Lisboa, 1955, p. 90; VASCONCELOS, Joaquim de, Ensaio sobre a Architectura Romanica em Portugal, Arte, 49, Porto, 1909. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN, SIPA; Diocese do Porto: Secretariado Diocesano de Liturgia |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID-001/013-1851/2, 1851/3, DGEMN/DSARH-010/191-0028; DGLAB/ADPorto: Paróquia de Boelhe |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1930 / 1931 - apeamento e reconstrução das paredes arruinadas da igreja, incluindo as cornijas e cachorros; reconstrução do campanário; remoção da argamassa das paredes interiores e refechamento de juntas; apeamento da torre em ruínas e arrecadação da pedra; obras levadas a cabo por Domingos Vieira e pelo tarefeiro José Teixeira; 1935 - apeamento e mudança da parede testeira da capela-mor para o seu local primitivo, tornando-a mais pequena; restauto de quatro janelas da nave; colocação de pavimentos em lajeado; colocação de degraus e patamares no portal axial; obras por Francisco Pinto Loureiro; 1936 - assentamento de três portas exteriores em madeira de castanho e respetivas ferragens; revisão das coberturas e armação das mesmas com madeira de castanho; obra levada a cabo por Manuel Ferreira Morango; 1950 - apeamento e reconstrução do muro de suporte de terras; colocação de lajeado no adro; colocação de um degrau em cantaria no portal axial; consolidação das cantarias das paredes e refechamento das juntas; reparação geral das coberturas; colocação de um vitral na capela-mor; pintura das portas; execução da instalação elétrica para iluminação e fornecimento de candeeiros em ferro forjado; obras levadas a cabo por Francisco Pinto Loureiro; 1971 - feitura de um sistema de escoamento de águas pluviais na nave; arranjo das portas da nave e respetiva pintura e enceramento; reparação do teto da nave e limpeza da telha com substituição das que se encontram em mau estado; construção de caixilhos de rede com aro de chumbo para as frestas; obras executadas por Francisco Pinto Loureiro; 1986 - limpeza da telha e madeiramentos das coberturas; assentamento de novo forro em madeira; assentamento de ripado de madeira de carvalho; pintura dos madeiramentos; assentamento de rufos em chapa de zinco; assentamento de telha; pintura das portas exteriores; obras realizadas pela firma Oliveira, Pereira & Valente, Lda.; 1987 - reparações diversas; 1989 - remodelação da instalação elétrica; 2004 - obras de conservação e valorização do edifício pela empresa Lusocol. |
Observações
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*1 - A Rota do Românico do Vale do Sousa inclui 19 imóveis: Igreja de São Miguel de Entre-os-Rios (v. PT011311100010), Igreja de Gândara (v. PT011311040009), Igreja de Abragão (v. PT011311010015), Memorial da Ermida (v. PT011311150005), Capela da Senhora do Vale (v. PT011310080004), Igreja de São Pedro de Ferreira (v. PT011309050001), Ponte de Espindo (v. PT011305130009), Ponte de Vilela (v. PT011305020008), Igreja de Aveleda (v. PT011305020004), Torre de Vilar (v. PT011305260005), Igreja de Santa Maria de Airães (v. PT011303020007), Igreja Matriz de Unhão (v. PT011303280004), Igreja de São Vicente de Sousa (v. PT011303260008), Igreja Velha de São Mamede de Vila Verde (v. PT011303330020), Igreja de Paço de Sousa (v. PT011311220003), Igreja de Cete (v. PT011310080001), Igreja Matriz de Meinedo (v. PT011305130002) e Mosteiro de Pombeiro (v. PT011303150001). |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Paulo Amaral 1994 / Paula Figueiredo 2012 (no âmbito da parceria IHRU / Diocese do Porto) |
Actualização
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Paula Noé 1998 |
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