Observatório Astronómico da Faculdade de Ciências

IPA.00004812
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 
Arquitectura científica, ecléctica. Observatório astronómico de ensino, de planta composta por vários corpos, com coberturas em cúpula. O interesse do Observatório Astronómico da Escola Politécnica é múltiplo, em primeiro lugar devido a ser único no país na qualidade de observatório astronómico de ensino. Possui relevância em si mesmo devido à arquitectura e excepcional implantação, no meio do Jardim Botânico, destacando-se a cúpula, de estrutura metálica elevada sobre tambor octogonal. A riqueza e beleza dos elementos arquitectónicos e decorativos, apesar de alguma destruição e degradação nas últimas décadas, mantêm-se na sua essência. A Sala da Meridiana é de planta ligeiramente curva, toda apainelada com madeiras exóticas (onde predomina o mogno da Guiné) formando diversas molduras com ornamentação muito rica.
Número IPA Antigo: PT031106460209
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Científico  Estação / Observatório  Estação / Observatório astronómico  

Descrição

Planta rectangular irregular, composto por um volume central octogonal que se articula, através de dois volumes rectangulares, com dois corpos laterais ovalados, possuindo coberturas diferenciadas em terraço, excepto no central, em cúpula, constituindo o Observatório propriamente dito. Surge, ainda, um edifício anexo de três andares, onde se localizavam as salas de aula, a Biblioteca e os gabinetes de professores, e uma pequena construção de madeira, originalmente utilizada para calibração de instrumentos e reprodução das condições de trabalho existentes nas missões nas ex-colónias. Fachada principal virada a E., rasgada por portal de verga recta, tendo, no corpo central, remate em frontão semicircular. É rasgado regularmente por janelas rectilíneas e portas de verga recta. No INTERIOR, a Sala da Meridiana, de planta ligeiramente curva, toda apainelada com madeiras exóticas (onde predomina o mogno da Guiné) formando diversas molduras com ornamentação muito rica, tendo vários tectos revestidos a estuque decorativo. Em algumas dependências, existem bancos de madeira decorados com as constelações do zodíaco *1.

Acessos

Rua da Escola Politécnica, n.º 56

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 18/2010, DR, 1.ª série, n.º 250 de 28 dezembro 2010 / Incluído na Zona Especial de Proteção Conjunta dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente

Enquadramento

Urbano, isolado relativamente aos edifícios envolventes por jardim e pátios gradeados e murados, estando construído em dois socalcos, no topo de uma das colinas de Lisboa. Encontra-se no perímetro da Casa do Noviciado de Nossa Senhora da Assunção da Cotovia / Colégio dos Nobres / Escola Politécnica / Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (v. PT031106460332), onde se ergue o Picadeiro do Antigo Colégio dos Nobres (v. PT031106460108) e rodeado pelo Jardim Botânico da Faculdade de Ciências.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Científica: observatório astronómico

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTOS: José Cecílio da Costa (séc. 19); Victor Augusto Gomes da Encarnação (séc. 19).

Cronologia

1837 - decreto instituidor da Escola Politécnica, que contempla a criação de um Jardim Botânico nos terrenos da antiga Quinta do Monte Olivete, a qual fora pertença do noviciado da Cotovia da Companhia de Jesus; 1858 - início das obras para a instalação do jardim no local; 1863 - inauguração do Observatório Meteorológico de D. Luís, edificado no interior do jardim, e junto do qual funcionou outro observatório astronómico fundado por Mariano de Carvalho; 1873 - inicia-se a plantação de espécies com vista à constituição do jardim botânico; 1875 - lançamento da primeira pedra do edifício do Observatório Astronómico; 1880 - inauguração do Observatório Astronómico; 1898 - construção do actual edifício, tendo o anterior sido demolido por razões de estabilidade, da autoria de Victo Augusto Gomes da Encarnação; foi construído para apoio ao ensino da astronomia e para formação a técnicos envolvidos no levantamento topográfico e geodésico das ex-colónias portuguesas; 1911 - o edifício integra os imóveis utilizados pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa; séc. 20, década de 60 - o tecto de uma das salas de aula - em estuque, com os dois hemisférios celestes e as estrelas em relevo - foi vandalizado e integralmente destruído; década de 90 - é utilizado para a leccionação de diversas cadeiras da Faculdade de Ciências; final - funciona no local uma dependência do Programa Galileu do então Ministério da Ciência e Tecnologia, onde se desenvolviam actividades de divulgação científica; 2002 - o complexo deixa de ser utilizado, tendo servido até essa data para apoio ao ensino prático da Matemática, Astronomia, Engenharia Geográfica, Topografia, Geodesia, etc.; 2006, 24 agosto - o edifício está em vias de classificação, nos termos do Regime Transitório previsto no n.º 1 do Artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 173/2006, DR, 1.ª série, n.º 16, tendo esta caducado, visto o procedimento não ter sido concluído no prazo fixado pelo Artigo 24.º da Lei n.º 107/2001, DR, 1.º série A, n.º 209 de 08 setembro 2001.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria, rebocada e pintada; socos, pavimentos, modinaturas e remates em cantaria de calcário; coberturas exteriores em ferro; revestimentos a madeira, nomeadamente o mogno da Guiné.

Bibliografia

ANDREA, E., A Escola Politécnica de Lisboa: A 4ª Cadeira e os seus professores, Faculdade de Ciências de Lisboa, 1937; CHODAT, Robert, Excursions Botaniques en Espagne et en Portugal, 1909; CONSIGLIERI, Carlos, RIBEIRO, Filomena, VARGAS, José Manuel, ABEL, Marília, Pelas Freguesias de Lisboa. De Campo de Ourique à Avenida, Lisboa, 1995; JANEIRA, Ana Luisa, (dir. de), Ciências e Técnicas nas Instituições do Rato, Lisboa, 1984; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos Anos de 1959, 1º Volume, Lisboa, 1960; PALHINHAS, Rui Teles, Jardim Botânico de Lisboa, in Revista Municipal, Lisboa, Nº 22/23, 1944; PROENÇA, Raul, (dir. de), Guia de Portugal, Vol. I, Lisboa, 1924; RAMALHO, Robélia de Sousa Lobo, (coord. de), Guia de Portugal Artístico. Lisboa. Jardins, Parques e Tapadas, Vol. III, Lisboa, 1935; RIBEIRO, José Silvestre, História dos Estabelecimentos Científicos, Literários e Artísticos de Portugal, Vol. 6-7, Lisboa, 1878; RIVOTTI, V. e SEPÚLVEDA, A., Astronomia e Engenharia Geográfica na Escola Politécnica e na Faculdade de Ciências, in F. B. Gile M. G. S. Canelhas (coord.), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Passado, Presente, Perpectivas Futuras, FCUL, Lisboa, 1987, pp. 179-185; SEQUEIRA, Gustavo Matos, Depois do Terramoto. Subsídios para a História dos Bairros Ocidentais de Lisboa, Vol. I, Lisboa, 1967; SILVA, V.R., Do antigo Observatório Astronómico da Escola Politécnica e da sua musealização. Tomo I: O Edifício: de Observatório a Museu. Tomo II: Instrumentação. Tomo III: Documentação, Tese de Mestrado em Museologia e Património, Universidade Nova de Lisboa, 1996; ZÚQUETE, A. E. Martins, Nobreza de Portugal, Vol. II, Lisboa, 1967.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DREL-1393/2; DGEMN/DSCSV-002-0064/1

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSARH; Universidade de Lisboa: Museus da Ciência

Documentação Administrativa

CML: Arquivo de Obras (Proc. n.º 25.424)

Intervenção Realizada

1943 - obras de reparações, limpezas e pinturas de edifícios e equipamentos (CML, Processo de obras); DGEMN: 1956 - obras de conservação no observatório, pelos Serviços de Construção e Conservação; 1959 - reparação das residências, instalações de observação e anexos, pelos Serviços de Construção e Conservação.

Observações

*1 - tem correspondência às fichas de inventário da Universidade de Lisboa (UL): UL_MCUL_IM002.

Autor e Data

Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 / Ana Pascoal e Catarina Teixeira (Universidade de Lisboa - UL) 2011 (no âmbito da parceria IHRU / UL)

Actualização

 
 
 
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