|
Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Palácio
|
Descrição
|
O conjunto dos volumes é constituido, fundamentalmente, por quatro partes: o Palácio propriamente dito com três pisos e águas furtadas, com planta em "U", as galerias com um piso que prolongam os dois braços daquele e são ligadas por uma terceira galeria transversal, o pátio central contido pelo edifício e, finalmente, um amplo espaço livre, nas traseiras. Compartimentação horizontal e embasamento rusticado; andar nobre muito levantado; corpo central saliente e apoiado em três arcos e coroado por um frontão; ritmo das aberturas do primeiro andar com o uso alternado de frontões curvos e triangulares; medalhões sublinhados por grinaldas nos frontões; platibanda de balaústres rematada por vasos e urnas; cobertura inclinada de várias águas e desenho geométrico regular. |
Acessos
|
Rua de D. Manuel II; ao logradouro pela Rua Adolfo Casais Monteiro |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 24 003, DG, 1ª série, n.º 136, de 12 junho 1934 / ZEP / Zona "non aedificandi", Portaria, DG, 2ª série, n.º 73, de 27 março 1962*1 |
Enquadramento
|
Urbano, isolado. Próximo do Hospital de Santo António (traseiras). A imponência do edifício é diluída pela sua inserção no cadastro (uma série de lotes disponíveis), com o alinhamento da fachada pelo perfil da rua, sem lhe proporcionar um espaço envolvente mais desafogado. O acesso aos anexos, faz-se pelas entradas laterais com portões de ferro que comunicam com as traseiras por escadas exteriores de um e outro lado do edifício (antigo acesso às instalações da fábrica localizada nas actuais galerias do Museu). |
Descrição Complementar
|
Ao longo dos anos de uso a ocupação do espaço foi sofrendo alterações, devidas à mobilidade da família e à frequente existência de hóspedes. No entanto podem-se esboçar alguns princípios de utilização dos vários pisos. No primeiro piso encontramos o grande átrio de entrada à volta do qual se distribuiam as armazéns, cavalariças e cocheiras. O andar intermédio, terá sido utilizado pela família, e o andar nobre reservado para as personagens importantes que aqui se alojavam. O último andar deveria ser destinado aos criados, e as oficinas da fábrica e talvez a cozinha ocupassem as duas alas que rodeavam o jardim interior. |
Utilização Inicial
|
Residencial: casa |
Utilização Actual
|
Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
|
Pública: estatal |
Afectação
|
DGPC, Decreto-Lei n.º 114/2012, DR, 1.ª série, n.º 102 de 25 maio 2012 |
Época Construção
|
Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
Joaquim da Costa Lima Sampaio (atr.); Luís Chiari (atr. - estuques e mobiliário); Vieira Portuense (atr. - pinturas dos tectos); Arq. Fernando Távora (projecto de remodelação e ampliação). |
Cronologia
|
Séc. 18 - D. Brites Maria Felizarda de Castro adquire uma série de lotes de terreno, para aí edificar uma grande casa de habitação e fábrica; 1800 / 1801 - a família Moraes e Castro para aí se mudará levando a alcunha que deviam ao lugar onde anteriormente haviam habitado - os "Carrancas" e lhes é concedido o uso do brasão de armas; 1808 - Residência do Corregedor-Mor Tamboreau e do general Marquez de Valladares; 1809 - Residência do general Soult e quartel general do general Wellesley; 1832 - Residência de D. Pedro; 1861 - Promessa de venda do palácio a D. Pedro V; 1894 - Inauguração do velódromo localizado no terreno da quinta do palácio; 1903 - arranjo urbanístico na parte fronteira; 1915 - testamento do rei D. Manuel que determinava que o Palácio fosse entregue à Misericórdia, só conhecido em 1932; 1937 - Obras de adaptação do edifício a Museu; 1991, 09 agosto - o museu é afeto ao Instituto Português de Museus, Decreto-Lei n.º 278/91, DR, 1.ª série-A; 2001 - o presidente da Câmara reformula o projecto do túnel de Ceuta (iniciado em 1996), passando este a ter duas saídas uma no Carregal e outra na Rua D. Manuel II, junto à porta do Museu; 2005, 14 Janeiro - o IPPAR chumba o prolongamento do túnel de Ceuta; 2 Maio - é decretado o embargo da obra de prolongamento do túnel; 29 Julho - inauguração do Túnel de Ceuta, apenas com saída junto ao Jardim do Carregal, mantendo-se fechada a saída para a rua D. Manuel II; 2007, 29 março - o imóvel é afeto ao Instituto dos Museus e Conservação, I.P. pelo Decreto-Lei n.º 97/2007, DR, 1.ª série, n.º 63; 2019, 06 agosto - encerramento parcial do museu, nomeadamente da galeria Soares dos Reis e parte da galeria de pintura, para dar início a obras; 2023, 13 abril - reabertura do museu ao público. |
Dados Técnicos
|
Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
|
Pavimentos térreos em lages de granito e em mármore nos quartos de banho; no 1º piso em soalho de madeira, granito e mármore ou mistos contendo dois destes materiais; 2º piso em soalho de madeira; paredes em alvenaria de pedra; tectos do piso térreo em abobadilhas rebocadas e dos restantes pisos planos estucados; cobertura em telha de barro. Todo o edíficio é rebocado à excepção dos embasamentos em granito e outros elementos no mesmo material, nomeadamente molduras de vãos de portas e janelas, cornijas, balaustrada e outros |
Bibliografia
|
Os Carrancas e o seu Palácio, Museu Nacional de Soares dos Reis, 1984; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1952, Lisboa, 1953; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto, Lisboa, 1995; PAIS, Alexandre Manuel Nobre da Silva, Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota [ dissertação de Mestrado na Universidade Nova de Lisboa ], Lisboa, 1998. |
Documentação Gráfica
|
DGPC: DGEMN:DREMN |
Documentação Fotográfica
|
DGPC: DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
|
DGPC: DGEMN:DSID |
Intervenção Realizada
|
1940 - Obras de adaptação do edifício a Museu; 1967 - Reconstrução e reparação de caixilharias exteriores e reparação ligeira da instalação eléctrica da residência do conservador; 1968 - Ampliação e restauro, conservação geral e do exterior, serralharia e beneficiação da instalação eléctrica; 1969 - Reestruturação do edifício existente e ampliação das instalações; reparação da instalação eléctrica e de aquecimento; 1971 - Reestruturação e remodelação interna; 1972 - Continuação da reestruturação e remodelação interna; 1973 - Beneficiação da cobertura e de drenagem da fachada nascente e continuação dos trabalhos anteriores; 1974 - Trabalhos de construção civil e electricidade; 1975 - Limpeza dos vãos do telhado e beneficiação das coberturas; 1976 - Reestruturação e benfeitorias em diversos sectores do Museu; 1977 - Pinturas exteriores, construção de grades e reconstrução de caleiras; 1978 - Reparação e pintura das caixilharias das fachadas nascente e poente; 1979 - Reparação das coberturas e pinturas interiores; 1980 - Trabalhos de conservação e pinturas interiores; instalação de alarme contra incêndio; obras de remodelação e beneficiação na central térmica; 1981 - Diversos trabalhos de benificiação; 1982 - Continuação dos trabalhos do ano anterior, da instalação eléctrica e das carpintarias exteriores; 1984 - Beneficiação do sistema automático de detecção e alarme de incêndios; 1985 - Trabalhos de beneficiação e recuperação do guarda vento; 1986 - Beneficiação da instalação de aquecimento central e obras diversas; IPPC: 1987 - Pinturas interiores; 1992 - Construção de acessos verticais, sanitários e ligação por escada dos dois pátios exteriores; 1993 - Remodelação das galerias do 1º andar e área ocupada pela secretaria e direcção do museu e construção de um edifício anexo para depósito; 1994 / 1999 - terceira fase de obras de ampliação e beneficiações diversas; 2019, 11 janeiro - publicação do Anúncio de procedimento n.º 230/2019, DR, 2.ª série, n.º 8/2019, relativo ao concurso público da empreitada de remodelação dos espaços e equipamentos expositivos do museu; agosto - início das obras de recuperação e manutenção do museu, orçadas em cerca de um milhão de euros. |
Observações
|
*1 - DOF: Palácio das Carrancas, abrangendo as consolas e alçados de talha dourada e decorada de pinturas que existem numa das salas, do lado Nascente do andar nobre, feitas para a mesma sala, como parte integrante da sua decoração arquitectónica. Os produtos manufacturados nas fábricas de galões de Ouro e prata destinavam-se a um consumo de luxo - eram pormenores decorativos aplicados no vestuário e indumentária eclesiástica e profana, civil e militar, sendo a Casa Real um dos grandes consumidores. O acervo do Museu foi constituído, na sua origem, pelas colecções do Museu Portuense (proveniente dos conventos abandonados em 1833 com a revolução liberal) e do museu Municipal do Porto (antiga colecção João Allen) a que se acrescentaram doações e aquisições posteriores. O acervo contem, nomeadamente, peças de mobiliário, fainça e ourivesaria no campo das artes decorativas e obras de pintura e escultura da 2ª metade do séc. 19 e início do actual, sendo de destacar as produzidas por Henrique Pousão e António Soares dos Reis. |
Autor e Data
|
Isabel Sereno e João Santos 1994 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |