Mosteiro de Leça do Balio / Igreja de Santa Maria de Leça do Bailio
| IPA.00004968 |
Portugal, Porto, Matosinhos, União das freguesias de Custóias, Leça do Balio e Guifões |
|
Arquitectura religiosa, românica e gótica. Igreja hospitalária fortificada, orientada, de planta longitudinal de três naves de quatro tramos, com transepto inscrito, cabeceira tripartida, escalonada, e torre sineira quadrangular adossada lateralmente à fachada principal. Na cobertura desenvolvem-se passadiços de ronda e disparo. Fachada principal, revelando a divisão espacial interior, com portal principal em arco quebrado, com decoração de motivos geométricos e vegetalistas, encimado por balcão de mata-cães. A rosácea é idêntica na morfologia à da Igreja de Santa Clara de Vila do Conde (v. PT011316280004) e à da Igreja de São Francisco do Porto (v. PT011312130005). Destaca-se o portal S. inserido em gablete simples, decorado com motivos vegetalistas e zofitomórficos. Fachada posterior com cabeceira ritmada por volumosos botaréus românicos. Alta torre quadrangular adossada, de fundação anterior à igreja, rematada por merlões, com balcões de mata-cães nos ângulos. Interiormente, não maciça, com masmorra, como a torre de menagem do Castelo de Belver (v. PT041209020001) e as torres do Castelo da Amieira (v. PT041212020003), ambas também construções da Ordem do Hospital. Interior com coberturas em vigamento de madeira nas naves. Naves separadas por arcos quebrados assentes em pilares cruciformes com colunas adossadas, com capitéis decorados com motivos vegetalistas, figurativos e hagiográficos, de tradição românica, destacando-se os que representam cenas do pecado original, como a Tentação de Eva, e cenas da Infância e Paixão de Cristo, e de tradição gótica com destaque para a Crucificação de Cristo, patenteando o deterimento da natureza essencialmente divina do Filho de Deus, que domina a iconografia românica. Capela-mor com parede testeira poliginal, de cobertura gótica e absidíolos com paredes testeiras e coberturas idênticas à da capela-mor, mas em escala mais pequena, apresentando a do Evangelho vestígios de pintura. Pia baptismal em pedra de Ançã, renascentista, com alguns elementos manuelinos. Diversa tumulária inserida em arcosólios, com estátuas jacentes e inscrições, sendo o de Frei João Coelho, manuelino e o de Frei Cristovão Cernache renascentista. É considerada arquitectónicamente um dos exemplos mais significativos de igreja-fortaleza, pertencente a uma ordem monástico-militar, devido às suas proporções e execução. As correntes estilisticas integram-se no edifício de forma harmoniosa. As fiadas de merlões que percorrem o extradorso das naves, a robusta torre e a cabeceira, confere ao edifício um cunho de fortaleza. A torre, não maciça, com masmorra no interior, apresenta estrutura defensiva, patente nos balcões de mata-cães e no coroamento de ameias. Poderia isoladamente, devido à sua grandeza e robustez, ser a torre de menagem de um castelo, apesar do serviço de sineira que lhe foi acrescentado no último piso aberto em janelas ogivais. Igreja com fachada principal protegida por raro balcão ameado. No interior, destaca-se a pia baptismal, obra da renascença, que segundo Lurdes Craveiro é um dos mais importantes trabalhos do escultor coimbrão Diogo Pires, o Moço, e na Capela do Ferro, placa de bronze com inscrição e ornamentada com desenhos decorativos, em que se destaca uma rara representação da Anunciação da Virgem, pois figura a Alma de Jesus em forma de Menino descendo de Deus para Maria. Possui diversas inscrições epigrafadas, numa das pedras da torre, na pia baptismal e na diversa tumulária, destacando-se o túmulo de Frei João Coelho, Prior do Crato, com a assinatura epigrafada do autor no frontal da tampa. |
|
Número IPA Antigo: PT011308040001 |
|
Registo visualizado 7576 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta - Hospitalários
|
Descrição
|
Planta longitudinal de três naves de quatro tramos, com transepto inscrito, cabeceira tripartida e torre sineira quadrangular adossada lateralmente a S., junto à fachada principal. De dominante horizontal quebrada pela acentuada verticalidade da torre sineira, correspondendo interiormente à sacristia. Volumes da nave, transepto e cabeceira escalonados. Coberturas diferenciadas em telhados de uma água nas naves laterais, de duas águas na central e no transepto, de quatro águas na torre sineira e em laje de granito na capela-mor e absidíolos. A nível da cobertura da igreja desenvolvem-se passadiços de ronda e disparo. Fachadas em cantaria aparelhada de granito, sendo as da igreja rematadas por cornija assente em cachorrada, encimada por platibanda ritmada por merlões, e as da torre sineira por merlões, com balcões de mata-cães nos ângulos. Fachada principal orientada, de três panos escalonados. Pano central enquadrado por contrafortes, de dois registos marcados por balcão ameado assente em cachorrada. No primeiro registo, portal em arco quebrado de quatro arquivoltas decoradas com motivos geométricos e vegetalistas, sobre colunas com capitéis decorados com motivos vegetalistas, e no segundo rosácea radiante. Panos laterais rasgados por estreita janela em capialço, com moldura em arco de volta perfeita. Torre sineira provida de balcões com mata-cães, a meia altura, a O., S. e E.. É rasgada nas quatro faces por seteiras e junto ao remate por janelas em arco de volta perfeita. Na face S., junto ao piso térreo, pedra com inscrição epigrafada. Fachadas laterais rasgadas a nível das naves por janelas maineladas com moldura em arco abatido e no transepto por grande janelão mainelado em arco quebrado. Fachada lateral N. com portal em arco quebrado, rasgado ao nível do transepto. Na fachada lateral S. abre-se a nível da nave portal inserido em gablete simples encimado pela cruz de malta, de quatro arquivoltas, sendo a interior decorada com motivos vegetalistas, com colunas capitelizadas com lavores zoofitomórficos, e no transepto portal em arco de volta perfeita, e na face E. do mesmo, ao nível do remate, eleva-se sineira em empena com ventana em arco de volta perfeita. Fachada posterior a E. com cabeceira ritmada por volumosos botaréus românicos, entre os quais se rasgam janelões mainelados em arco quebrado na ábside e altas frestas, também em arco quebrado, nos absidíolos. INTERIOR com pavimento rebaixado, com acesso por degraus, em laje de cantaria de granito, paredes em cantaria de granito aparente e coberturas em vigamento de madeira nas naves. Nave central aberta para as laterais por arcos quebrados assentes em pilares cruciformes com colunas adossadas, com capitéis decorados com motivos vegetalistas, figurativos e hagiográficos, de tradição românica, destacando-se os que representam cenas do pecado original, como a Tentação de Eva, e cenas da Infância e Paixão de Cristo. Sobre os arcos, rasgam-se as janelas do clerestório. Braços do transepto marcados por arcos quebrados, mais altos do que os do corpo da nave, assentes em pilares com colunas adossadas, de perfil polilobado com a face voltada à nave central lisa. Na nave, do lado do Evangelho, junto à parede fundeira, sobre soco de granito de dois degraus, pia baptismal, em pedra de Ançã, com taça octógonal assente em pedestal bojudo com base mais larga, também octogonal. É decorada na taça com motivos vegetalista, meias-esferas armilares, numa das faces apresenta a pedra de armas de Frei João Coelho exposta por um anjo, e uma faixa com inscrição gótica epigrafada, e no pedestal por dragões, cujas faces reposam sobre a base. Próximo da pia baptismal, mas já no segundo tramo, arqueta, de granito, de Frei Garcia Martins, de formato singelo, assente em três rudes animais. Na nave, do lado da Epístola, porta de acesso à torre. Capela-mor marcada por arco triunfal quebrado, em arquivolta com capitéis decorados com motivos vegetalistas, encimado por óculo. Parede testeira poliginal e pavimento mais elevado onde se encontra campa rasa com a pedra de armas dos Almeidas e Vasconcelos. Cobertura de dois tramos, o primeiro rectangular e o segundo poligonal coberta por abóbada de nervuras com bocete central, com cadeia longitudinal no primeiro e no segundo prolongadas no topo em colunas embebidas nos cantos, entre fenestração. Na parede do lado do Evangelho, em arcosólio, com o brasão dos Cernaches e Pintos, a arca túmular de Frei Cristovão de Cernache, ornada com estátua em oração em terracota, envergando o hábito dos Hospitalários, e na parede do lado da Epístola, em arcosólios arcas tumulares de Frei Lopo Pereira de Lima e Frei Diogo de Melo Pereira. Absidíolos marcados por arco quebrado, com paredes testeiras e coberturas idênticas à da capela-mor, mas em escala mais pequena, apresentando a do Evangelho vestígios de pintura. No do mesmo lado, abre-se arcosólio com o túmulo de Frei João Coelho, Prior do Crato, com estátua jazente, com o hábito claustral dos cavaleiros de Malta. No frontal da tampa, assinatura do autor epigrafada e no da arca, ao centro, figura de anjo, sustentando inscrição epigrafada relativa ao jacente, ladeada pelas pedras de armas dos Coelhos. E no oposto, também denominado por Capela do Ferro, campa rasa de Frei Estevão Vasques, tendo na parede placa de bronze com inscrição. |
Acessos
|
Leça do Balio, Rua de Santos Leça |
Protecção
|
Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910 / ZEP, Portaria, DG, 2ª série, n.º 24, de 29 janeiro 1958 *1 |
Enquadramento
|
Urbano, isolada, circundada por amplo adro lajeado e ajardinado. Do mosteiro apenas existem alguns vestigios arquitectónicos, e pelo adro espalham-se várias sepulturas antropomórficas e pedras esculpidas. É flanqueado por construção particular a E. e S., e confronta a O. com cemitério. Na proximidade, a S., o Cruzeiro de Leça do Balio (v. PT011308040002). |
Descrição Complementar
|
INSCRIÇÕES: Na capela do ferro, inscrição latina gravada em lâmina de bronze, que é epitáfio de Frei D. Estevão Vasques Pimentel, ornada com desenhos decorativos, também gravados, destacando-se a Anunciação em que o Menino desce de Deus para Maria. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
|
Privada |
Afectação
|
DRCNorte, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, n.º 163 de 24 agosto 2009 |
Época Construção
|
Séc. 14 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Diogo Pires, o Moço (Estátua jacente do túmulo de Frei João Coelho e pia baptismal) |
Cronologia
|
900, cerca - No lugar onde se ergue a actual igreja, existia um convento pré-românico, misto, denominado Convento do Salvador, provavelmente arrasado em princípios do séc. 11 durante a invasão de Almançor; 1003, 18 Março - documento de doação do convento por D. Famula de Deos Vigília, que diz "...cuja basílica está fundada no lugar de Recaredi, debaixo do Monte Costodias, território do Porto, junto à corrente do rio Leça e lhe damos a nossa herdade que temos em Recaredi e damos tudo aos Presbyteros, Frades e Freiras perseveraram em vida sancta..."; 1016 - era padroeira do convento D. Unisco Mendes; 1021 - o convento foi doado ao Mosteiro da Vacariça por D. Unisco Mendes e filhos, sendo que mais tarde, quando o da Vacariça é entregue à Sé de Coimbra, readquire a sua independência; 1040 - foi disputado ao mosteiro da Vacariça o seu direito sobre o de Leça, tendo sido confirmada a doação de D. Unisco Mendes; 1091 - colocação de reliquias em alguns altares pelo prior D. Guntino, dando a ideia que por esta altura o mosteiro terá sofrido obras e a igreja terá sido renovada; 1093 - o Mosteiro da Vacariça ainda dispunha do de Leça; 1094 - o padroado foi transmitido à Sé de Coimbra, tendo D. Raimundo, conde da Galiza, e sua mulher D. Urraca, doado-lhe o mosteiro da Vacariça com todas as suas pertenças; 1099 - fundação em Jerusalém, após a tomada da cidade aos turcos, da Ordem, militar e hospitalar, dos Cavaleiros de São João de Jerusalém, com a obrigação primordial de defender a Fé do Islamismo, e auxilar os peregrinos cristãos; 1113 - o Papa Pascoal II aprova a constituição da Ordem dos Cavaleiros de São João de Jerusalém; 1122 - a Condessa D. Teresa doa o convento à Ordem de São João do Hospital, da qual foi, segundo alguns autores, primeiro priorado*2; 1123 - D. Afonso Henriques deu-lhe carta de Couto, separado da cidade do Porto, sendo Prior D. Aires; séc. 12 - início da construção de um mosteiro românico, pelos freires da ordem do Hospital, não tendo sido concluído *3; D. Afonso Henriques terá residido aqui durante algum tempo e a rainha D. Mafalda terá ordenado algumas obras; 1157 - D. Afonso Henriques e D. Mafalda fizeram doação do couto do mosteiro ao procurador D. Raimundo e ao prior de Portugal e Galiza D. Aires, da ordem do Hospital; 1166 - confirmação do Couto de Santa Maria de Leça do Balio; 1180 - o convento de Leça foi reedificado por D. Gualdim Paes de Marecos e dedicado a Santa Maria; 1192 - D. Sancho I outorgou a D. Rodrigo Paes, prior da Ordem do Hospital a carta de confirmação do foro que D. Afonso Henriques dera a D. Raimundo; 1192 / 1211 - D. Sancho I mandou reformar e ampliar a Igreja e casa de Santa Maria de Leça; 1294 - entra para a Ordem Frei D. Estevão Vasques Pimentel; 1306 - Frei D. Estevão Vasques Pimentel é eleito bailio de Leça *4; séc. 14, primeiro terço - edificação da actual igreja, gótica, e mosteiro, no lugar do arruinado mosteiro românico, por iniciativa do bailio de Leça, Frei D. Estevão Vasques Pimentel *5; 1336 - morte do fundador Frei D. Estevão Vasques Pimentel, que se fez sepultar, em campa rasa na cabeceira da igreja; Séc. 14, segunda quartel - data da placa de bronze da campa de Frei Estevão Vasques Pimentel; 1372 - D. Fernando contraiu matrimónio com D. Leonor Teles na Igreja *6; 1513 - data da pia baptismal, tendo-a mandado executar Frei João Coelho; 1514 / 1515 - data da estátua jacente do túmulo de Frei João Coelho, executada por Diogo Pires, o Moço; 1519, 4 Junho - D. Manuel I atribui carta de foral a Leça; 1530, a partir de - a Ordem do Hospital passa a designar-se de Ordem de Malta; 1569 - data do túmulo de Frei Cristovão de Cernache, bailio de Leça e chanceler da Ordem; séc.17, início - o bailio, pertencente à família dos Távoras, empreendeu grandes obras na igreja e mosteiro; a Imagem de Nossa Senhora da Encarnação, que se encontrava na capela-mor desde o tempo de Frei D. Estevão Pimentel, foi retirada e colocada na sacristia para dar lugar a um retábulo pintada a óleo, em honra de Nossa Senhora da Assunção; 1648 - data do túmulo de Frei Lopo Pereira de Lima; 1666 - data do túmulo de Frei Diogo de Melo Pereira; séc. 18 - construção do antigo coro da igreja, respectiva escadaria e porta de acesso à torre; 1755 - abre-se grande fenda na torre, em consequência do terramoto; 1833 - Secularização do Mosteiro com todos os seus bens; 1834 - extinção das Ordens Religiosas; 1934 - antes das obras de restauro efectuadas pela DGEMN, a igreja encontrava-se abandonada e em progressiva ruína; os altares de talha são removidos e deslocados, sendo que dois deles foram recolocados, um na Igreja Matriz de Barcelos e outro na Igreja de Paço de Sousa; 1973 - execução de vitral para a rosácea da fachada principal; 1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao Instituto Português do Património Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, DR, 1.ª série A, n.º 126; 1993 / 1998 - assinatura de Protocolo entre os presidentes do IPPAR e da empresa Unicer para a comparticipação de obras de recuperação do imóvel, atingindo o valor global de 87.200 contos; 2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Norte, pela Portaria n.º 1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245; 2016 - adquirido pelo Lionesa Group (Livraria Lello); 2021- encomendado projeto de novo edifício no jardim ao arquiteto Siza Vieira e ao arquiteto paisagista Sidónio Pardal. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes na nave e estrutura mista na capela-mor. |
Materiais
|
Estrutura em cantaria aparelhada de granito; lajeado de granito no pavimento; cantaria aparelhada de granito na tumulária; cantaria de pedra de Ançã na pia baptismal; telha cerâmica na cobertura; madeira nas coberturas das naves e na caixilharia. |
Bibliografia
|
DGEMN, A Igreja de Leça do Balio, Boletim n.º 1, Lisboa, 1935; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; ALMEIDA, José António Ferreira de, dir., Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1980; GAMA, Arnaldo, O Balio de Leça, Porto, 1981; DIAS, Pedro, A introdução das primeiras formas góticas in História da Arte em Portugal, vol. 4, Lisboa, 1986, p. 63; GIL, Júlio, As Mais Belas Igrejas de Portugal, vol. I, Lisboa, 1988; Mais um Verão com as portas fechadas aos turistas. Obras de restauro do Mosteiro de Leça do Balio atrasadas, in O Primeiro de Janeiro, 21 Março 1998; AZEVEDO, Carlos Moreira, dir., Dicionário de História Religiosa de Portugal, vol. 2, Lisboa, 2001; "O renovado Mosteiro de Leça do Balio com assinatura de Siza Vieira", JN - Principal, 10 maio 2024. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Documentação Administrativa
|
IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DREMN |
Intervenção Realizada
|
DGEMN: 1934 - obras de restauro, reabilitação e reintegração; reconstrução completa de todas as coberturas (armação e telhados); demolição total do coro do séc. 18; raspagem de argamassa, limpeza das cantarias e ligação das junbtas de todos os paramentos interiores e exteriores, incluindo pilares, capitéis e colunelos; reabertura e restauração de duas portas primitivas abertas nos topos do transepto e que se achavam entaipadas; demolição de vários muros de propriedade particular que rodeavam a igreja, e ainda de alguns anexos, como a sacristia e a casa de residência do sacristão; corte do prédio de habitação que ocultava quase toda a cabeceira; reconstrução da ábside, inclusive os botaréus e os parapeitos; restauração das janelas da ábside e das absidíolas e reabertura das últimas , entaipadas por efeito da construção do prédio que obstruíra todo o terreno contíguo à cabeceira da igreja; desentulho e reconstrução da escada de caracol (entre a capela-mor e os adarves) descoberta durante os trabalhos; reparação e reconstrução dos parapeitos dos adarves, das ameias e das cruzes terminais das empenas, com subordinação à sua forma primitiva; reconstrução de uma parte importante do campanário medieval e das escadas de comunicação entre os adarves da igreja e a torre; desentulho da torre, para instalação da nova sacristia, e reconstrução de todos os seus pavimentos e escadas; remoção de sete altares de talha, construídos em diversas épocas; rebaixamento do pavimento geral da igreja até ao primitivo nível (0.90m nas naves, 1.20m na capela-mor e 0.80m nas absidíolas; demolição da escada de pedra construída no séc. 18 para dar acesso ao coro, entaipamento da porta que, a meio da mesma escada, se abrira para estabelecer comunicação com a torre, e apeamento do órgão; reparação das duas rosáceas; reconstrução da cornija e paramentos de cantaria na parte inferior; abertura de uma porta interior de acesso à nova sacristia da torre; lajeamento do pavimento térreo da torre, correspondente à sacristia; restauração dos pilares que separam as naves; consolidação da torre em cantaria nova assente à fiada; lajeamento completo do pavimento da igreja (nave e capela-mor); restauração das janelas da torre e mudança dos sinos para a parte inferior; alargamento do adro, com rebaixamento de um metro no nível do terreno; reconstrução total do telhado da torre e parcial dos parapeitos dos adarves, com colocação de ameias; 1961 - Trabalhos de conservação e restauro; 1962 - obras de conservação e restauro; 1963 / 1965 - pintura de portas exteriores; 1968 - trabalhos de conservação; 1972 - reparação dos cabeçotes dos sinos e colocação de vitrais na fachada N.; 1973 - colocação de vitral na rosácea da fachada principal; 1974 - drenagem do pavimento da sacristia e reconstrução de vitrais; 1976 - drenagem exterior da parede S. e limpeza de telhados; 1977 - arranjo do passeio na fachada S. e reparação de vitrais na fachada N.; 1982 - obras de conservação; IPPAR: 1993 - recuperação da cobertura e das fachadas da igreja; iluminação das naves e exterior do mosteiro; 1994 - pintura de portas exteriores; posteriormente, obras de beneficiação na torre, eremodelação das coberturas e restauro da escadaria e dos pavimentos; 1998 - obras de reabilitação das coberturas, recuperação de caixilharias e pavimentos da torre, substituição das bancadas e instalação do sistema eléctrico e de iluminação na igreja. |
Observações
|
Arnaldo Gama descreve a configuração do mosteiro no segundo quartel do séc. 14: "A forte e grossa muralha da cerca, que o rodeava, toda dentilhada de ameias, era flanqueada por quatro grandes torres cobertas de seteiras [...]. O alcácer fortificado, a que a cerca servia de cinto, era uma lata e fortíssima torre, rodeada de um vasto edifício, ou antes de uma grande aglomeração de edifícios, uns mais altos e outros mais baixos, mas todos solidamente construídos e capazes de duradoura defesa. Do meio deles destacava, meio corpo para a frente, uma pequena igreja gótica, com a porta voltada para o vasto patim do castelo. [...] Sobre frontaria da igreja, e no cimo do muro ponteagudo do campanário gótico [...]. *1 DOF: Mosteiro de Leça do Balio, compreendendo a lâmina sepulcral de bronze; *2 Tradicionalmente, a bibliografia tem situado entre 1122 e 1128 o estabelecimento da ordem, em território português em Leça do Balio, mas, recentemente, Paula Pinto conseguiu antecipar um pouco a data, sendo que a mais antiga fundação do Hospital em Portugal, com carácter militar, data do último quartel do séc. 11, com a doação que vai dar origem ao Castelo de Belver; *3 Do mosteiro românico apenas restam elementos dispersos e um lanço do claustro; *4 Bailio era o título dos principais dignatários da Ordem dos Cavaleiros de São João de Jerusalém, cujos monges-soldados se notabilizaram na protecção e assistência aos fiéis da Cristandade, sendo o mais importante bailio de Portugal o de Leça; *5 Segundo alguns autores, a torre deve possuir alicerces muito mais antigos, sendo que a sua fundação datará provavelmente da época em que pertencia aos beneditinos;*6 Durante o beija-mão a D. Leonor Teles, o Infante D. Dinis, filho do rei D. Pedro I e de D. Inês de Castro, recusou tal homenagem, tendo D. Fernando levantado um punhal para asassinar o irmão, do que foi impedido por dois fidalgos. |
Autor e Data
|
Isabel Sereno e João Santos 1994 / Patrícia Costa 2003 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |